Perto de minha casa, há uma pequena igreja de vilarejo de mais de cem anos. O clima da Nova Inglaterra deu a suas telhas de madeira a cor cinza, típica de Cape Cod. Há pouco tempo, ela foi isolada com tábuas e sua fundação de pedras foi retirada, pois estava desmoronando. Pedreiros trabalharam a fim de reconstruir a base para que os carpinteiros pudessem reimplantar a superestrutura histórica. Agora ela está novamente aberta para cultos e eventos comunitários.
Uma base sólida é essencial para que qualquer igreja continue a se manter firme. Mas, embora pedras e cimento possam se desgastar ao longo do tempo, um fundamento espiritual permanece. De fato, o fundador do cristianismo não deixou para trás nenhuma estrutura material como evidência de uma religião sólida. Foi simplesmente seu ensinamento, confirmado por exemplos práticos, o que constituiu o edifício de sua igreja. “Jesus estabeleceu sua igreja e manteve sua missão sobre o fundamento espiritual da cura-pelo-Cristo” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 136).
É sobre este fundamento que cada igreja, sociedade ou grupo de Ciência Cristã está assentado: a cura-pelo-Cristo. Cada testemunho oferecido durante as reuniões das quartas-feiras e em nossas publicações reforça essa base espiritual e faz com que a Igreja seja inabalável, independentemente de qualquer adversidade que possa aparecer, quer sejam tempestades externas climáticas ou tempestades internas de opiniões.
Cada um de nós tem muito a contribuir para esse fundamento sólido da nossa Igreja, tanto local como globalmente, à medida que deixamos nossa compreensão da bondade e da totalidade de Deus resolver os problemas que enfrentamos. Nossa gratidão flui naturalmente, seja devido a uma recuperação completa de uma doença, a uma restauração total de um ferimento ou a um alívio de problemas financeiros. Mas, a cura pelo Cristo inclui muito mais do que bem-estar físico e conforto individual. Sua “missão mais elevada” é “a de tirar os pecados do mundo” (Ciência e Saúde, p. 150).
Pecado pode parecer uma palavra bastante antiquada, algo defasado para a cultura contemporânea e para a tendência de inventar valores imediatos. Entretanto, essa palavra ainda é relevante, por representar tudo o que pareça nos separar do terno abraço do Amor divino. Pode aparecer como corrupção ou injustiça da parte dos outros ou como nossa própria teimosia, ressentimento, até mesmo desânimo. Pecado é tudo aquilo que nos distanciaria de Deus.
A cura pelo Cristo rompe essa ilusão de separação e a percepção errônea de que o mal possa ser real ou poderoso. Ela estabelece nossa unidade presente e permanente com o Amor infinito e o Amor como o único poder verdadeiro e a única substância de nossa vida. Sem essa evidência da cura espiritual, uma igreja começa a afundar. Mas, a disposição de compartilhar nossas experiências, por menores que pareçam, fortalece aquilo sobre o qual nossas igrejas estão construídas e oferece um fundamento seguro para a duradoura fraternidade em Cristo, fundamento esse que resiste à passagem do tempo.
* 1 Coríntios 3:11
 
    
