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Original para a Internet

EDITORIAL

Falemos de querer (e não querer) … se esforçar

Da edição de junho de 2025 dO Arauto da Ciência Cristã


Um livro infantil bastante conhecido intitulado Stellaluna, escrito por Janell Cannon, conta a história de uma morceguinha que é separada da mãe e começa a ser criada por pássaros. Stellaluna acha difícil viver como um pássaro — comer insetos em vez de frutas, dormir em um ninho, em vez de se pendurar de cabeça para baixo em um galho de árvore, e de voar durante o dia em vez de à noite. Mas, um dia, Stellaluna conhece outro morcego, que gentilmente lhe diz que ela não é realmente um pássaro, mas um morcego. Ela então aprende a viver como um morcego, e sua vida muda. Stellaluna deixa de se esforçar para viver cada dia sendo algo que não é. Ela volta a ser alegre e sua vida passa a fazer sentido.

Quando se trata de nosso próprio trabalho de cura e da maneira como nos envolvemos com a igreja da Ciência Cristã, será que sabemos quem realmente somos? Ou, às vezes, agimos como se fôssemos um morcego, trabalhando muito e se esforçando bastante para ser um pássaro? Em outras palavras, será que aceitamos a suposição de que somos mortais problemáticos vivendo em situações difíceis, com recursos insuficientes para melhorar as coisas? Nesse caso, o trabalho metafísico vai parecer difícil e desanimador, para não dizer exaustivo.

Tentar realizar o trabalho espiritual a partir da crença de que a vida e a inteligência estão na matéria é como tentar tomar uma tigela de sopa com um garfo. Provavelmente você conseguirá apenas sentir o aroma do caldo, mas a intenção de se alimentar com a sopa e chegar ao fundo da tigela é frustrante, e saborear a comida se torna impossível.

Stellaluna estava tão cercada de pássaros que se sentia obrigada a fazer as coisas do jeito que eles faziam. Será que nos deixamos ficar tão imersos no senso mortal e convencional de vida, que acabamos aceitando uma percepção aborrecida, repetitiva e frequentemente apática, sobre o que significa adorar a Deus e estar ativo nas atividades da igreja? Se for esse o caso, então é hora de despertar.

A descoberta da Ciência Cristã diz respeito a abrir os olhos para o fato de que Deus é, verdadeiramente, a Vida, a Verdade e o Amor infinitos, e que a existência real do homem consiste em santidade, harmonia, imortalidade, sem qualquer vestígio de matéria. Quando Mary Baker Eddy escreveu Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, e depois fundou uma igreja”, como lemos no Manual dA Igreja Mãe, “…com a finalidade de lembrar e honrar a palavra e as obras de nosso Mestre, e com o dever de restabelecer o Cristianismo dos primeiros tempos e seu elemento de cura, que se havia perdido”, seu propósito era nada mais nada menos do que salvar a humanidade do pecado e da doença.

Então por que, às vezes, parece tão difícil fazer o trabalho mental que sabemos que deveríamos fazer? Porque, sempre que seguimos o senso material de vida, adormecemos e deixamos de perceber quem realmente somos como a manifestação espiritual da presença e do poder de Deus. Nesses momentos, talvez precisemos reunir toda a força concentrada, e jogar um jato de água fria no rosto, por assim dizer, para que despertemos espiritualmente.

Nosso trabalho nessa hora consiste em expulsar de nossa consciência o que quer que o senso material das coisas esteja gritando, e ouvir atentamente a voz do Cristo, que é mais calma, mas também mais poderosa, e chega espiritualmente ao âmago de nossa natureza, revelando quem somos de verdade e como podemos viver jubilosamente no amor de Deus. Por acaso não é estimulante trabalhar para ser aquilo que já somos? Isso não cansa.

O Evangelho de Mateus relata uma ocasião, no ministério de Jesus, em que ele subiu ao monte e transmitiu muitos de seus principais ensinamentos para uma vasta multidão que o seguira até lá. Depois de proferir o que conhecemos hoje como o “Sermão do Monte”, seria razoável concluir que ele havia trabalhado o dia todo e merecia uma pequena pausa. Mas uma coisa interessante aconteceu quando ele desceu. Um homem com uma doença de pele grave e altamente contagiosa ajoelhou-se na frente dele e disse: “…Senhor, se quiseres, podes purificar-me”. Jesus colocou a mão sobre o leproso e disse: “Quero, fica limpo!”, como lemos no Evangelho de Mateus. A Bíblia então nos assegura que o homem foi curado imediatamente.

A boa notícia é que esse tipo de cura ainda pode ser realizada nos dias de hoje. Ciência e Saúde é o livro-texto completo, que nos mostra como não perder de vista quem somos como imagem e semelhança de Deus. A única exigência é que estejamos dispostos a não abandonar as ideias que lemos em suas páginas, mas que as aceitemos de coração, e  compreendamos que aquilo que estamos lendo a respeito de Deus e do homem é literalmente a definição de quem nós somos e qual é a nossa relação com o Espírito.

Isso nos dá o poder de realmente entender que não somos mais obrigados a seguir e concordar com aquele senso material de vida que talvez esteja nos pesando e tornando a vida difícil. Quando lemos Ciência e Saúde sedentos de algo mais elevado e mais real do que a matéria finita, constatamos que nascemos de novo, nascemos do Espírito, como Jesus ordenou.

Depois que uma paciente de tuberculose foi informada de que tinha apenas algumas semanas ou, no máximo, alguns meses de vida, ela começou a ler Ciência e Saúde. Nove anos depois, ela escreveu: “…seria difícil encontrar agora uma pessoa mais sadia do que eu”, conforme lemos em Ciência e Saúde. Essa mesma pessoa acrescentou: “Logo de começo me pareceu que era algo em que eu sempre havia acreditado, mas que não sabia como expressar — pois parecia muito natural” (p. 624). Foi como dizer a Stellaluna quem ela realmente era e por que poderia viver uma vida totalmente diferente daquela com a qual vinha se debatendo.

Outra pessoa que, havia vinte anos sofria de uma doença, percebeu que tudo desaparecera, sem nenhum esforço específico de sua parte, quando começara a ler Ciência e Saúde (ver Escritos Diversos 1883–1896, de Mary Baker Eddy). Com relação à cura, ela escreveu: “Por quê? Isso eu não conseguiria explicar, mas o que sei é que neste reino do real encontrei ilimitada e indescritível alegria, paz, descanso e amor por todos”.

Este ano marca o 150o ano de publicação ininterrupta de Ciência e Saúde. Também significa que há 150 anos muitas pessoas vêm sendo curadas pela mensagem desse livro. Para aqueles que se perguntam se Deus atende às orações de quem busca a cura, Ciência e Saúde proclama a lei de Deus, que pode ser invocada ainda hoje e que diz: “Sim, Eu quero!”

A pergunta que falta responder, em comemoração ao 150o aniversário do livro-texto da Ciência Cristã, é a seguinte: que tipo de edição especial deveria ser lançada para comemorar essa ocasião? Será que a resposta não poderia ser…  que nós mesmos sejamos essa edição? Que tal abrir o coração para sermos essa edição comemorativa de Ciência e Saúde? Isso pode significar fazer, este ano, uma leitura desse livro com renovada sede de compreensão. Pode significar também estarmos tão empenhados em atender às necessidades de cura do próximo, que buscamos maneiras de levar esse livro e sua mensagem a outras pessoas.

Uma coisa é certa, nenhum esforço exclusivamente humano, por maior que seja, pode jamais nos propiciar aquilo que Deus já nos deu abundantemente por meio da graça. Nós já somos filhos de Deus. Não queremos perder tempo, tentando ser uma versão melhorada de algo que nunca fomos, assim como um morcego não deveria insistir em tentar ser um pássaro. Mas, se realmente e de verdade somos filhos de Deus, feitos à imagem e semelhança dEle, então queremos dar tudo o que temos para compreender isso.

Com essa compreensão, sentiremos a energia e a alegria de participar com entusiasmo do tema deste ano da Assembleia Anual dA Igreja Mãe: “À medida que trabalhais, os tempos progridem”. Essa mensagem consta em uma carta encorajadora que a Sra. Eddy escreveu a uma igreja em Atlanta, por ocasião da dedicação de seu edifício. Ela assegurou a eles, e a nós, que “À medida que trabalhais, os tempos progridem; pois a majestade da Ciência Cristã ensina a majestade do homem”, como lemos em seu livro The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany.

É hora de trabalhar e fazer isso com a energia natural e revitalizada da mensagem que vem do Cristo: “Sim, eu quero!”

Scott Preller
Membro da Diretoria da Ciência Cristã

 

 

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