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Original para a Internet

Nenhuma oportunidade perdida, pois Deus nos conduz

Da edição de outubro de 2022 dO Arauto da Ciência Cristã


Desde há algum tempo, as mulheres (e cada vez mais os homens), estão sentindo que têm de escolher entre serem pais ou mães que ficam em casa cuidando dos filhos, ou seguir uma carreira no mercado de trabalho. Embora muitas mulheres, depois que nascem os filhos, prefiram continuar trabalhando pelo menos em meio período, algumas acham que não têm escolha. Mas há indicações de que as exigências cada vez maiores da vida familiar durante a pandemia global fizeram com que muitas mulheres deixassem de trabalhar fora de casa.

Muito se fala a respeito de como se perdem oportunidades de carreira, e de renda, devido à decisão de ficar em casa para criar os filhos. O argumento é que, uma vez que você sai do ambiente de negócios, você perde o lugar na escala ascendente e pode nunca mais recuperá-lo. Mas ninguém precisa passar por essa perda.

Há muitos anos, eu era uma jovem mãe, criando minha filha sozinha, e senti com grande intensidade que era eu que deveria me ocupar de criar minha filha. Colocá-la em uma creche não parecia a coisa certa naquele momento. Muito embora eu tivesse experiência de trabalho e habilidades facilmente empregáveis no mundo dos negócios, esse, entretanto, não me parecia ser o caminho a seguir.

Orei para que Deus me mostrasse como encontrar nosso sustento. Logo pensei na história bíblica da viúva que tinha apenas um pote de azeite em casa (ver 2 Reis 4:1–7). Ela foi falar com o profeta Eliseu, contando a terrível situação em que estavam seus dois filhos, prestes a serem levados por um credor, como escravos. Eliseu lhe perguntou: “…Dize-me que é o que tens em casa”. Ela respondeu: “Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite”. Eliseu então a instruiu a pedir emprestado vasilhas vazias, para enchê-las com o azeite da botija. Ela foi obediente, e logo conseguiu vender o azeite, pagar a dívida, e com o que sobrou viver com seus filhos.

Eu comecei a me perguntar qual era o “óleo” que eu tinha em minha casa. No Glossário do livro-texto da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy nos dá o senso espiritual da palavra “Óleo”: “Consagração; caridade; benignidade; oração; inspiração celestial” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 592). Orei para receber mais dessa inspiração celestial, para ser guiada e poder expressar plenamente a caridade e benignidade que refletimos naturalmente como a expressão de Deus.

Não demorou muito para que me ocorresse que eu sempre havia sido boa costureira e minha mãe e avó também se destacavam nessa habilidade. Resolvi abrir meu próprio atelier de costura e acabei me lançando em uma carreira que durou mais de vinte anos. Depois que me casei de novo, esse negócio me permitiu trabalhar em casa e sustentar minhas duas filhas, até a mais nova chegar à adolescência. Também consegui aumentar a renda familiar.

Durante aqueles anos, às vezes eu ficava tentada a sentir que estava desperdiçando oportunidades. Por vezes a vida parecia um pouco banal. Eu tinha muito a oferecer e não tinha a certeza de que meus talentos estavam sendo utilizados ao máximo. No entanto, como eu sempre havia sido Cientista Cristã, nunca permiti que esse tipo de desânimo permanecesse comigo, e eu pedia a Deus que me mostrasse o que eu precisava saber para sentir satisfação com as decisões que eu fora levada a tomar. Percebi que Deus, o Amor divino, havia me guiado a cada passo do caminho e, portanto, eu não podia ser impedida de exercer nenhum trabalho que estivesse designado para mim.

Sou grata por poder dizer que nunca vivenciei nenhuma perda por minha decisão de ficar em casa com minhas filhas.

Lembrei-me de Cristo Jesus, que só começou oficialmente sua carreira de cura ao completar trinta anos, uma idade que seria considerada o fim da carreira naquela época. Mas Deus havia lhe dado seu trabalho e a capacidade para fazê-lo, e ele não falharia em sua missão de cura. Jesus sabia quais eram seus talentos e de onde eles provinham, como também sabia que a Mente divina, Deus, é que estava governando sua vida, e não o acaso ou as circunstâncias humanas.

Durante essa ocasião, li as três biografias da Sra. Eddy escritas por Robert Peel, intituladas: The Years of Discovery [Os anos da descoberta], The Years of Trial [Os anos de desafios] e The Years of Authority [Os anos de autoridade]. Fiquei inspirada ao saber que ela havia assumido tarefas domésticas aparentemente rotineiras, tais como esfregar as escadas de sua casa, enquanto na mesma época ensinava, curava e liderava o florescente movimento da Ciência Cristã (ver Mary Baker Eddy: The Years of Trial, p. 65). Decidi que não importava quais fossem minhas tarefas — arrancar ervas daninhas, lavar o carro ou fazer bainhas em vestidos — eu faria cada uma delas com alegria e da melhor maneira que eu era capaz de fazê-las. Comecei a sentir grande satisfação em tudo que assumi, porque não mais encarava cada tarefa como um empreendimento humano, mas como uma oportunidade de expressar a Mente divina ilimitada — Deus.

Quando minha filha mais nova tinha 14 anos, voltei ao mundo dos negócios, trabalhando em meio período. Mas a alegria que eu sentia e expressava para com as pessoas logo abriu caminhos para que eu trabalhasse em tempo integral. Fui então levada a um cargo que me agradou muito e me permitiu fazer uso das habilidades que aprendera ao administrar meu próprio negócio. Nessa nova posição, descobri um campo em minha carreira que eu nem sequer sabia que existia, e que me permitiu aproveitar ao máximo minhas habilidades. Além disso, para minha alegria, o gerente do departamento decidiu me orientar enquanto eu buscava essa nova profissão.

Trabalhei nessa organização durante cinco anos, chegando a ser gerente de departamento, até ser demitida em decorrência de uma reorganização dentro da empresa. No entanto, eu instintivamente sabia que o Amor divino supriria minha necessidade de emprego. Eu sabia que minha identidade espiritual não estava ligada a uma carreira ou posição específica; minha identidade como filha de Deus estava sempre intacta, jamais desempregada.

Recebi uma indenização por rescisão de contrato de trabalho e usei meu tempo para orar e para fazer um estudo profundo da Ciência Cristã, enquanto procurava outro emprego. Pesquisei o que a Sra. Eddy tinha a dizer sobre trabalho e emprego, e encontrei muitas declarações da verdade, as quais inspiraram e guiaram minhas orações. Meu texto favorito foi este: “Tende bom ânimo; grandiosa é a luta contra o próprio ego; dá-nos muito o que fazer, mas o Princípio divino opera convosco — e a obediência coroa o esforço persistente com uma vitória eterna” (Mary Baker Eddy, Escritos Diversos 1883–1896, p. 118).

Certo dia, recebi um telefonema de uma pessoa com quem eu tivera breve contato anteriormente, dizendo que eu deveria me candidatar a um cargo que eles sabiam que estava aberto dentro da força de trabalho federal. Fui contratada e constatei que minha experiência em meu emprego anterior era de valor inestimável nessa função. Esse meu novo trabalho fazia pleno uso das habilidades que eu havia adquirido e pude compartilhar minha base de conhecimento com meus novos colegas. Permaneci nesse emprego 14 anos, viajando muito e tendo muitas oportunidades maravilhosas de ajudar outras pessoas no governo, de ser uma pacificadora e de compartilhar inspiração espiritual com meus colegas.

Meu salário após minha reinserção no ambiente de negócios nunca sofreu devido a eu ter perdido certas oportunidades; era como se eu sempre tivesse estado no mundo profissional. Aliás, em realidade, existe apenas um único mundo em que existimos: o universo espiritual da criação de Deus, no qual não existem oportunidades perdidas nem talentos inexplorados. Sou grata por poder dizer que nunca vivenciei nenhuma perda por minha decisão de ficar em casa com minhas filhas. Sempre considerei minhas filhas como presentes de Deus, e nunca podemos sofrer nenhuma perda quando somos quem recebe as dádivas de Deus.

Se formos tentados a sentir que certas escolhas nos farão retroceder, agora ou no futuro, podemos abandonar esses pensamentos e confiar no fato de que o Amor divino sempre nos sustentará.

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