Ao longo do tempo, muitas pessoas buscaram e continuam em busca de cura. Certa mulher, desesperada por ajuda, disse para si mesma quando viu Cristo Jesus: “...se eu apenas lhe tocar a veste, ficarei curada” (Mateus 9:21). E ela ficou completamente curada. O que significa buscar alcançar e tocar a veste sanadora do Cristo? Significa tomar consciência de nossa identidade espiritual verdadeira e encontrar a cura, tornar-se sadio.
Quem já não buscou alcançar a orla da veste do Cristo em momentos de necessidade? O Cristo, a verdadeira ideia de Deus, é o alicerce sobre o qual nos edificamos a fim de vencer as tensões e pressões da materialidade. Essa verdadeira ideia de Deus, que revela o homem feito à Sua imagem e semelhança, é uma rocha sobre a qual podemos permanecer, mesmo em meio a ventos muito fortes e enormes ondas. Essa verdadeira ideia de Deus é nossa perfeição, que já está presente.
O Apóstolo João escreve: “Amados, agora, somos filhos de Deus...” (1 João 3:2). Às vezes, pode parecer que precisamos nos esforçar muito para alcançar esse nível de compreensão, ou seja, para obter a clara percepção espiritual da nossa perfeição já presente. Em realidade, essa perfeição já está estabelecida e, por meio do terno amor que Deus tem por nós, estamos capacitados a compreendê-la. Ela foi estabelecida por Deus antes que o mundo existisse e permanece inabalável, pois nada pode ser acrescentado à perfeição nem dela ser retirado.
Mary Baker Eddy, a Fundadora da Ciência Cristã, escreve a respeito de se tocar a orla da veste sanadora: “Aquele que toca a orla da veste do Cristo e domina suas crenças mortais, a animalidade e o ódio, rejubila-se com a prova da cura — o senso doce e seguro de que Deus é o Amor” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 569). Para dominar as crenças mortais é preciso afastar o pensamento da matéria e de todo o seu clamor e direcioná-lo ao Amor divino, Deus.
Volver-se, em oração, da matéria para o Amor, da mortalidade para a Vida, do materialismo para o Espírito, faz com que triunfemos sobre os desafios da matéria. Percebemos a base sólida da presença de Deus, e nossa presença com Ele. Com tal transformação do nosso pensamento, as crenças mortais de medo, ódio, sensualismo, ressentimento e outros elementos fundamentados no que é mortal se dissolvem no nada do qual eles alegam emanar.
Às vezes, o caminho para a cura pode exigir um crescimento espiritual profundamente arraigado, o que requer oração e jejum (ver Marcos 9:29). Para tocar a orla da veste do Cristo é necessário vigilância e um sincero exame de consciência. Pode exigir que abandonemos a vontade humana, o orgulho, a justificação do ego, o ressentimento, qualquer aspecto do mal.
Para fazer isso temos Deus do nosso lado. Nós O temos sempre conosco, guiando-nos, apoiando-nos, conduzindo-nos, mostrando-nos nossa perfeição presente, que é como Ele nos vê e nos conhece. Mesmo naquilo que parece um longo e difícil caminho para a cura, há os momentos em que tocamos o Cristo e espiritualizamos nossa consciência, até que todos os sintomas materiais se dissolvem, pois os falsos conceitos sobre nós mesmos foram eliminados do pensamento.
Ao referir-se aos sistemas mentais com base na matéria, os quais alegam curar, a Sra. Eddy escreve: “Há falsos cristos que pretendem “enganar, se possível, os próprios eleitos”, estabelecendo a matéria e seus métodos no lugar de Deus, a Mente. Sua suposição é de que existam outras mentes além dEle; que uma mente controla outra; que uma crença toma o lugar de outra. Mas esse ismo de hoje nada tem a ver com a Ciência da cura mental que nos faz conhecer a Deus e revela a Mente perfeita, única, e Suas leis” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 175). A “Mente perfeita, única, e Suas leis” é a única fonte da verdadeira cura, e é vista e sentida quando tocamos a orla da veste sanadora do Cristo.
O que as pessoas procuram alcançar e tocam é o poder do Cristo, que Jesus demonstrava. Estamos supondo que esse toque é físico? Está ele fundamentado na matéria? Não! Esse é um toque espiritual. É um chamado mental. Nosso empenho em alcançar o Cristo é correspondido por meio da cura imediata, que renova o pensamento, que renova o corpo. Essa é a coincidência do divino com o humano, ou seja, a Verdade nos abraçando na cura, o que resulta em renovação total e completa.
Também aprendemos mais. Aprendemos em que não devemos tocar. Percebemos que a sensação de que necessitamos de cura ou de alívio para a dor por meio de meios materiais é uma dúvida que não é natural no Cristo sempre ativo, a Verdade. Podemos recorrer unicamente a Deus em todas as nossas necessidades. Isso não significa ser ingênuo ou descuidado. Isso não significa que ignoramos o erro e suas táticas teatrais, mas que estamos conscientes de que não têm nenhum poder nem autoridade. É assim que tocamos a orla da veste sanadora do Cristo.
Ao tocar a orla da veste do Cristo, somos restaurados e despertamos para a atividade do Cristo na consciência. Referindo-se ao despertar do sonho mortal de pecado e doença, a Sra. Eddy escreve: “Esse despertar é a perpétua vinda do Cristo, o aparecimento mais adiantado da Verdade, que expulsa o erro e cura os doentes” (Ciência e Saúde, p. 230). O Cristo, que vem à consciência, revela que Deus nos mantém no eterno estado de perfeição, por sermos a própria ideia espiritual de Deus, o reflexo da Vida, a expressão do Espírito. Essa é a missão do Cristo ao alcançar cada um de nós. Ele “vem à carne para destruir o erro encarnado” (Ciência e Saúde, p. 583) e para restaurar o senso correto de nosso relacionamento com Deus.
Em nossas orações, o Cristo está conosco a cada momento, falando conosco. Ele nos mostra o perfeito existir, conforme Deus o estabeleceu. Nesse reino da realidade espiritual vivenciamos o eterno abraço do Amor. Não se trata de fazer esforço para compreender isso, mas de saber que já estamos na presença de Deus, de nos regozijar em Sua luz sanadora.
Talvez sintamos essa vinda do Cristo ao nosso pensamento como se fosse um empurrãozinho, impulsionando-nos na direção certa. Talvez a sintamos como uma atração irresistível na direção do bem, Deus. A vinda do Cristo é paz e calma, mesmo em meio a uma tempestade. Ela soa como o rugir de um leão ou como o sussurro de um anjo. No reino da realidade espiritual, no qual você e eu habitamos, o medo não existe. A paz preenche todo o espaço e a pureza reina.
Lynn Jackson
