Eu me sentia apreensivo. Estava prestes a passar o verão como orientador, em um acampamento para Cientistas Cristãos, e não tinha a certeza se conseguiria dar o máximo que eu podia, nessa função. Sempre enfrentei dificuldades com fadiga e falta de disposição, principalmente nos esportes, e agora teria de trabalhar com as crianças mais novas, que estão sempre cheias de energia. Ainda por cima, os orientadores se deparam com demandas constantes e a sensação de terem de correr em todas as direções, e minha preocupação era não conseguir ter energia e entusiasmo suficientes para trabalhar.
Conforme o esperado, depois de apenas uma semana com os meus campistas, eu já começava a me sentir sobrecarregado. A fadiga me atrapalhava, eu não conseguia estar sempre completamente pronto para atender as crianças, como eu queria estar, e ainda havia um longo verão pela frente.
Como a oração sempre me ajudou quando tive de lidar com qualquer coisa que parecesse desafiadora em minha vida, comecei a orar a respeito da fadiga. Uma das formas de orar que eu gosto de pôr em prática é pensar em passagens da Bíblia ou de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, as quais me deem uma perspectiva mais espiritual. Dessa vez, esta foi a ideia que me ajudou: “Deus descansa em ação” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde, p. 519). As crianças mais novas sempre tinham muita energia, e me ocorreu que elas nunca se preocupavam com o pensamento de que a energia pudesse ser limitada. Foi muito fácil eu perceber que para elas a energia vem de Deus — uma fonte ilimitada, e isso me ajudou a entender que minha energia também vem de Deus, e não de dormir mais ou trabalhar menos. Deus não tem limites, portanto, também nós naturalmente nos expressamos sem limites.
Nesse período, eu estava lendo Ciência e Saúde continuadamente, e encontrei uma passagem que me ajudou a aprofundar ainda mais essa ideia: “O remédio científico e permanente contra a fadiga é tomar conhecimento do poder da Mente sobre o corpo ou sobre qualquer ilusão de cansaço físico, e destruir assim essa ilusão, pois a matéria não pode ficar cansada e sobrecarregada” (p. 217). Entendi, de fato, que a Mente, Deus, tem controle absoluto do meu corpo, e visto que Deus não me dava fadiga, eu não podia senti-la.
Essa percepção destruiu o que restava de meu medo à fadiga, e me permitiu continuar trabalhando cheio de vigor com os meus campistas, pelo resto do verão. Eles se divertiram, e eu também.