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Original para a Internet

Impessoalizar o ego mortal, como fez Cristo Jesus

Da edição de junho de 2024 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 11 de setembro de 2023.


Com sua percepção espiritual característica, a Líder da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, ensina que o ego mortal, a pessoalidade material, é responsável por nossos problemas. E ela aponta a solução, declarando: “Impessoalizar cientificamente o senso material de existência — em vez de ter apego à pessoalidade — é a lição para os dias de hoje” (Escritos Diversos 1883–1896, p. 310). A Ciência Cristã aceita a verdade contida na Bíblia de que o homem não é feito de carne e ossos, mas sim, é a imagem e semelhança do Deus único infinito, a Mente divina. A identidade do homem se expressa em qualidades divinas como inteligência, amor, desprendimento do ego, bondade etc. Em contraste, a aparente pessoalidade material se manifesta no pensamento mortal, uma maneira de pensar que não é espiritual e que, como a Bíblia diz, resulta em pecado, doença e morte. Por esse motivo, a pessoalidade material, o “velho homem”, como Paulo a define, precisa ser eliminada e substituída pela verdadeira identidade do homem, ou seja, o “novo homem” (ver Colossenses 3:9, 10) que, em oração, podemos considerar como nossa identidade à semelhança do Cristo.

A palavra persona em latim, da qual se originou o termo pessoa, também pode se referir à máscara utilizada no teatro romano. Da mesma maneira, a pessoalidade material é como uma máscara, disfarçando o homem criado por Deus, apresentando-nos como mortais, tendo herdado características e hábitos materiais. Uma suposta mente material constitui essa identidade mortal e irreal. Em referência a isso, a Sra. Eddy diz: “A mente mortal vê o que crê, tão certamente como crê no que vê. Ela sente, ouve e vê seus próprios pensamentos” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 86).

Como despojamos a mente mortal de sua pretensa expressão, ou seja, o homem mortal? Entendendo que ela é impessoal! É isso que nosso Modelo, Cristo Jesus, demonstrou no início de sua carreira. No deserto, ele foi tentado por uma sugestão do diabo, ou seja, da vontade pessoal dentro da consciência humana, para que transformasse pedras em pães, depois de ter jejuado por “quarenta dias e quarenta noites” (ver Mateus 4:1–11). Mas Jesus não disse “eu estou com fome”, o que teria atribuído um ego à mente mortal. Jesus recusou-se a aceitar essa sugestão como se fosse seu próprio pensamento. Quando surgiram outras insinuações, ele não disse: “eu tentarei a Deus”, ou “eu quero o poder”. Ele não autenticou as insinuações da mente mortal, dando-lhes uma identidade, pois isso seria negar sua verdadeira individualidade, o homem-Cristo.

As sugestões que vêm ao nosso pensamento talvez sejam: “estou cansado”, “sinto-me sozinho” ou “não sou amado”. O exemplo de Jesus nos mostra a recompensa de nos mantermos firmes contra as falsas sugestões da mente mortal. Na sequência do relato bíblico lemos que “…o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram”. Esses anjos, ou mensagens vindas de Deus, certamente deram a Jesus a certeza da onipresença de seu Pai, a Mente divina, e de que a mente mortal irreal nunca está presente. O fato de Jesus estar constantemente consciente da Mente divina, durante toda sua carreira, fez com que ele fosse “…tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hebreus 4:15). Após Jesus ter finalmente despojado a irreal mente mortal de todos os conceitos mortais, ele desapareceu para os sentidos físicos, na que chamamos de ascensão.

Todos nós, como seguidores de Cristo Jesus, temos a capacidade dada por Deus de banir a alegação de que a mente mortal governe nosso pensamento e, por consequência, nossa vida. Ao analisarmos o exemplo de Jesus, encontramos grande quantidade de profundos pensamentos espirituais e qualidades espirituais como paciência, bondade, inocência, sabedoria e assim por diante. A consagração do pensamento a Deus, o bem, permite-nos perceber todo o nosso potencial e expressar cada vez mais a Mente do Cristo, a cada momento.

Privamos a mente mortal de qualquer identidade, com base no fato de que a Mente divina e sua ideia — ou seja, o Ego-Deus e Sua expressão, o homem — são uma unidade. Essa compreensão reduz a consciência errônea a uma mera hipótese, sem objetivação ou realidade. Uma mente separada de Deus é uma impossibilidade e, como não é causa nem criadora, não tem efeito, nem criação. O erro não tem nenhuma influência, nenhuma força, presença ou atividade — nenhuma realidade. Ao admitirmos essa verdade, assumimos nossa responsabilidade individual de não dar crédito às mentiras do erro. Assim, podemos prontamente nos libertar da tentação de aceitar as sugestões mesméricas de uma individualidade material, com suas falsas promessas e ameaças.

Na guerra mental para exterminar o erro, o campo de batalha é sempre a consciência humana, nunca o corpo físico. Até mesmo doenças e pecados que parecem estar profundamente enraizados são aniquilados, quando a crença de que o conceito mortal seja real deixa de exercer qualquer influência sobre nós, e à medida que nos recusamos a dar ao erro uma identidade ou alguém que nele acredite. Dessa maneira, impessoalizamos o mal, e os pensamentos errôneos são fadados ao esquecimento. A individualidade do homem é vista como semelhante ao Cristo, ocorrendo, assim, a cura e a regeneração.

Muitas vezes a crença no orgulho intelectual, em uma personalidade forte ou em um ego inflado coloca as pessoas em conflito com sua própria individualidade espiritual verdadeira e isso pode levar à animosidade. O apóstolo Paulo é um exemplo de alguém que venceu bravamente o conceito imposto de uma pessoalidade mortal. Inicialmente, ele tivera orgulho de seu currículo como fariseu e extremista religioso, até converter-se ao Cristianismo (ver Atos 22:3, 4), ser curado de uma cegueira física, e perceber que a frieza da letra não poderia salvá-lo. Ele precisava do amor vivificante demonstrado por Cristo Jesus. Paulo cedeu a essa percepção mais elevada; como ele mesmo explica: “…o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo” e “…as considero como refugo…” (Filipenses 3:7, 8). Ele havia despertado para sua verdadeira individualidade em Cristo e, a partir daquele momento, sua única ambição, como escreveu posteriormente, foi: “…para mim, o viver é Cristo…” (Filipenses 1:21).

Devemos ter cuidado para não sermos incoerentes ao impessoalizar nossos próprios erros mas, depois, negar que os outros tenham as graças do Espírito, como bondade e sabedoria, ou lançar sobre eles a máscara da idade e da decadência. Os erros não serão irreais para nós enquanto os associarmos aos outros. Muito pelo contrário, continuaremos a ser enganados por eles. O que nós queremos é ajudar a nós mesmos e aos outros a ficar livres da crueldade da mente carnal, que imporia situações de sofrimento, tais como dor e transtornos mentais. Conseguimos essa liberdade quando impessoalizamos o mal.

Quando os habitantes de um determinado vilarejo se recusaram a receber Jesus, dois de seus alunos ficaram com raiva (ver Lucas 9:51–56). Os discípulos Tiago e João perguntaram ao Mestre: “…Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?” Os discípulos haviam pessoalizado o mal naqueles habitantes. Mas Jesus os corrigiu, dizendo: “…Vós não sabeis de que espírito sois. Pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” — salvá-las da enganadora e assassina mente carnal. Ao reconhecermos nossa própria identidade semelhante ao Cristo, reconheceremos naturalmente que a identidade semelhante ao Cristo é inerente a cada pessoa.

Se não impessoalizarmos o erro disfarçado de pessoa mortal problemática e difícil — seja nosso próprio caráter ou o de um vizinho agressivo, um parente dominador, um chefe indisciplinado, um rival político etc. — então a única maneira de resolver o problema, de acordo com o cenário extremo e perverso da própria mente mortal, será brigar, até mesmo liquidar suas falsas personificações por meio do suicídio ou homicídio, por meio da guerra em nível individual ou global. Isso acontece com demasiada frequência nos dias de hoje. Mas Jesus mostrou-nos aquilo que nos salva da mentirosa mente carnal e de suas mentiras.

Só a verdade a respeito do existir e de nossa identidade à semelhança do Cristo é o que nos une à Mente onipotente que destrói todo tipo de erro — as características errôneas, o ódio, o ressentimento, as preocupações, a ambição desenfreada, a partir das quais a mente carnal alega produzir todas as formas de pecado e doenças que afligem a família humana e mascaram a verdadeira identidade do homem. Assim que os pensamentos ímpios são excluídos da consciência, também é removida a alegação de uma identidade diferente da do Cristo, bem como seus efeitos nocivos.

A melhor maneira de cuidar de nossa saúde mental é deixar que a Mente divina governe nosso coração. Se a mente mortal nos atormenta com pensamentos de pecado e doença, ou se nos sentimos ameaçados por esse tipo de pensamentos de outras pessoas, ou ainda, se tivermos dúvidas quanto à nossa própria identidade, lembremo-nos de que temos a capacidade dada por Deus de saber que nenhuma suposta mente mortal pode influir na consciência que Deus outorga, a qual é a verdadeira identidade de cada um de nós. Ao manter-se firme nessa verdade, você ajuda não apenas a si mesmo, mas também o outro a se libertar das garras dos sentidos corpóreos pessoais. A ilusão não é indestrutível. A máscara sempre pode ser arrancada.

É uma regra da Ciência Cristã negar a crença em uma identidade mortal, e essa é a única maneira de a Ciência dar resultado. A crença em uma identidade material é o que parece nos prender à mortalidade. É necessária uma luta mental para nos libertarmos dos grilhões mentais da mortalidade. Dessa luta emerge nossa verdadeira identidade, eternamente estabelecida na Mente divina e constantemente livre para viver como o perfeito reflexo espiritual de Deus. Impessoalizamos o erro e individualizamos o bem.

A vitória sobre o senso equivocado de identidade ou pessoalidade material é a salvação que vem por meio do Cristo, a verdadeira ideia de Deus, que atua na consciência humana. O Cristo desmascara a mente mortal em todos os seus aspectos, até que finalmente toda crença errônea desapareça da consciência humana e a Mente divina seja compreendida como a Mente única. Com o Cristo, todo o bem é possível, porque ele revela a verdadeira identidade do homem e é a chave para impessoalizar o mal. O Cristo não é algo fora de nós que precise ser buscado e acrescentado. O Cristo tem de ser encontrado dentro de nós. É “…uma influência divina sempre presente na consciência humana, e que se repete, vindo agora como fora prometido antigamente:

“Para proclamar libertação aos cativos [dos sentidos]
E restauração da vista aos cegos,
Para pôr em liberdade os oprimidos”
(Ciência e Saúde, p. xi).

Por meio dessa influência, a crença em uma mente pessoal desaparece paulatinamente, e a alegria de compreender a verdadeira identidade do homem em Cristo assume seu lugar inevitável e legítimo. Podemos verdadeiramente afirmar com Paulo: “…nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne…”, pois nosso único desejo é conhecer e ser uma “nova criatura” em Cristo (2 Coríntios 5:16, 17) e ajudar outros a fazer o mesmo.

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