Cresci na cidade, do Rio de Janeiro e fui criada muito cheia de mimos. Quase nunca havia lavado roupa ou feito atividades domésticas, pois minha mãe sempre as fazia e atendia a todas as minhas vontades.
Em 2011, quando fui estudar em Principia College, uma faculdade americana para Cientistas Cristãos, fiquei preocupada quando vi que teria de me virar sozinha. Quase voltei para casa, mas logo vi que precisava enfrentar o desafio pela oração.
No primeiro semestre que passei na faculdade, sentia muita saudade dos meus familiares, mas descobri que tenho muita força para seguir em frente, porque minha força vem de Deus. Percebo que estou aqui pela vontade de Deus, pois cada dia é uma vitória que me leva ao progresso espiritual.
É comum que os alunos estrangeiros de Principia convivam com famílias americanas. Seria como se essas famílias nos “adotassem” durante o tempo em que estamos na faculdade, o que ajuda nossa adaptação ao novo país.
Fui “adotada” pela família da Andy, que tem quatros filhos, e convidada para passar o Natal do ano passado na casa deles, pois eu não podia voltar para o Brasil naquela ocasião. Conviver com uma família foi animador, porque já fazia um semestre que eu estava longe da minha mãe.
Fiquei encantada com a decoração natalina da casa. Vi que perto da árvore de Natal havia cinco meias com presentinhos, para a Andy e os quatro filhos. Notei, então, uma sexta meia repleta de lembrancinhas, mas não pensei que fosse para mim.
Na hora de dar as meias, Andy entregou a dos filhos, pegou a dela e me ofereceu a minha. Quando recebi aquela meia fiquei muito comovida, porque percebi que faço parte de uma família maior, que não se limita por laços consanguíneos, raça ou idioma. Percebi que a Andy estava me incluindo na sua família e que estávamos construindo um relacionamento familiar. Aquela foi uma expressão de amor genuíno, que aceitei de coração.
Hoje, tenho a Andy como uma segunda mãe. Ela me liga com frequência para saber como estou e, sempre que posso, vou à casa dela para ver meus irmãos americanos e passar o dia com eles. Para mim, tem sido um presente divino, pois sou filha única e sempre quis ter irmãos. Agora, tenho quatro!
Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy escreveu: “Os imortais, ou filhos de Deus na Ciência divina, são uma só família harmoniosa...” (p. 444). Elevar meu conceito sobre família apagou de minha consciência os sentimentos de separação e solidão. Hoje, percebo que nunca estou sozinha, pois sou parte de uma família universal composta por todos os filhos de Deus, que é Pai e Mãe, infinito, onipresente e todo amoroso.
Superei o pensamento de que sou mimada, fraca e limitada. Sei que sou capaz de vencer todo e qualquer pensamento limitante e de progredir. Essa nova compreensão me fortalece a cada dia. O carinho e o cuidado permanentes das pessoas com quem eu trabalho e estudo em Principia ajudam muito também.
Sinto-me fortalecida por saber que a força divina e ilimitada é minha por reflexo!
Original em português
