Nossa excursão pelo norte da Espanha começou muito bem: longas caminhadas em meio a belas paisagens, conhecendo muitas pessoas amáveis ao longo do caminho. Depois de umas duas semanas, contudo, comecei a sentir uma dor forte no pé direito. A princípio, não dei muita atenção a isso, mas, no dia seguinte, a dor piorou e eu estava tendo dificuldades para caminhar.
Visto que sou estudante de Ciência Cristã e tive outras curas ao compreender melhor a Deus e meu relacionamento com Ele, naquele dia eu me mantive focada em Deus, o bem, e permiti que o poder desse bem divino preenchesse meus pensamentos. Todavia, outros companheiros de caminhada notaram que eu não conseguia caminhar normalmente e me disseram que a dor no pé era sinal de que eu havia feito demasiado esforço e que precisava descansar.
No início do ano, eu havia tido um problema semelhante nesse pé. Na época, a dor havia me forçado a parar de treinar para uma importante corrida de longa distância. O medo que eu sentia se intensificou. O que aconteceria se eu tivesse de encurtar essa viagem pela mesma razão? O que ocorreria se eu arruinasse a viagem de minha amiga, que participava comigo da caminhada, porque eu não conseguia mais caminhar?
Não era fácil, mas enquanto eu caminhava, também orava e estava atenta para ouvir os pensamentos provenientes de Deus, os quais poderiam me ajudar. Ao orar, parte da primeira estrofe do Hino 148 do Hinário da Ciência Cristã me veio ao pensamento:
Quem no Amor habita,
Não sente mais temor;
Confiança irrestrita
Merece o Senhor.
(Anna L. Waring, tradução © CSBD)
Senti um alívio muito grande ao me lembrar de que o amor de Deus nos sustenta e nos mantém em segurança. Deus nunca se esquece de mim, mas sempre me mantém em perfeito estado, espiritual e saudável. À medida que continuava a caminhar, atinha-me a esses pensamentos e tentava não deixar que o medo tomasse conta, embora isso nem sempre fosse fácil. Embora a dor não houvesse passado, pelo menos consegui terminar a caminhada daquele dia.
Mas quando chegamos ao albergue e nos sentamos, a dor piorou de novo e eu percebi que meu pé estava inchado. Comecei a orar com mais firmeza. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy escreve: “Deus descansa em ação. Dar nunca empobreceu e jamais pode empobrecer a Mente divina. Nenhuma exaustão resulta da ação dessa Mente, de acordo com a compreensão da Ciência divina. O descanso mais sublime e mais suave, até mesmo de um ponto de vista humano, está no trabalho sagrado” (pp. 519-520).
Percebi que a exaustão sobre a qual todos estavam falando, e que se expressava em fraqueza e dor no pé, não fazia parte de mim. Eu não era material nem agia à parte de Deus. Toda a ação era a ação da Mente, isto é, era espiritual, indolor e livre de limitação. Fui para a cama, atendo-me a esses pensamentos elevados e tranquilizadores.
Na manhã seguinte, meu pé não estava mais inchado. Comecei a caminhar e mantive os pensamentos focados em outra ideia de Ciência e Saúde da qual gosto muito: “Deus expressa no homem a ideia infinita que perpetuamente se revela, se expande e se eleva cada vez mais, procedendo de uma base sem limites” (p. 258). Eu fiquei muito grata não somente por meu pé estar bem naquele dia, mas também porque a dor não voltou mais a se manifestar. Terminamos nossa viagem com muita alegria!
Sou verdadeiramente grata pela Ciência Cristã e por essa cura. Às vezes é tentador acreditar que as limitações façam parte de nossa existência e que elas possam nos impedir de nos expressar livremente. Mas a Ciência Cristã me ensinou que, visto que temos nosso existir em Deus, nossa vida é ilimitada, completamente livre.
Rememoro com frequência as ideias que foram tão significativas para mim durante essa experiência e as aplico em meus treinos de corrida. Continuo aprendendo mais sobre a ação tranquilizadora de Deus e sobre a maneira como Ele cuida de nós e nos mantém em segurança em todas as circunstâncias.
Fenja Gerpott, Frankfurt
Tradução do testemunho publicado originalmente na edição de 11 de janeiro de 2016 do Christian Science Sentinel.
