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"Cuja semente está em si mesma”

Da edição de julho de 2016 dO Arauto da Ciência Cristã

Original em alemão


As Lições Bíblicas da Ciência Cristã, que são o cerne dos cultos de nossa igreja, frequentemente incluem o relato da criação que consta do primeiro capítulo do Gênesis ou se referem a ele. Esse relato é um bom lembrete da origem espiritual do homem e do universo e revela a maneira como Deus contemplou cada elemento de Sua criação e declarou que era muito bom. 

Recentemente, tenho refletido sobre uma passagem em particular, que diz: “E [Deus] disse: Produza a terra relva, ervas que deem semente e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez. A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom” (Gênesis 1:11, 12).

Certo dia, em um domingo, eu estava ouvindo a Lição na filial da Igreja de Cristo, Cientista, da qual sou membro. Quando essa passagem foi lida, compreendi, pela primeira vez, a maravilhosa eficácia da criação. A semente dentro de si mesma indica a sustentabilidade e a continuidade da criação estabelecida por Deus, a Mente divina. Mary Baker Eddy escreve: “Essa Mente forma ideias, forma suas próprias imagens, subdivide e irradia a luz, isto é, a inteligência que elas têm por empréstimo, e assim explica a frase das Escrituras: ‘cuja semente está em si mesma’conforme a Bíblia em inglês, versão King James. Dessa maneira, as ideias de Deus se multiplicam e enchem a terra” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 511). A criação reflete a fonte inexaurível de todo o bem, a qual, por sua vez, produz o bem. Sem essa perpetuidade, a criação seria incompleta.

Ao entender isso, comecei a ver provas da impressionante sabedoria de Deus e da permanência de Sua criação em toda parte. Exemplos em minha própria família mostravam a criação divina do bem e seu desdobramento. Cada vez que meus pais tinham filhos, eles oravam para saber que esse filho, como uma ideia de Deus, já estava suprido de tudo de que necessitasse. Portanto, meus pais confiavam em que cada um de nós teria todo o suprimento, toda a inteligência, todas as oportunidades e todo o êxito de que pudéssemos necessitar. Lembro-me de que minha mãe conversava sobre isso frequentemente quando eu era criança, e isso incutiu em mim uma confiança tranquila em que meu suprimento já estava eternamente assegurado. De fato, todos na família sempre tivemos todas as coisas de que necessitávamos, e conseguimos, inclusive, pagar por elas antecipadamente.

Não somos reproduções de pais materiais, mas sim a semelhança do nosso Criador, que é eternamente original. 

Compreender a criação espiritual do bem divino, a qual garante desdobramento contínuo, pode ser de grande ajuda quando lidamos com problemas. Uma boa semente (uma ideia de Deus, a qual, devido à sua origem divina, só pode ser boa) não pode, de repente, deteriorar-se, e se compreendermos claramente esse fato, não nos preocuparemos tanto com nosso futuro. A criação de Deus é completa e não necessita ser acabada, alterada ou melhorada. “A criação está sempre aparecendo e tem de continuar a aparecer perpetuamente, devido à natureza de sua fonte inesgotável”, escreve Mary Baker Eddy em Ciência e Saúde (p. 507). Com base nisso, não precisamos ficar com medo do que pode acontecer no futuro, e podemos comprovar isso à medida que cresce nossa compreensão de que a criação de Deus é perfeita e eterna. Podemos confiar inteiramente a Deus a nossa existência e a existência de tudo o que nos rodeia, e saber que Ele já assegurou a saúde, a atividade imbuída de propósito e o progresso contínuos de tudo o que Ele criou. Visto que Deus é a fonte criativa que nunca pode se esgotar, a inspiração espiritual é contínua e tem de ser para sempre boa.

A criação espiritual consiste em ideias infinitas que constituem cada um de nós. Somos espirituais e, portanto, não somos materiais, porque Deus não é material. Por isso, não precisamos tentar nos recriar ou nos aperfeiçoar várias vezes, mas podemos nos concentrar em demonstrar nossa completude eterna, por meio da inspiração que cresce constantemente por meio do contínuo progresso espiritual.

Cada semente ou ideia é sempre nova. Ela se origina no eterno Criador. Não somos reproduções de pais materiais, mas sim a semelhança do nosso Criador, que é eternamente original. Nossa identidade não é o resultado de mutações de gerações humanas anteriores, mas possui a natureza totalmente completa de uma ideia amorosamente criada por Deus.

À medida que verdadeiramente compreendemos isso, nossa vida é percebida sob uma luz completamente diferente. Percebemos que os estereótipos de homens e mulheres, preocupações sobre a existência material ou o prender-se ao passado de forma puramente humana dariam a impressão de que homens e mulheres estão separados da bondade de Deus. Conforme lemos em Ciência e Saúde: “Sintamos a energia divina do Espírito, que nos traz a uma vida nova e que não reconhece nenhum poder, mortal ou material, capaz de praticar destruição. Regozijemo-nos por estarmos sujeitos às divinas ‘autoridades que existem’. Essa é a verdadeira Ciência do existir” (p. 249). O homem e a mulher, como Deus os criou, expressam a continuidade estabelecida por Deus. Eles demonstram a natureza eterna de Suas ideias, cujas sementes estão em si mesmas. A noção de que a criação é material e, portanto, que uma parte da criação possa ser inferior a outra devido a gênero, cor da pele ou classe social não nos permitiria enxergar o equilíbrio do plano de Deus. Deus nunca criou filhos de primeira ou segunda classe.

Uma clara compreensão da criação de Deus nos liberta de agirmos motivados pelo medo, pelo orgulho ou pelos costumes culturais. Qualquer noção de uma identidade que se baseia em gênero, tradição religiosa ou cultural, e que, de acordo com a opinião convencional, faria com que nossa vida fosse incompleta ou temporal, obstrui nossa compreensão da criação eterna de Deus, cuja “semente está em si mesma”. A continuidade da criação divina não está expressa em gerações ou na hereditariedade. Nossa compreensão disso deve progredir e crescer, e é essencial estarmos receptivos a esse crescimento.

Mary Baker Eddy escreve em Não e Sim: “A harmonia eterna, a perpetuidade e a perfeição constituem os fenômenos do ser, governados pelas leis imutáveis e eternas de Deus...” (pp. 10-11). Para mim, essa é a explicação perfeita da ideia criativa “cuja semente está em si mesma”. O homem e a terra são ideias espirituais e perfeitas e, portanto, não podem ser destruídas, danificadas ou corrompidas. Conforme a promessa do Gênesis, sua existência e perpetuidade fazem parte do desígnio original de Deus.

Original em alemão

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