No segundo semestre, no primeiro ano do ensino médio, as aulas de iniciação ao cálculo começaram a ficar mais rigorosas, e eu estava com dificuldade de manter a matéria em dia. Por isso, passei a dedicar mais tempo ao estudo. Assisti a aulas de reforço online e codifiquei com cores as anotações, para mantê-las mais organizadas. Quando chegou a época das provas, eu estava orgulhosa da dedicação extra que havia aplicado à matéria, e sentia-me bem preparada.
O exame foi do jeito que eu tinha pensado, e minha confiança aumentava a cada problema que eu conseguia resolver. Quando estava na metade das questões, olhei o relógio pela primeira vez e entrei em pânico ao perceber que me restavam apenas cinco minutos! Tentei manter a calma e me concentrar no teste, mas o tempo parecia voar, e só pude completar mais umas duas questões.
Quando a professora recolheu as provas, comentou que eu teria conseguido terminar se “soubesse a matéria”. Surpreendida e magoada, passei o resto do dia tentando esconder dos colegas as minhas lágrimas. Nos dias seguintes agi como se a prova não tivesse acontecido e como se não me importasse nem um pouco de tirar uma nota baixa.
Mas quando a professora nos deu a opção de fazer outra prova, fiquei em conflito. Para refazer a prova, eu teria de completar mais deveres de casa, bem como devotar tempo para aulas de reforço. Valeria a pena? Afinal, eu já tinha decidido que não iria me importar com uma nota baixa.
Compreendi que o único jeito de sair da dúvida seria por meio da oração, porque eu realmente não queria ceder à apatia ou ao ressentimento; queria ouvir a orientação divina. Pela oração, veio-me ao pensamento esta passagem do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Cada fase sucessiva de experiência desdobra novas perspectivas do bem e do amor divino” (Mary Baker Eddy, p. 66).
Eu sabia que, como parte integrante de ver e expressar o bem que é Deus, eu teria de fazer o que fosse necessário para avançar na carreira acadêmica. O passo certo, sob a orientação de Deus, era mostrar que, na verdade, eu sabia a matéria da prova. Dessa forma, eu estaria refletindo a qualidade espiritual da inteligência ilimitada, que vem de Deus, e que todos expressamos.
Depois de entender isso, foi fácil fazer a parte extra dos deveres de casa e assistir às aulas de reforço. Senti-me bem preparada para a prova que se aproximava, e o ressentimento para com a professora de matemática começou a desaparecer.
Mas no dia da prova, deparei-me com uma inesperada crise de ansiedade. O medo com relação ao tempo reapareceu, e comecei a pensar que eu poderia, mais uma vez, não conseguir completar as questões. Se isso acontecesse, pensei, então todos os meus preparativos teriam sido em vão.
Sentada na sala de aula, esperando receber as questões, trabalhei em oração para acalmar meus pensamentos. Enquanto orava, uma ideia impressionante me ocorreu. Entendi que o fato espiritual era que eu existia no universo perfeito de Deus, que não conhece um conceito como o tempo. Portanto não havia medo, limitação ou impedimento que pudesse me impedir de expressar a Mente infinita.
Só olhei para o relógio quando acabei tudo. Fiquei surpresa ao ver que ainda restavam pelo menos dez minutos, algo que nunca tinha me acontecido em uma prova de matemática! Eu sabia que isso acontecera porque estava consciente da minha existência na infinitude de Deus, que não tem senso de tempo.
Essa experiência me abriu os olhos para o modo como a oração é realmente eficaz em combater a ansiedade durante as provas. Depois disso, passei por outros testes, como exames estaduais e nacionais, com harmonia e facilidade. Sou muito grata pela Ciência Cristã e pela força que nos dá para enfrentar e eliminar o medo.
