Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer
Original para a Internet

Afastado da família? Mantenha a esperança.

Da edição de agosto de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 3 de maio de 2021.


Em um artigo do The Christian Science Monitor, foi citado um pesquisador, que disse: “…aproximadamente um quarto dos americanos adultos estão afastados de alguém da família” (Stephen Humphries, “Another effect of the coronavirus crisis: Forgiveness” [Outro efeito da crise do coronavírus: o perdão], 5 de maio de 2020). A seguir, o artigo relata que a pandemia gerou uma tendência a haver reconciliações.

Provavelmente existem tantas famílias quanto há motivos para um afastamento entre membros de uma família, e alguns desses motivos podem ser realmente sérios. Mas um denominador comum recentemente identificado, mencionado no artigo do Monitor, me chamou a atenção: o afastamento visto como uma espécie de coragem de eliminar de nossa vida as pessoas que não nos trazem felicidade. 

Isso me levou a pesquisar o que o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, escrito por Mary Baker Eddy, diz sobre a felicidade. Por exemplo: “A felicidade é espiritual, nascida da Verdade e do Amor. É desprendida do ego; por isso, não pode existir sozinha, mas requer que toda a humanidade dela compartilhe” (p. 57). Veio-me ao pensamento que esses afastamentos nas famílias podem ser curados pela compreensão de que a felicidade é uma qualidade espiritual de Deus — da Verdade divina e do Amor divino — e inclui toda a humanidade, não é uma “posse” pessoal. 

Mesmo assim, quando discordamos, pode parecer que nossa verdadeira identidade espiritual fique obscurecida pelas máscaras do medo, do ego, da falsa responsabilidade ou da inveja. E às vezes nos justificamos com o velho ditado: “Amigos a gente escolhe, família, não!” 

Quando você está afastado de alguém da família, talvez se sinta como eu, quando fiquei vários anos sem falar com meu irmão. Acaso eu estava me distanciando dele porque interagir com ele não “promovia felicidade pessoal”? Francamente, sim. Não me parecia possível que a raiva e os sentimentos de mágoa entre nós pudessem ser curados. Mas, por meio da Ciência Cristã, tive um senso renovado de humildade, felicidade e respeito, ao compreender melhor a identidade espiritual de meu irmão, e a minha própria, aos olhos de Deus. Falo mais sobre isso daqui a pouco.

Como, então, prosseguimos diante do desejo de curar um afastamento na família? No Livro do Gênesis, na Bíblia, encontramos a história de dois gêmeos, Jacó e Esaú. Afastado da família por ter enganado seu pai para que este lhe desse a bênção destinada a Esaú, Jacó fugiu para a casa de um parente a centenas de quilômetros de distância e lá viveu muitos anos, constituiu sua própria família e acumulou bens consideráveis. Quando Deus orientou Jacó para que retornasse à sua terra natal, ele obedeceu, embora temeroso. Ficou sabendo que Esaú vinha ao seu encontro com o que parecia ser um exército. A vingança pelos atos de Jacó parecia inevitável.

Meu irmão prontamente me perdoou e também pediu meu perdão.

A Bíblia relata que, na noite anterior ao encontro de Jacó com Esaú, Jacó lutou com “um homem” (ver Gênesis 32). Em Ciência e Saúde encontramos a explicação de que Jacó estava “lutando contra o erro” (ver p. 308), ou contra um senso errôneo de vida e substância. Então, continua a explicação em Ciência e Saúde, apareceu uma mensagem de Deus, e “lhe tocou a articulação, ou seja, a força do seu erro”, e ele acabou ficando com o próprio senso de identidade tão esclarecido e elevado que seu nome foi alterado para Israel. Quando Jacó e Esaú se encontraram no dia seguinte, “Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e choraram” (Gênesis 33:4). 

O que aconteceu? Embora a história não conte muito sobre o que Esaú estava pensando, sabemos que a chave para a nova perspectiva de Jacó foi sua melhor compreensão de sua identidade espiritual dada por Deus. Aqui está o que Ciência e Saúde diz: “Assim apareceu o resultado da luta de Jacó. Ele havia vencido o erro material pela compreensão do Espírito e do poder espiritual. Isso o transformou. Seu nome deixou de ser Jacó e passou a ser Israel — um príncipe de Deus, um soldado de Deus, que havia travado um bom combate” (p. 309). Quando Jacó se viu em sua verdadeira luz — depois de lutar fortemente com seu passado, esforçando-se para entender sua verdadeira identidade espiritual e assumindo uma nova humildade — o medo cedeu e os dois irmãos se reconciliaram.

A Alma, um dos sete sinônimos para Deus na Ciência Cristã, me faz pensar em especial a respeito de identidade. Como imagem e semelhança de Deus, criado espiritualmente e completamente bom, cada um de nós tem a mesma identidade como reflexo de Deus, e cada um a expressa de sua própria maneira, que é individual. Quando oramos profundamente para compreender melhor a Deus como Alma — como infinita individualidade e a fonte de toda a beleza, caráter, personalidade, imortalidade, pureza — vemos o homem e a mulher da criação de Deus em nós e nos outros. 

No meu caso, devido ao estudo diário da Ciência Cristã surgiu em mim um profundo desejo de estar em contato com meu irmão. Era impossível aferrar-me aos pensamentos de frustração e raiva ao mesmo tempo em que me esforçava para compreender melhor a Deus, a Alma divina. Percebi que passara anos achando que meu irmão tinha problemas de identidade, à medida que ele buscava um caminho mais claro na vida. Embora gostássemos de estar juntos, nossa relação era inconstante. Então tivemos uma conversa durante a qual estivemos os dois na defensiva e com raiva, e o resultado foi anos sem nos falarmos.

Quando finalmente senti o desejo de entrar em contato com ele novamente, ficou claro que eu precisava trabalhar meu próprio senso de identidade, bem como a maneira como via meu irmão. Orei para ver que os atributos da Alma, como inocência, dignidade e individualidade, são a verdadeira identidade de cada um de nós. 

Certa manhã, recebi uma mensagem do meu irmão em uma rede social, na qual ele pedia ajuda. Quase fiquei surpresa por querer responder tão depressa! Senti uma mudança completa em minha visão a respeito dele; não precisei do menor esforço para responder com amor incondicional. Pareceu quase um milagre, mas eu sabia que era o resultado natural da mudança em meu pensamento, por meio da oração. Em seguida, conversamos ao telefone e senti humildade ao perceber que eu lhe estava pedindo perdão, depois de todos aqueles anos em que eu havia pensado que era ele que precisava ser perdoado. Meu irmão prontamente me perdoou e também pediu meu perdão. Desde essa ocasião, somos bons amigos e hoje vejo e aprecio a desenvoltura, a ética no trabalho e a sabedoria que ele adquiriu com suas experiências de vida.

Também fiquei sabendo que, quando ele enviou aquela mensagem pelas redes sociais, ele havia acabado de sair de uma cirurgia em que o prognóstico era terrível. Ele estava sozinho, sem família ou amigos ao seu redor, em uma cidade que ele não conhecia. Sua formação na Escola Dominical da Ciência Cristã, anos antes, provou ser importante. Logo depois de nos reconectarmos, ele me enviou este e-mail, e me deu permissão para compartilhá-lo:

Se você está afastado da família, mantenha a esperança.

“Lembro-me do dia da cirurgia. Lembro-me de olhar para fora, para um caminhão de reciclagem, e pensar em uma lata de refrigerante. Você pode esmagá-la, cortá-la e até mesmo queimá-la. Mas não importa o que aconteça, você não pode tocar ou destruir a ideia da lata. É impossível. … Nenhuma cirurgia, doença ou medicamento pode afetar quem eu realmente sou. Uma oração da infância (um poema de Mary Baker Eddy, Poems [Poemas], p. 69) veio-me ao pensamento naquele momento:

‘Pai-Mãe Deus,
   Que por mim tens amor,
      Protege-me quando eu durmo;
Guia meus pezinhos
   Para o alto, para Ti.’

Senti-me em paz… Nos falamos em breve!” 

Meus olhos se encheram de lágrimas quando li a mensagem. Foi para mim uma linda prova de que a identidade do meu irmão sempre estivera intacta em Deus e que Deus sempre estivera com ele. “O reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:21), como ensinou Cristo Jesus. Embora já tivessem passado décadas desde que meu irmão frequentara a Escola Dominical e aprendera o “Presente de Ano Novo, da Mãe para as crianças pequenas” da Sra. Eddy, citado em seu e-mail, essa mensagem angelical veio a ele exatamente quando ele mais precisava.

Isso foi há quase cinco anos. Meu irmão se recuperou e voltou ao trabalho em poucos meses. Hoje conversamos com frequência e nos vemos sempre que possível. Toda vez que nos falamos, fico profundamente grata a Deus por me ajudar a ver meu irmão — e a mim mesma — de uma forma espiritual correta.

Então, se você está afastado da família, não perca a esperança. Você pode ter de lutar contra o orgulho, a autojustificação e uma série de outras emoções, mas a vitória vem por meio do amor persistente de Deus — e por meio da compreensão da identidade, tanto sua como de sua família, sustentada por esse amor. 

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / agosto de 2021

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.