Eu não tinha tempo, nem o menor interesse em religião. Eu trabalhava em uma agência de publicidade na Avenida Madison em Nova York, e minha vida era repleta de coisas boas: dinheiro, viagens, roupas de marca e uma maravilhosa casa de veraneio.
Mudei-me de Nova York para Los Angeles para trabalhar em Hollywood. Eu tinha tudo do bom e do melhor; ou pelo menos pensava assim, até uma noite, quando alguns amigos vieram me visitar. Estávamos comendo, tomando vinho e nos divertindo, e começamos a conversar sobre o significado da vida. E surgiram perguntas do tipo: Por que estamos aqui? E, qual é o sentido da vida?
Por alguma razão, com o raciocínio enevoado entre o vinho e as respostas intelectuais (embora não necessariamente profundas) àquelas duas questões, uma luzinha surgiu para mim, com uma ideia que pipocou na minha cabeça. Você sabe por que está aqui, pensei. Você aprendeu isso na Escola Dominical.
Pode-se dizer que eu estava ocupada demais com meu estilo de vida, no qual não havia espaço para o que eu aprendera na Ciência Cristã. Eu frequentara a Escola Dominical até o término do ensino médio, mas, quando fui morar por conta própria, a Ciência Cristã ficara só como pano de fundo. Eu nunca abandonei completamente a Ciência Cristã. Mas até os vinte e tantos anos eu nunca realmente a praticara. Minha mãe era praticista da Ciência Cristã, dedicando-se a ajudar aos que buscavam a cura por meio da oração; eu mesma, quando estava cursando a faculdade e atarefada com outras coisas, quando necessitava de ajuda ainda pedia que mamãe me apoiasse por meio da oração. E tive curas. Mas Deus, igreja e tudo que tivesse a ver com minha compreensão e estudo da Ciência Cristã, tudo isso estava longe do meu pensamento.
Naquela noite, no entanto, eu não conseguia, e aliás nem queria, ignorar o pensamento que me ocorrera. Eu sabia por que estamos aqui. Então, depois que meus amigos foram embora, desencavei minha Bíblia e o livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy; ambos estavam literalmente empoeirados, pois havia bastante tempo que eu nem olhava para eles. E então, um outro pensamento me ocorreu. Lembrei-me do modo como Mary Baker Eddy muitas vezes abria a Bíblia ao acaso e deixava que Deus falasse com ela por meio de um trecho bíblico, à medida que ela orava com base naquelas ideias e encontrava inspiração e orientação para compreender o significado delas. Foi então que decidi fazer o mesmo: abrir minha Bíblia e deixar Deus falar comigo.
Assim, deparei-me com Provérbios 16:3, que diz: “Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos”. Um senso de libertação me sobreveio. Durante todos aqueles anos eu tivera tudo o que queria, menos espiritualidade. Mas subitamente percebi o quanto eu estava espiritualmente faminta, e era enorme o meu anseio por espiritualidade, e por algo mais profundo e mais significativo do que aqueles superficiais parâmetros de sucesso e de felicidade.
Depois, tudo aconteceu de forma muito rápida. Adquiri um exemplar do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, para voltar a estudar a Lição Bíblica Semanal. Eu desejava orar de modo mais efetivo pelas situações com as quais me deparava, e também pelas pessoas à minha volta. Então voltei a frequentar a igreja, onde eu estaria rodeada de uma comunidade formada por pessoas que se dedicavam a orar umas pelas outras e em prol do mundo inteiro. Poucos meses depois fiz o Curso Primário da Ciência Cristã, um curso de 12 dias de duração, no qual aprendemos a respeito da cura espiritual. Tornei-me capelã da Ciência Cristã, e trabalhei nos presídios de Los Angeles durante doze anos. E por quê? Porque, quando realmente passei a me dedicar à Ciência Cristã, compreendi finalmente o que a Ciência explica sobre a existência, que é criada por Deus e amorosamente cuidada por Deus, o que é bastante diferente do que vemos ao observar tudo superficialmente. O que aprendemos na Ciência Cristã pode transformar a vida de qualquer pessoa, em qualquer lugar, por meio da cura. E percebi que a Ciência Cristã havia me equipado para eu poder partilhar com outras pessoas esse aprendizado.
O ponto-chave para mim com relação à Ciência Cristã foi a compreensão de que não se tratava de uma religião à qual eu havia pertencido toda a minha vida, nem de uma cultura ou tradição religiosa, nem da opinião de alguém sobre a Ciência Cristã. Em vez disso, tratava-se do empenho autêntico com que eu própria me dedicava à Ciência Cristã, com base no meu compromisso, orações e desejo de ajudar as pessoas. Dei-me conta de que a minha prática da Ciência Cristã vai além de minha própria vida ou das paredes da igreja. Todos merecem conhecer a abrangência do amor de Deus, que salva e cura; e percebi que minha vida podia ser consagrada a demonstrar o que eu conhecia como a verdade a respeito de Deus, e de cada um de nós como filhas e filhos de Deus, a quem Deus ama em toda e qualquer situação.
Tudo o que eu aprendera durante os anos em que frequentei a Escola Dominical mostra que, ao compreendermos melhor a respeito de tudo o que Deus é, e do modo como essa compreensão tem resultados efetivos e sanadores, podemos assim melhor servir e amar aos outros, exatamente como Cristo Jesus fez. Graças à Ciência Cristã, estou equipada para isso, e constatei que a vida é plena de sentido.