Tive uma ideia que me pareceu boa. Eu queria fazer um mestrado e, portanto, comecei a frequentar aulas na faculdade da universidade estadual onde eu morava. Tudo a respeito desse plano fazia sentido, ou assim pensava eu. Mas, após umas poucas aulas, comecei a me perguntar se, afinal, essa ideia era mesmo a melhor indicação do que fazer.
Para onde nos volvemos, quando não sabemos o que fazer? Talvez aos pais, ou a um amigo? Alguém que sabe mais do que nós? Eu sabia que precisava de algum conselho ou orientação, então decidi conversar com o diretor do departamento em que eu estava estudando. Contei-lhe toda a minha história e minhas ansiedades, na expectativa de que ele me dissesse quais eram as minhas opções e meu futuro. Ele ouviu com muita atenção, mas, em vez de me dar conselhos, perguntou se eu conhecia o hino “Benigna Luz”.
Fiquei surpresa, por várias razões. Primeiro, eu não sabia que ele era religioso e ele não sabia que eu era. Segundo, eu não havia solicitado um hino; estava lhe perguntando o que ele achava que eu deveria fazer.
Admiti que não conhecia muito esse hino. Então, ele me mencionou umas palavras do hino. Eu nunca o havia cantado na igreja, mas depois constatei que está no Hinário da Ciência Cristã, e hoje ele é um dos meus favoritos. A primeira estrofe diz:
Benigna Luz, desfaz’ a escuridão,
Vem me guiar.
Escuro está; do lar, bem longe estou.
Vem me guiar,
Meus pés guardar. Não peço para ver
Adiante, além. Um passo bastará.
(John Henry Newman, 169, trad. © CSBD)
Foi aí que entendi. Eu não precisava do conselho de uma pessoa, não importa quão inteligente ou bem intencionada ela fosse. A melhor orientação que eu podia ter era de Deus, a Mente onisciente e todo-sábia. Essa orientação seria exata e amorosa, precisamente o que eu necessitava.
Eis aqui algo mais que o hino me ajudou a compreender. Inúmeras vezes, quando não vemos o caminho a seguir, queremos obter uma resposta ampla e abrangente. Queremos ver tudo do começo ao fim e saber como tudo vai acabar. Mas o hino reafirmou para mim que seria suficiente um passo de cada vez. Deus não iria me conduzir para frente por um ou dois passos, e depois me abandonar. A Mente me guiaria a cada passo do caminho.
Depois de orar a respeito e realmente ouvir a Deus com o coração aberto, achei que deveria abandonar aquelas aulas do curso de mestrado. Fiquei em paz com essa decisão, que me pareceu ser uma boa indicação de que eu estava seguindo a orientação de Deus, em vez do meu próprio senso das coisas.
Mas esse não foi o fim da história. Na verdade, passaram-se várias décadas até que eu voltei a fazer um curso de mestrado, e foi em uma área completamente diferente. Mas foi um encaixe perfeito para mim, com aulas muito interessantes. Mesmo que meu caminho não tenha sido nada tradicional, foi dirigido por Deus.
Aprendi com essa experiência que deixar que Deus nos guie pode nem sempre nos levar para onde pensávamos, mas visto que Deus é o bem, nós sempre seremos conduzidos para algum lugar que é bom. Podemos confiar nesse fato!