A resposta que Cristo Jesus deu a Pedro, quando este perguntou ao Mestre se deveria perdoar até sete vezes um irmão que pecasse contra ele, foi: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (ver Mateus 18:21, 22). Por muito tempo eu não conseguia entender muito bem esse ensinamento de Jesus, talvez porque não estivesse conseguindo deixar de lado a crença de que era preciso perdoar repetidamente ofensas cometidas por outros, em uma postura de submissão.
Mas, pelo estudo da Ciência Cristã, compreendi que o perdão genuíno vai muito além de simplesmente perdoar pessoas conforme o senso humano comumente aceito. Alcançamos o perdão semelhante ao do Cristo quando estamos com a consciência livre de conceitos errôneos sobre o homem e repleta do senso correto da natureza totalmente amorosa e pura de todos os filhos de Deus, os quais refletem somente qualidades divinas. Com essa consciência espiritual, o perdão divino se expressa naturalmente, destruindo o mal e qualquer reação a supostos atos malignos, pois esse perdão está fundamentado no fato de que o mal nunca existiu, e não existe, na realidade divina, a única realidade.
Quando perdoamos da maneira como Jesus ensinou, reconhecemos que todos na criação de Deus são perfeitos, puros, isentos de pecado e incapazes de cometer uma ofensa ou de se sentirem ofendidos. Perdoar dessa forma estabelece, de forma definitiva, a verdade espiritual da totalidade do bem, na qual a existência do pecado e de um pecador é simplesmente impossível. E isso nos capacita a perdoar, não importa quantas vezes seja necessário.
A base do perdão divino se constitui em um amor tão puro e tão abrangente, que todos somos abençoados. Conforme o autor do artigo da página 4 escreve, o “...perdão que vem de Deus remove da consciência humana todo pensamento errôneo ou malicioso, e esse perdão abençoa a todos nós.” Ao perdoar dessa forma, um jovem autor harmonizou uma situação em que estava sendo acusado injustamente de colar durante uma prova na escola (ver p. 15).
Assim como os autores desta edição, todos nós também podemos cultivar mais e mais na consciência o amor e o perdão genuínos que dissolvem o ódio, a autocondenação, a desonestidade, o ressentimento e a vingança, e restauram o amor em relacionamentos estremecidos, a confiança, a justiça, a ordem e a paz. Desejamos a você uma leitura inspirada!
Com carinho,
Ana Paula Carrubba
