Na terceira série, minha melhor amiga, que eu conhecia desde o jardim de infância, começou a estudar na minha classe. Ficamos muito felizes. No início, tudo correu bem, mas, então, ela passou a me dizer coisas maldosas. Tudo começou quando eu fui eleita para ser representante da classe. Talvez minha amiga estivesse com inveja. De qualquer maneira, ela atiçou os outros alunos contra mim.
A situação ficou tão ruim que, na quarta série, todos os alunos em minha classe estavam contra mim. Sentia-me realmente sozinha e comecei a imaginar se não havia algo de muito errado comigo.
Certo dia, quando não conseguia mais aguentar a situação, conversei com minha mãe sobre o problema. Ela me consolou muito. Quando parei de chorar, ela me disse: “Deus ajuda você, mas também ajuda as outras crianças. Deus as ajuda a se livrarem da inveja e Ele faz isso de tal maneira que ninguém mais causará problemas para você. É importante que você se atenha à Regra Áurea. Não lute com as mesmas armas que os outros”. Eu aprendera a Regra Áurea na Escola Dominical da Ciência Cristã: “Fazer aos outros o que desejamos nos façam” (ver Mateus 7:12). Esforcei-me bastante para realmente obedecer a essa regra. Minha mãe também conversou com minha professora e com a mãe da amiga que estivera me intimidando.
No início, nada mudou. Durante o recreio, eu ficava só. Grupos de crianças da minha classe vinham até mim para me xingar, insultar e empurrar. Certo dia, elas me acusaram de roubar um chapéu. Mas eu não tinha feito isso. Logo no dia seguinte, o chapéu apareceu.
Em casa, eu chorava muito. Era muito bom minha mãe estar ali comigo. Orávamos juntas e conversávamos sobre muitas coisas, especialmente sobre Deus e sobre o fato de que Ele é meu amigo sempre, que Ele está presente na escola e está com as outras crianças também. Além disso, na Escola Dominical nós conversávamos sobre o fato de que, com a ajuda de Deus, podemos lidar e acabar com o bullying. Deus nos protege e nunca precisamos ficar com medo.
Repetidas vezes, minha mãe e eu orávamos, acima de tudo, para que víssemos minha amiga como filha de Deus, possuindo somente boas qualidades. Fazia isso o mais que podia, e notei que eu não estava com raiva dessa amiga. Eu ainda gostava dela. Então, de repente percebi que ela estava desesperada e que mais do que nunca precisava de uma amiga. Mamãe também disse que as outras crianças perceberiam que elas podiam encontrar uma verdadeira amiga em mim. “Não desista”, ela disse. “Sua vida é determinada por Deus, não pelos outros”.
Logo, cada vez mais crianças voltaram a brincar comigo durante o recreio. Então, minha amiga ficou completamente sozinha. Mas, eu não queria deixar isso acontecer. Com todos aqueles bons pensamentos com os quais estivera orando nos últimos meses, eu me aproximei dela. Foi então que toda minha raiva desapareceu, simples assim, e fizemos as pazes.
Sabe o que foi realmente legal sobre isso tudo? Eu não fiquei mais fraca, mas muito mais forte por dentro. Também compreendi que podemos realmente resolver situações ruins como essa, por meio da oração.
 
    
