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Cura para os momentos do tipo “se ao menos…”

Da edição de outubro de 2022 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 7 de julho de 2022.


Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, escreve: “É bom conversar com as nossas horas passadas, e ouvir o que elas têm a nos dizer, e como poderiam ter relatado um crescimento espiritual maior” (Escritos Diversos 18831896, p. 330). Acho que a maioria de nós já deve ter, às vezes, refletido sobre as realizações passadas e reavaliado nossas metas. No entanto, o que fazer se esse processo de autoavaliação incluir momentos em que pensamos algo como: “se ao menos eu tivesse dito, ou feito, isso e aquilo…”?

Aquelas que hoje consideramos como ações equivocadas ou oportunidades perdidas, não são irremediáveis. Embora seja impossível viver novamente o passado, ainda assim podemos, por meio da oração, corrigir agora nossos pensamentos a respeito desse passado. Quando alinhamos nosso pensamento com mais precisão com a visão que Deus tem a nosso respeito, como Seus filhos amados, e com o que Ele verdadeiramente conhece de nossa história, abrimos caminho para a ação redentora de Deus, o Amor divino. Essa influência regeneradora pode restaurar nosso senso de inocência e bem-estar. A Bíblia promete: “Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador…” (Joel 2:25).

Crenças generalizadas sobre hereditariedade, sobre o nascimento, sorte e idade, bem como sistemas de crenças tais como numerologia e astrologia, são frequentemente aventadas como fatores que contribuem para esses momentos de autocomiseração, quer devido a um único e angustiante fracasso ou a um padrão de fracassos. No entanto, podemos tornar impotentes esses elementos errôneos, à medida que descobrimos, com mais clareza, que somos inseparáveis de Deus.

A Ciência Cristã ensina que Deus, o Princípio divino, é a única causa de tudo o que realmente existe, e que o homem (a verdadeira identidade de cada um de nós) é Seu efeito ou testemunha, que expressa Sua ação inteligente. Por isso, o Princípio divino, o Amor, não é a fonte de decisões imprudentes, ações errôneas, lembranças dolorosas ou traumas. Os momentos do tipo “se ao menos”, que tendem a resultar em autocondenação ou ansiedade, são na verdade crenças falsas, sem nenhum ponto de partida, sem capacidade de nos envolver e sem durabilidade. Quando reconhecemos isso, podemos reescrever o passado de acordo com a realidade espiritual e provar que os erros são impotentes para se prolongarem, ou mesmo causar tristeza, sensação de inutilidade ou de derrota. Por meio da oração, erros antigos podem ser corrigidos, o pesar e o arrependimento podem ser superados, e pode ser identificada uma compensação para alguma perda irreparável.

Por exemplo, Saulo de Tarso, um notório perseguidor dos primeiros cristãos, é descrito assim na Bíblia: “Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor…” (ver Atos 9:1–18). A caminho de Damasco, ele fica cego. Enquanto isso, Ananias, um discípulo cristão, é divinamente orientado a curar Saulo de sua cegueira. Relutante em obedecer, Ananias relata a má reputação de Saulo e questiona se ele merece ser curado. No entanto, Ananias é instruído por Cristo assim: “…Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel…”

Ananias obedece ao mandato do Cristo e cura Saulo, que é então batizado e passa a defender o ensino e a prática do Cristianismo, cumprindo assim o plano de Deus para ele. Mais tarde, Saulo assume o nome de Paulo como prova da redenção de seu caráter. Quando já estava adiantado em seu ministério, ele escreveu: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13, 14).

À medida que consentirmos com a ação sanadora do Amor divino, somos purificados do impulso de lamentar o passado.

Em realidade, o Cristo — a pura manifestação do amor de Deus pela humanidade, o qual transformou Saulo — sempre nos guiou com sabedoria. E mesmo que tenhamos nos desviado, por ignorância ou rebeldia, o Amor divino pacientemente espera para nos abençoar com a iluminação e a redenção espiritual, abrindo o caminho à nossa frente, à medida que obedecemos à lei de Deus. Assim fazendo, compreendemos que nossa inocência inata e nosso propósito único estão intactos. Nesse caminho de reforma, começamos a provar que a transgressão e os traços de caráter não definem nossos anos passados, ​​nem determinam nosso potencial de progresso e bom êxito para o presente e o futuro.

Abandonar a narrativa mortal em favor dos fatos espirituais a respeito do existir não é desconsideração, nem significa ignorar os erros passados. É, isso sim, render-se ao nosso próprio inevitável “alvo …o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”, no qual descobrimos o perdão do Amor divino, e nossa verdadeira e imaculada identidade. A declaração de perdão total de Deus é: “Desfaço as tuas transgressões como a névoa e os teus pecados, como a nuvem; torna-te para mim, porque eu te remi” (Isaías 44:22).

Ao aceitar nosso histórico espiritual, verdadeiro e inocente, nós nos regozijamos por conhecer o cuidado sempre presente de Deus. Por isso, arrependimentos passados, oportunidades perdidas e temores por nosso futuro não têm nenhuma base ou autoridade para nos prejudicar. A Sra. Eddy afirma: “É com nossas próprias perdas materiais que logramos colheitas espirituais. Nesse fogo consumidor, as falsas imagens desaparecem da tela da mente mortal; e, desse modo, o pigmento material subjacente se desvanece e se torna invisível” (Retrospecção e Introspecção, p. 79).

As más lembranças são, em realidade, fases da crença mortal, interpretações equivocadas que não retratam com exatidão nossa identidade espiritual real. Elas têm de ceder à ação corretiva do Cristo. A autocondenação que fica se repetindo em nosso pensamento, e as projeções de fracasso para o futuro, não podem resistir a essa ação purificadora do Cristo, que defende eternamente nossa individualidade sem mácula, a imagem e expressão perfeita de Deus. Nosso propósito designado por Deus permanece exclusivamente sob a jurisdição da lei divina, independente do tempo e daquilo que os outros pensam ou fazem.

Na criação perfeita e no desígnio superior de Deus, não há nada que limite nosso potencial, que nos amedronte, que paralise nosso crescimento ou nos torne vulneráveis ​​a contratempos e perdas recorrentes. Em vez disso, podemos rejeitar esses ciclos de lembranças fictícias e de previsões temerosas, e reivindicar o domínio sobre os pensamentos do tipo “se ao menos” com retificações benéficas, certos de que somente o plano do Amor divino pode se realizar em nós. Cada vez mais, veremos a vontade de Deus sendo cumprida, à medida que nos volvemos de todo o coração para Ele e obedientemente ouvimos, aceitamos e seguimos Sua orientação e correção. A Bíblia nos assegura: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5:17).

A Sra. Eddy declara: “Não somos donos nem do passado nem do futuro, possuímos apenas o agora. … A fé no Amor divino proporciona a ajuda sempre presente e faz isso agora, dando-nos o poder de ‘agir no dinâmico presente’ ” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 12).

Nesse “dinâmico presente”, podemos aceitar nossa individualidade espiritual inata, eternamente intacta, nunca controlada ou comprometida pelos momentos do tipo “se ao menos”. À medida que consentirmos humildemente com a ação sanadora do Amor divino, somos purificados do impulso de lamentar o passado ou de levar adiante feridas emocionais. Em vez disso, expurgamos esses momentos e os reinterpretamos de acordo com a verdade da Ciência do existir e sua saúde, santidade e harmonia sempre presentes — esse é nosso verdadeiro histórico de vida.

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