David Kennedy, Redator-Chefe das revistas da Ciência Cristã, desde que ele começou a escrever para elas em 1975, tem refletido e orado a respeito das publicações que Mary Baker Eddy fundou. Nesta entrevista com a Gerente de Redação, Susan Stark, David fala sobre a importância de transmitir, fiel e claramente, os ensinamentos da Ciência Cristã e sua aplicabilidade a todas as necessidades da humanidade.
O tema da Assembleia Anual de 2014 foi: “O fundamento espiritual da cura pelo Cristo”. Essas palavras foram extraídas desta passagem de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy: “Jesus estabeleceu sua igreja e alicerçou sua missão sobre o fundamento espiritual da cura pelo Cristo” (p. 136). David, como membro dA Igreja Mãe, o que essa passagem quer dizer para você?
Esse trecho diz muito, de forma bem clara, e me faz questionar sobre muitas coisas, como estas: “Estão acontecendo curas em minha vida? Estou demonstrando minha fé por meio de obras? Estou aceitando os sentidos materiais, prestando atenção neles, permitindo que governem meu pensamento, governem minha vida, ou estou vivendo acima do senso corpóreo e corrigindo-o”?
Há uma passagem muito útil em Ciência e Saúde, em que a Sra. Eddy escreve: “Entendemos a Vida na Ciência divina somente à medida que vivemos acima do senso corpóreo e o corrigimos. A proporção com que aceitamos as manifestações do bem ou do mal determina a harmonia de nossa existência — nossa saúde, nossa longevidade e nosso Cristianismo” (p. 167). Acho que essa passagem dá origem a perguntas prementes, com relação a se estou vivendo de acordo com os sentidos materiais ou acima deles, e corrigindo-os no meu dia a dia e em meu pensamento.
Também há outros questionamentos, para todos nós: “Estamos vivendo de acordo com os padrões do mundo ou fora desses padrões? Estamos aderindo aos padrões espirituais e morais do Cristianismo, ensinados por Cristo Jesus, pelos apóstolos e por Mary Baker Eddy”? Esse padrão, espiritual e moral é o fundamento da cura. Todo edifício necessita de um alicerce, e o progresso, tanto na Ciência Cristã como na cura, necessita desse mesmo fundamento profundo e sólido.
Gostaria apenas de acrescentar que é uma alegria, realmente uma alegria, ser Cientista Cristão. É uma alegria trilhar pacientemente o caminho do crescimento e da cura espirituais, mas temos de considerar, com toda honestidade, qual é o caminho que estamos realmente trilhando e sobre o que estamos edificando nossa vida.
Deus realmente ama a cada um de nós. Não devemos pensar que a obediência é como se alguém estivesse nos obrigando a fazer algo sob chicotadas ou sob a mira de um revólver. Deus realmente ama a cada um de nós e Seu amor está sempre aqui para guiar-nos, apoiar-nos e curar-nos. Descobrimos isso cada vez mais, à medida que obedientemente trilhamos o caminho indicado na Ciência Cristã.
As revistas da Ciência Cristã apoiam de alguma forma essa cura pelo Cristo em nossa vida?
Acho realmente que existe uma maneira pela qual o Journal, o Sentinel e O Arauto podem apoiar o progresso espiritual e a cura de todo Cientista Cristão e isso se dá transmitindo, fiel e claramente, os ensinamentos da Ciência Cristã em sua aplicabilidade infinita a todas as necessidades da humanidade. Em Ciência e Saúde, há uma declaração em que a Sra. Eddy diz: “Milhões de mentalidades sem preconceitos — que com simplicidade procuram a Verdade, viandantes fatigados, sedentos no deserto — aguardam, atentos, o repouso e o refrigério. Dá-lhes um copo de água fresca em nome de Cristo, e nunca receies as consequências” (p. 570).
Existem tantas pessoas que com simplicidade procuram a Verdade, e nossas publicações podem alcançar aqueles que buscam a Verdade, pois essas publicações transmitem a própria Verdade, ou seja, elas a explicam, a iluminam e demonstram que é prática. Aqueles que procuram a Verdade a encontrarão e a reconhecerão quando a virem, mas precisamos estar certos de que é verdadeiramente a Ciência da Verdade que estamos publicando, para que todos a vejam.
Todos os leitores das publicações da Ciência Cristã precisam ser alimentados. Há ovelhas jovens e ovelhas maduras, e as publicações podem alimentar tanto um grupo como o outro, com declarações simples da verdade e também com explanações e considerações mais profundas a respeito dessa verdade e, desse modo, apoiar a cura para todos, onde quer que se encontrem em seu estudo e crescimento na Ciência Cristã.
O que podemos dizer a respeito das pessoas que escrevem os artigos e testemunhos? Qual o papel que desempenham e como nos ajudam a nos dedicar à cura?
As pessoas que escrevem para as publicações recorrem àquilo que adquiriram por meio de seu próprio estudo e prática dos ensinamentos que se encontram na Bíblia e nos escritos da Sra. Eddy. Esse é o papel delas, isto é, compartilhar com os leitores aquilo que elas alcançaram e compreenderam por meio de seu próprio estudo e prática.
Deus realmente ama a cada um de nós e Seu amor está sempre aqui para guiar-nos, apoiar-nos e curar-nos.
Nos testemunhos, os autores relatam como foram curados por meio desses ensinamentos, e essas curas encorajam muito os leitores e ilustram como a verdade foi aplicada e demonstrada. Nos artigos, os articulistas compartilham o que aprenderam da Ciência do Cristianismo e como podemos praticá-la.
Acho que é importante compreender que aquilo que os colaboradores compartilham é mais do que simplesmente em que ponto se encontram, individualmente, em sua prática da Ciência Cristã. Eles escrevem sobre os profundos ensinamentos da própria Ciência Cristã, os quais vão mais além e mais a fundo do ponto em que nos encontremos individualmente em nosso estudo. Assim sendo, estamos ajudando a transmitir esses ensinamentos e deixando que falem diretamente a cada leitor, exatamente onde o leitor se encontra. Se o texto for honesto e claro, trará cura.
A Sra. Eddy gerenciou por alguns anos as revistas que havia fundado. Como sua orientação se aplica às revistas hoje?
É verdade que hoje não temos a orientação pessoal da Sra. Eddy para preparar as publicações, por mais que às vezes possamos desejá-la, mas temos os seus escritos para nos guiar, os quais ela deixou para que os seus seguidores, isto é, os Cientistas Cristãos, o movimento, os seguissem. Tenho aqui dois exemplos de passagens que nos dão orientação de forma clara e direta.
A primeira é de seu livro Retrospecção e Introspecção. Ela escreve: “A posteridade terá o direito de exigir que a Ciência Cristã seja exposta e demonstrada em sua santidade e grandeza — e embora o ensinado ou o aprendido seja pouco, que esse pouco seja correto. Que haja leite para as criancinhas, mas não permitais que o leite seja adulterado. A não ser que se siga esse método, a Ciência da cura cristã se perderá outra vez e o sofrimento humano aumentará” (pp. 61-62). A última parte dessa declaração é muito séria, mas nos alerta para a profunda, realmente profunda necessidade de transmitirmos a Ciência Cristã genuína que está de acordo com os ensinamentos da Sra. Eddy, o que é bastante útil tanto para os Cientistas Cristãos que estão iniciando seu estudo, como para aqueles que já estudam a Ciência Cristã há muitos anos.
Esse é um dos exemplos em que nossa Líder dá orientação de forma muito clara, e o outro encontrei em Ciência e Saúde: “Além da oposição habitual a tudo o que é novo, o grande obstáculo para que seja bem recebida aquela espiritualidade por meio da qual vem a compreensão da Ciência da Mente, é o fato de que os termos materiais não são adequados para as proposições metafísicas, e por conseguinte é difícil articular ideias metafísicas de maneira a torná-las compreensíveis a qualquer leitor que não tenha pessoalmente demonstrado a Ciência Cristã, como ela veio à luz na minha descoberta” (pp. 114-115).
Acho que isso esclarece e nos ajuda a compreender a importância daquilo que lemos em Ciência e Saúde, livro que foi escrito para a humanidade. A Ciência Cristã é para a humanidade e Ciência e Saúde é a expressão mais clara dessa Ciência. A Sra. Eddy diz que ela é a “voz da Verdade para esta época” (ver Ciência e Saúde, p. 456). Assim sendo, nas publicações, em nossos esforços para transmitir essa Verdade à humanidade, precisamos recorrer aos escritos da Sra. Eddy a fim de encontrarmos mais inspiração e esclarecimento para nossa própria compreensão da Ciência, e para sermos capazes de explicar e “conversar sobre ela” com leitores, por meio de nossos artigos.
A terminologia encontrada em Ciência e Saúde não é jargão. Ela é uma terminologia espiritual científica, sobre a qual a Sra. Eddy orou profundamente e que ela revisou durante muitos anos para chegar a esta clara expressão, a esta explicação clara da Ciência do existir e de como aplicá-la. A terminologia pode se tornar jargão se nós a usarmos indiscriminadamente, mas se deixamos que ela inspire e ilumine nossa própria compreensão da Ciência, então conseguimos fazer uso daquilo que a Sra. Eddy diz em Ciência e Saúde, incluindo a terminologia.
Por exemplo, podemos considerar os diferentes termos para “homem”, a imagem de Deus, a verdadeira identidade de cada um de nós. Compreendemos quem e o que nós realmente somos, à medida que entendemos o que a Sra. Eddy nos diz que o homem é: manifestação, expressão, imagem, semelhança, ideia, reflexão. O que significam esses termos? O que eles ressaltam com relação à natureza do homem?
À medida que aprofundamos nosso estudo desses termos, oramos a respeito deles e os pesquisamos, começamos a compreender o que cada um de nós realmente é. E se nós temos essa compreensão, então somos capazes de transmiti-la aos leitores, não como um jargão, mas como uma terminologia que ajuda a explicar e mostrar aos leitores quem e o que eles verdadeiramente são.
Portanto, precisamos falar aos leitores de uma maneira inteligente e cativante. Temos de falar com honestidade e sinceridade. Precisamos falar, não como se tivéssemos algo que os outros não têm, mas a partir de um ponto de vista de que estamos apresentando essa verdade maravilhosa, o Consolador, o Confortador, a Ciência do existir, à qual todos nós podemos recorrer em busca de cura, regeneração e salvação. Os escritos da Sra. Eddy nos proporcionam a compreensão e a clareza para fazer isso de maneira eficaz e inteiramente nova. Essa maneira é nova se é honesta e se estamos falando ao leitor de forma cativante.
David, você poderia falar um pouco mais sobre a diferença entre artigos e testemunhos e sobre o propósito de cada um?
Claro, com muito prazer lhe direi o que penso a respeito. Para mim, é interessante observar que certa vez a Sra. Eddy disse aos redatores que havia testemunhos demais e, em outra ocasião, ela lhes disse que havia muito poucos. Portanto, é óbvio que precisa haver um equilíbrio entre as trocas de ideias e explanações mais profundas que encontramos nos artigos, e as provas de que a Ciência realmente cura, as quais encontramos nos testemunhos.
Os testemunhos de cura são os exemplos desta Ciência, a evidência de que esta Ciência é o Consolador, o Confortador. Quando João Batista enviou dois dos seus discípulos a Jesus para lhe perguntarem se ele era o Messias, Jesus não respondeu com teorias teológicas profundas. Ele disse, em suma: “Anunciem a João as curas que estão vendo. Olhem para os frutos. Isso é o que comprova” (ver Mateus 11:2-6). Portanto, os testemunhos são muito importantes.
Mas, ao mesmo tempo, necessitamos dos artigos para explicar os fatos e para ajudar os leitores a pensar mais profundamente e a raciocinar de uma forma mais completa sobre esta Ciência, a fim de que eles mesmos sejam capazes de aplicá-la. Às vezes, um artigo conterá uma cura mostrando como a Ciência descrita no artigo foi aplicada em uma determinada experiência, e isso é muito útil.
Os artigos, contudo, não precisam conter curas; eles não têm de ter experiências. Seu propósito principal é explicar mais profundamente para o leitor a Ciência do existir e como aplicá-la. Não é tanto uma cura que dá credibilidade a um artigo. Por mais útil que uma cura seja, é a maneira como escrevemos os artigos que lhes dá credibilidade. É nossa honestidade, nossa clareza, nossa humildade e nossa maneira cativante de mostrar e explicar a Verdade; isso é o que dá credibilidade aos artigos.
Você está dizendo que é nossa vida que fala por meio das palavras?
Sim, é nossa vida que dá autenticidade às palavras.
Você é o redator de três revistas diferentes. Você poderia nos falar um pouco a respeito das semelhanças e diferenças que há entre elas?
Susan, não existe uma diferença clara e definida entre os artigos do Journal, do Sentinel e dO Arauto, mas cada uma dessas revistas tem um propósito bem claro. O Journal, como a Sra. Eddy diz, tem a finalidade de: “registrar a divina Ciência da Verdade” (ver The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos], p. 353). Isso pode significar falar sobre a natureza de Deus ou sobre a natureza do homem como a semelhança de Deus, como Sua expressão, imagem, manifestação, ideia, e assim por diante. Ou talvez signifique falar sobre as leis de Deus, as quais governam toda a criação e podem ser aplicadas na cura. Talvez signifique explicar em que consiste a verdadeira cura cristã, o que está envolvido na cura, como a cura acontece, e assim por diante. E há, naturalmente, muitos outros temas, tais como: o que é espiritualmente verdadeiro a respeito do suprimento, acerca do lar, companheirismo, emprego; sobre o que significa seguir o Cristo.
O Sentinel, como a Sra. Eddy diz, tem o propósito de “...montar guarda sobre o que diz respeito à Verdade, à Vida e ao Amor” (Ibidem, p. 353), e na capa do Sentinel há aquele importante lema, que diz: “O que... vos digo, digo a todos: vigiai”! (Marcos 13:37).
Sobre o que o Sentinel tem de montar guarda? Ele monta guarda sobre o inimigo. Há este maravilhoso versículo em Isaías, o qual diz: “...furor aos seus adversários e o devido aos seus inimigos; ... Temerão, pois, o nome do Senhor e a sua glória, desde o nascente do sol; pois virá como torrente impetuosa, impelida pelo Espírito do Senhor” (Isaías 59:18, 19). Ora, o que seria esse inimigo? Não seria a mente carnal e a alegação agressiva de que o mal é real e tem poder? E não tentaria essa alegação agressiva obscurecer a Verdade, a Vida e o Amor; obscurecer a verdadeira natureza do homem, que é a imagem da Verdade, da Vida e do Amor? Não tentaria essa alegação obscurecer a disponibilidade e a eficácia da cura pelo Cristo?
O propósito principal de um artigo é explicar mais profundamente para o leitor a Ciência do existir e como aplicá-la.
Portanto, o Sentinel tem um propósito muito importante: montar guarda contra esse inimigo e levantar bandeira contra ele. O Sentinel tem o dever de defender a totalidade e onipotência da Verdade, da Vida e do Amor. Ele pode defender a verdadeira natureza do homem, dar a conhecer e corrigir o que tentaria destruir a pureza, a bondade, a saúde e a felicidade do homem. O Sentinel pode claramente defender a norma da verdadeira cura pelo Cristo e mostrar a disponibilidade sempre presente dessa cura.
O Arauto, como a Sra. Eddy diz, é para: “...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade” (Ibidem, p. 353). Acho que essa é uma missão tão maravilhosa, tão importante. Poderíamos dizer que ela completa a missão sagrada dos periódicos como um todo.
Temos o Journal registrando a divina Ciência da Verdade; temos o Sentinel montando guarda sobre o que diz respeito à Verdade, à Vida e ao Amor; e agora temos O Arauto anunciando a atividade e disponibilidade universal dessa Verdade. Assim sendo, eu realmente percebo como a missão dO Arauto completa a maravilhosa missão de todos os periódicos.
A Verdade abrange a toda a humanidade universalmente e pode ser aplicada a todas as necessidades da humanidade. Não existe uma necessidade sequer, em qualquer canto do mundo, que a Verdade não possa satisfazer e não possa curar. Onde quer que exista um coração receptivo, a Verdade é capaz de alcançar esse coração e transformá-lo. Talvez seja interessante ressaltar que, além dos nossos quatro Arautos impressos, em português, alemão, espanhol e francês, temos também Arautos publicados on-line em indonésio, holandês, grego, russo, italiano, dinamarquês, sueco, japonês, finlandês e norueguês; portanto, O Arauto é universal.
Referindo-se àqueles que estão aprendendo a curar, a Sra. Eddy diz: “Não é necessário que o estudante tenha capacidade intelectual avançada, mas é sumamente desejável que seu padrão moral seja sadio” (Ciência e Saúde, p. x). Quais qualidades você diria que são mais necessárias para se escrever sobre a cura pela Ciência Cristã?
Eu diria que as mesmas qualidades fundamentais e necessárias para se curar são também necessárias para se escrever sobre a Ciência Cristã. Obviamente, é necessário que se tenha alguma habilidade para escrever, mas mesmo essa habilidade pode ser desenvolvida ao ser praticada e também por meio da oração. São necessárias qualidades como humildade, espiritualidade, pureza, bondade, amor isento de ego pela humanidade; e na medida em que expressamos essas qualidades, o que escrevemos para os periódicos por si só traz cura e eleva espiritualmente outras pessoas.
O que motivou você a começar a escrever para os periódicos?
Penso que foi o desejo de compartilhar com outras pessoas o que eu estava aprendendo a respeito da Ciência Cristã e de como ela cura. Meu primeiro artigo foi sobre permitir que Deus nos cure, e essa era uma ideia que realmente havia me impressionado. Acho que o motivo fundamental para se escrever é o de compartilhar com outros os ensinamentos da Ciência Cristã de uma maneira que ajudará a trazer cura. Não se trata de apresentar nossos próprios pontos de vista sobre algo ou nossos próprios planos, mas sim de ouvir as ideias que ajudarão os outros e então trabalhar para transmitir essas ideias de uma maneira clara e sanadora.
É preciso que trabalhemos. Pode ser que estejamos nos sentindo realmente inspirados e nos sentemos a fim de expressar nossa inspiração por escrito de uma forma que seja clara e útil aos outros, e então descobrimos que temos de trabalhar para isso. Geralmente, a inspiração não flui simplesmente, sem esforço. Precisamos ter em mente também, até mesmo eu tenho de ter em mente, que o que estamos escrevendo é para todos entenderem. Não é apenas para nossos amigos, nem mesmo somente para os Cientistas Cristãos, mas é para todos compreenderem.
É como um arranjo de flores. Você pode ter um arranjo de flores com três lados que parece maravilhoso quando colocado contra a parede, mas se você o colocar no meio da mesa, você perceberá que um dos lados não tem flores. O mesmo ocorre com os nossos artigos, ou seja, com a inspiração que temos: são direcionados a todos. É preciso muito cuidado tanto para escrever como para editar esses artigos, a fim de que estejam completos e corretos, seja lá de que forma se olhe para eles.
Como você encorajaria um novo colaborador ou alguém que não escreve há muito tempo?
Encorajo-os com este versículo do livro do Apocalipse, em que Deus diz: “Conheço as tuas obras — eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar — que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome” (3:8).
Essa é uma promessa maravilhosa para cada um de nós: a de que ninguém pode fechar a porta para nossas possibilidades de servir a Deus, à nossa Líder e à humanidade. E é exatamente isso o que estamos fazendo quando escrevemos para as publicações da Ciência Cristã: estamos servindo a Deus, servindo à nossa Líder e servindo à humanidade. Quando enxergamos o trabalho de escrever para essas publicações sob essa luz, escrever torna-se uma atividade sanadora em si mesma, e nada consegue nos impedir de curar, seja qual for o canal que Deus tenha para curarmos.
Estamos no edifício dA Sociedade Editora da Ciência Cristã, onde essas revistas são publicadas e em uma das paredes externas desse edifício há um versículo de Salmos esculpido em pedra, o qual diz: “O Senhor deu a palavra, grande é a falange das mensageiras das boas-novas” (68:11). O que esse versículo significa para você, sobretudo no que se relaciona às revistas?
Significa muito para mim, e tenho certeza de que também significava muito para as pessoas que decidiram colocá-lo ali. O salmo diz: “O Senhor deu a palavra”. Isso indica claramente que a Ciência divina é a Palavra de Deus, ou seja, o que estamos publicando é a Palavra de Deus, a Ciência divina. Isso é o que brilha por meio da compreensão espiritual da Bíblia, isso é o que brilha por meio dos escritos de Mary Baker Eddy, os quais trazem à luz o senso espiritual da Bíblia, e é para isso que trabalhamos, para que a Palavra de Deus, a Verdade, brilhe por meio de nossas publicações.
“Grande é a falange das mensageiras das boas-novas”. A grandeza está relacionada ao impacto sanador que nosso trabalho tem no mundo, e isso é algo que realmente temos de realizar e demonstrar. Nós não somos grandiosos simplesmente porque publicamos revistas. Trata-se de humildade; trata-se de espiritualidade, da dedicação com que essas publicações são escritas e publicadas.
Há uma citação maravilhosa da Sra. Eddy no livro Message to The Mother Church for 1902 [Mensagem À Igreja Mãe para 1902], em que ela escreve: “Sugiro como lema para cada Cientista Cristão, este vivo e vivificante escudo espiritual contra os poderes das trevas:
‘Não grande como César, manchado de sangue,
Mas grandioso, na medida em que sou bom’ ”.
A Sra. Eddy continua: “O único êxito genuíno e possível para qualquer cristão — o único êxito que eu já tenha alcançado — foi conseguido com essa base sólida” (p. 14).
A grandeza, como podemos observar aqui, é a bondade, e, se desejamos ser grandiosos, então ainda não alcançamos a bondade. Portanto, isso requer uma luta genuína com nós mesmos, requer a humilde disposição para servir refletindo a Deus e para deixar o desdobramento dos frutos desse trabalho aos cuidados de Deus. Nós publicamos a Palavra, não apenas ao publicá-la literalmente, mas demonstrando a Palavra por meio da cura, para que a humanidade compreenda cada vez mais que o Confortador prometido está aqui e ao alcance de todos.
