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Original para a Internet

Libertar-se de conceitos impostos

Da edição de agosto de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 20 de maio de 2021.


No livro-texto da Ciência Cristã, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, desafia o leitor com esta pergunta: “São divinos ou humanos os pensamentos? Essa é a questão importante” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 462). Esse questionamento nos alerta para a necessidade contínua de estarmos conscientes dos pensamentos que mantemos — de discernir sua fonte e natureza. Os pensamentos divinos, provenientes de Deus, fazem parte da natureza de Deus como Verdade e Amor. São bons, confortadores, sábios e trazem paz. Como lemos na Bíblia: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais” (Jeremias 29:11).

Mesmo assim, ao longo do dia, às vezes ficamos conscientes de sugestões dessemelhantes de Deus, estímulos sensoriais que desviariam ou distanciariam de Deus, ou seja, da Verdade, o nosso pensamento, e nos enganariam para que aceitássemos uma falsa influência. A Bíblia identifica essa falsificação como o “pendor da carne”, que é “inimizade contra Deus” (Romanos 8:7). 

Essa mente, assim chamada, alegaria ser capaz de ir contra nossa intuição espiritual, e dessa forma controlar-nos de modo errado, levando-nos a aceitar sugestões que causam medo, sugestões de desarmonia e de sofrimento, como se fossem nossa própria experiência. Daí a importância de identificar corretamente os pensamentos que nos ocorrem, e lidar com eles de acordo com este padrão divino: “...tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Filipenses 4:8). Essa instrução, quando fielmente posta em prática, fortalece nossa habilidade de permitir que somente pensamentos semelhantes a Deus entrem em nossa habitação mental, ao mesmo tempo em que desarmam e rejeitam os impostores ilegítimos.

A Verdade e o Amor divinos restauram o autogoverno que possuímos legitimamente.

Quando continuamente reconhecemos a Deus como a única ação ou inteligência causal, desenvolve-se em nossa consciência uma percepção muito íntima de Sua presença, que nos nutre e nos guia, protegendo-nos das sugestões que solapariam o bem em nossa vida. Ceder a Deus e amá-Lo dessa maneira nos permite discernir, detectar e destruir quaisquer pensamentos falsos que se imponham sobre nós. Então podemos vivenciar a ação sempre presente e harmoniosa de Deus e de Seu governo.

Não importa o quanto esses falsos acusadores sejam atraentes ou persistentes, não é preciso ter-lhes medo nem obedecer-lhes, pois não têm realidade nem poder originários em Deus, e que possam nos influenciar ou controlar. Mas para dar provas de que eles nada são e vivenciar a cura, é importante estarmos cientes deles e tratá-los especificamente, em vez de simplesmente ignorá-los. Nossa líder escreve: “Um conhecimento do erro e de suas atividades tem de preceder aquela compreensão da Verdade que destrói o erro (Ciência e Saúde, p. 252). Então, quais são as maneiras pelas quais o erro, ou a mente carnal, alegam agir?

SUTILEZA 

Os meios pelos quais ocorre a intrusão mental e as oportunidades para que se manifestem parecem tão sutis e sofisticados, que muitas vezes suas insinuações agressivas nos passam despercebidas. Por exemplo, as teorias psicológicas, a astrologia, a feitiçaria, a adoração aos heróis, as crenças sobre nutrição e os anúncios de produtos farmacêuticos nos induzem a aceitar que o homem (cada um de nós) seja governado e constituído por algo além da integridade e da pureza do Espírito, atrasando, portanto, nosso progresso espiritual, ou fazendo oposição à cura. Ao voltar-nos fielmente a Deus em oração, conseguimos permanecer alertas e afirmar nosso domínio sobre esses inimigos mentais e, assim, manter nossa saúde e segurança.

A Sra. Eddy repudia a suposta sutileza da mente carnal, quando escreve: “Nenhuma espécie de erro pode se esconder da lei de Deus” (Ciência e Saúde, p. 95). Jesus deu um exemplo desse fato, ao curar um paralítico (ver Marcos 2:1–12). Ao perceber a resistência silenciosa de alguns dos líderes religiosos, quando disse a esse homem que seus pecados haviam sido perdoados, Jesus tratou especificamente do sutil conceito mental imposto pela teologia escolástica, o de que o homem está destinado a ser pecador, de que está separado de Deus e é incapaz de se redimir. Ao afirmar em voz alta que “...o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados...” (versículo 10), Jesus anulou os conceitos impostos que pesavam contra a realidade daquele momento, contra a plenitude e a realidade da perfeição do homem. Então aquele doente se levantou, com a saúde completamente restaurada.

ARGUMENTAÇÕES

Quando foi tentado no deserto, Jesus se recusou a ter uma argumentação prolongada com o diabo sob os termos que este impunha, mediante argumentações e negociações (ver Mateus 4:1–11). Em vez de aceitar os termos do diabo, Jesus, com a autoridade do Cristo, negou de maneira categórica e específica todas as sugestões do mal, contestando-as com afirmações da verdade contida nas Escrituras.

Amar a Deus nos permite detectar e destruir qualquer pensamento errôneo.

Quando o mal tentou induzir Jesus a prostrar-se diante dele e a adorá-lo, Jesus respondeu: “...Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (versículo 9). Ao desafiar a voz da tentação, chamando-a de Satanás, Jesus se separou da posição de quem admite as sugestões carnais intrusivas. Jesus tinha confiança em sua união com seu amoroso Pai. Por isso, pôde descartar as tentações da mente carnal, sabendo que eram irreais e impotentes. Então, “...o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram” (versículo 11).

Como filhos do mesmo amoroso Pai-Mãe Deus, nós também temos autoridade, semelhante à do Cristo, para falar com voz firme e decisiva a qualquer invasão mental, em vez de demorar-nos em argumentações. Por exemplo, se somos tentados a remoer sobre sintomas físicos ou diagnosticar alguma dor, podemos, de todo o coração, afastar-nos do falso testemunho de que algo além de Deus, além do Amor, tenha poder. E assim podemos permanecer firmes na verdade imutável de nossa perfeição espiritual dada e mantida por Deus. Dessa forma, podemos nos regozijar ao encontrar a cura, que é aquilo que desejamos, sabendo que Deus é supremo, na terra como no céu.

HIPNOTISMO

A Sra. Eddy usou a expressão magnetismo animal para falar da natureza hipnótica do mal. Ela escreve: “Como é usada na Ciência Cristã, a expressão magnetismo animal ou hipnotismo é o termo específico para o erro, ou seja, a mente mortal. É a crença errônea de que a mente esteja na matéria e seja tanto má quanto boa; que o mal seja tão real como o bem, e mais poderoso. Essa crença não tem uma única qualidade da Verdade” (Ciência e Saúde, p. 103).

Contaram-me a história de um homem que, caminhando em uma floresta, deparou-se com uma cobra e um sapo. Os dois animais estavam se olhando fixamente, estáticos, por vários minutos. Com estranheza, esse homem notou que a cobra não atacou; em vez disso, ela simplesmente abriu a boca, e o sapo espontaneamente pulou para dentro dela!

Assim são as proezas hipnóticas do magnetismo animal. Essa influência faria com que nos sentíssemos impotentes e intimidados pela imagem mortal apresentada, levando-nos a acreditar que somos materiais e precisamos curar a matéria, ou que a cura pode ser realizada pela manipulação da matéria, em vez de pelo reconhecimento de nossa natureza totalmente espiritual, o que traz liberdade moral e espiritual, e inclui a cura. Essa influência também pode nos tentar a negligenciar nosso dever diário de orar por nós mesmos, ou nos faz resistir ao dever de orar especificamente pelos outros ou pelo mundo, quando assim nos pedem.

Mas, como qualquer hipnotizador sabe, ninguém pode ser hipnotizado sem dar consentimento.

Embora possa às vezes parecer inevitável ter de ceder às sugestões hipnóticas, como aquelas relacionadas à idade, ao vício, à dor crônica, à depressão e ao contágio, nunca temos nenhuma obrigação inevitável de ceder a elas. E, visto que Deus é a Mente única, o único poder e presença, e devido ao fato de que cada um de nós reflete a Deus, que é nossa única, verdadeira, Mente, porque somos a imagem e semelhança de Deus — por essa razão é que podemos recusar-nos a ser enganados e a dar consentimento a qualquer sugestão hipnótica. Podemos nos defender mentalmente, afirmando que só a Mente divina está no controle absoluto de nossos pensamentos e ações. Não existe a possibilidade de nossa verdadeira natureza espiritual ser enfeitiçada ou destinada à autodestruição. Nossa verdadeira natureza reflete a inteligência divina e por isso tem a capacidade de reconhecer quando os pensamentos são falsificações, e tem a liberdade de rejeitá-los e prová-los inofensivos, sem valor e sem sentido.

A Sra. Eddy oferece um inestimável antídoto às influências mesméricas, autodestrutivas, ao dizer: “Amados Cientistas Cristãos, conservai vossa mente tão cheia da Verdade e do Amor, que o pecado, a doença e a morte nela não possam entrar. É evidente que nada se pode acrescentar à mente que já está cheia. Não há porta pela qual o mal possa entrar, nem espaço que o mal possa ocupar na mente que já está preenchida pelo bem. Os bons pensamentos são uma armadura impenetrável; assim revestidos, estais completamente resguardados contra os ataques do erro de qualquer espécie. E não só vós estais em segurança, mas também todos aqueles sobre os quais repousam vossos pensamentos, são dessa forma beneficiados”

(The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 210).

VONTADE HUMANA

Vigiar nossa habitação mental é algo que não se consegue por meio da vontade humana, que age com egoísmo e tem seus próprios interesses. Muito pelo contrário, é o Cristo — a influência, a atividade e a verdade de Deus — que nos capacita, como capacitou Jesus, a desafiar todo e qualquer padrão de pensamento crônico, recorrente ou destrutivo, que nos privaria do autogoverno espiritual. Desse modo a ação do Cristo nos liberta. Em Ciência e Saúde, nossa Líder nos diz: “Mantém perpetuamente este pensamento — de que é a ideia espiritual, o Espírito Santo e o Cristo, que te habilita a demonstrar, com certeza científica, a regra da cura baseada em seu Princípio divino, o Amor, que está por baixo, por cima e em volta de todo o verdadeiro existir” (p. 496).

Ao voltar-nos continuamente à mensagem de domínio do Amor divino, podemos logo distinguir entre os pensamentos verdadeiros, que vêm de Deus, e as falsificações irreais apresentadas pela mente carnal. Se parece que não temos êxito em nossos esforços por meio da oração, e achamos que o progresso está tardando, podemos examinar nosso pensamento para ter a certeza de que estamos deixando de lado a vontade humana — não tentando fazer algo que Deus já fez, mas amando a Deus e amando aquilo que nós, em nossa verdadeira natureza, somos. Ao negar a vontade humana, conseguimos compreender cientificamente que esta não tem poder para se opor à cura. Ao abrir nosso coração para o Cristo e para a Mente divina, vemos que apenas a Mente é que determina nossa verdadeira experiência, capacitando-nos a triunfar sobre qualquer imposição do mal.

Ciência e Saúde declara: “O pensamento errado deveria ser detido antes que tenha ocasião de se manifestar” (p. 452). Mas se deixamos entrar os pensamentos errados ou conclusões errôneas, apesar de os haver filtrado para que não entrassem, será que estamos destinados a sofrer os danos e penalidades por eles causados? Não! Em um dos Salmos, nosso amoroso Pai-Mãe Deus fala a cada um de nós, como Aquele que “perdoa todas as tuas iniquidades”; “sara todas as tuas enfermidades”; “da cova redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia” (Salmos 103:3, 4). Seja qual for o pensamento destrutivo ou prejudicial que pareça ter se infiltrado em nossa consciência, nunca entrou na Mente do Cristo, nossa verdadeira e única Mente. E não importa o quanto uma falsidade ou sua manifestação afirme ter se alojado em nosso pensamento, o Cristo nos redime e nos resgata de qualquer deficiência ou falha.

Cada iniquidade, cada transgressão mental, é perdoada; fica provado que não tem origem nem realidade, e nunca faz parte do filho de Deus. A Verdade e o Amor divinos restauram nossa posse legítima de autogoverno, sem usar condenação ou acusação. Nada em nosso pensamento ou experiência é irredimível ou insolúvel, mas está sempre sujeito à Verdade de Deus e ao correto ajuste que a compreensão e a confiança em Deus trazem.

A Sra. Eddy nos dá instruções e incentivo de valor inestimável, quando escreve: “Vossos meios de proteção e defesa contra o pecado são a constante vigilância e oração, para que não entreis em tentação e para que vos livreis de toda alegação do mal, até que saibais e demonstreis de maneira inteligente, na Ciência, que o mal não tem nem prestígio, nem poder, nem existência, pois Deus, o bem, é Tudo-em-tudo” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 115).

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