Sempre gostei de futebol. Há alguns anos, comecei a jogar com um time de garotos, todos eles nascidos em um país que tem rivalidade com meu país natal, a Costa Rica. Eu ia para os jogos vestindo as cores da bandeira do meu país: azul, branco e vermelho, enquanto que a maioria dos outros jogadores vestia as cores de seus países. Essa rivalidade dificultava meu jogo no time. As vezes, eles deliberadamente faziam lançamentos longos demais para mim, a fim de que eu não pudesse alcançar a bola.
Então, em um dos treinos, sofri uma distensão muscular muito dolorosa na perna. Então, decidi sair da partida e apenas assistir ao treino, enquanto colocava meus pensamentos em ordem. Já havia sentido que algo precisava ser corrigido em meu pensamento.
Comecei a orar com a ideia de que somos todos iguais aos olhos de Deus. O amor de Deus é universal e está disponível a todos. Enquanto me apoiava nessa linha de raciocínio, compreendi que a distensão em minha perna tinha muito a ver com a tensão que havia entre mim e os membros do time, devido às diferentes nacionalidades.
Com base no fato de que Deus é Amor, que ama a todos igualmente, rejeitei a ideia de que possa haver motivos para alguma separação entre nós e diferenças causadoras de conflito. Orei para compreender que somos todos filhos do mesmo Deus amoroso, um Deus que vê a todos da mesma maneira, com o mesmo amor. Mary Baker Eddy escreveu: “O Amor é imparcial e universal na sua adaptação e nas suas dádivas” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 13). Essa maneira de pensar fez com me sentisse melhor.
Não joguei futebol por cerca de duas semanas e, durante esse período, resolvi interiormente os sentimentos conflitantes. A distensão muscular foi curada rapidamente, quando mudei minha maneira de pensar, pois a solução está sempre no pensamento.
Quando oro, geralmente começo a pensar sobre a inteireza de Deus, uma vez que Ele está em toda parte, é onipresente. Se aceitamos esse fato, não podemos aceitar, ao mesmo tempo, a existência de outro poder discordante. O amor pelos nossos semelhantes nos induz a mudar nossa maneira de pensar sobre eles. A oração me levou a compreender que não podemos deixar de considerar nosso próximo como a imagem e semelhança de Deus, que criou a todos nós. A verdadeira fraternidade consiste em ver que nós somos todos expressões individuais e únicas da Vida divina porque somos todos filhos do mesmo Deus e Pai. Poderíamos dizer que todos vestimos a camisa do mesmo time!
Quando me senti melhor, tive a ideia de voltar a jogar futebol com eles, usando uma camisa com as cores da bandeira nacional deles. Isso fez com que me recebessem muito bem, e esse foi o fim do problema.
Hoje, ainda jogo futebol com eles de vez em quando, e da convivência com os membros do time surgiram amizades muito boas. Outro bom resultado é que o treinador do time, e que é também daquele outro país, tem me ajudado de outras maneiras. E maravilhoso ver como uma simples mudança de pensamento, com amor e compreensão, não somente curou um problema físico, mas um problema de relacionamento também.
Poderíamos dizer que todos vestimos a camisa do mesmo time!
 ENGLEWOOD, NOVA JÉRSEI
Original em espanhol
 
    
