Pentear meu cabelo nunca havia sido um grande problema. Mas, ao longo do tempo, tornou-se cada vez mais difícil levantar meu braço o suficiente para usar o pente. Gradualmente, a imobilidade começou a afetar os dois ombros. Eu estivera orando sobre minha saúde e inteireza naturais como ideias espirituais de Deus. Neguei que eu fosse feito de matéria ou que fosse vulnerável a ela, e esperava libertar-me do problema. Mas, estava acontecendo exatamente o oposto.
Certa manhã, enquanto fazia um esforço doloroso com o pente, notei a expressão em minha face no espelho. Fiquei assustado. Imediatamente reconheci aquela expressão aflita, como a de uma moça em um anúncio de TV há alguns anos. O anúncio vendia um remédio que prometia trazer alívio para aquela dor. Não havia pensado nesse anúncio até que vi minha face apresentando a mesma expressão gráfica da moça, quando ela tentava pentear seus cabelos. Que chamado de despertar! De fato, esse foi um momento decisivo. Logo estava não somente penteando o cabelo, mas nadando de novo com total liberdade, e me sentindo muito grato.
Com que frequência consideramos um problema como físico, quando, em realidade, ele talvez seja o retrato de uma lembrança? Talvez pudéssemos descrever as lembranças que um mortal carrega o tempo todo como uma simples coleção de crenças materiais. Isso poderia ser caracterizado como um acúmulo de impressões, algumas boas, outras nem tanto. Alegrias e tristezas materiais. Esperanças e dúvidas. Expectativas e frustrações. Uma lágrima talvez represente uma frustração recente. Uma dor talvez simbolize uma impressão antiga, tal como a forma pela qual guardei na memória aquele anúncio de TV. Certa vez, um amigo me contou sobre uma agência de propaganda solicitada por um cliente farmacêutico a criar anúncios que “vendessem primeiro a doença e, em seguida, o remédio”.
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