Era o começo do ano escolar. Depois de estudar por um ano em outro colégio, eu estava voltando para a escola que frequentara anteriormente. Embora conhecesse alguns colegas, sentia-me excluída, como se não fizesse parte da turma. Esse sentimento aumentou quando entrei no time de futebol.
Quase todas as jogadoras já tinham uma amiga no time e parecia que ninguém queria me incluir. Em alguns jogos minhas companheiras ficavam frustradas comigo, e pensei seriamente em sair do time.
Conversei com meus pais e amigos sobre isso. Como não sabia o que fazer, dei-me conta de que podia orar, como tinha aprendido na Escola Dominical da Ciência Cristã.
Um de meus hinos favoritos, no Hinário da Ciência Cristã, é de autoria de Mary Baker Eddy (304–309): “Apascenta as minhas ovelhas”. Quando não sei por onde começar a orar, lembro-me desse hino, porque me faz lembrar da orientação que Deus nos dá.
Ao começar a orar com esse hino, um trecho da segunda estrofe chamou minha atenção. Diz assim:
Praia estranha a palmilhar,
Lido em solidão,
Quero pela porta entrar,
Onde os teus estão.
(trad. © CSBD)
Senti como se, metaforicamente, eu estivesse em uma “praia estranha”. Participava de um grupo de pessoas que me pareciam desconhecidas, sentia-me excluída do bem. A frase “lido em solidão” descreve bem como eu via a situação, ao tentar causar boa impressão e cumprir as metas que minhas companheiras haviam estabelecido para mim.
Enquanto orava, cheguei ao trecho que diz: “Quero pela porta entrar”. Lembrei-me da declaração que está em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, que recomenda: “Monta guarda à porta do pensamento” (p. 392). Ou seja, precisamos estar atentos aos pensamentos que chegam a nós, e decidir quais vamos aceitar e em quais vamos acreditar, e os que vamos rejeitar. Se os pensamentos provêm de Deus, ou seja, do Amor, são esses os que queremos ouvir. Percebi que era dessa forma que eu precisava pensar sobre minhas companheiras de time.
Ao chegar no trecho que diz: “Onde os Teus estão”, (ou seja, conheces os que são Teus) compreendi que Deus conhecia a mim e a minhas companheiras de time como boas, isto é, Deus é bom e todos O refletimos, portanto, temos de ser bons. Entendi que podia confiar nesse pensamento.
Reconhecer que Deus vê apenas a verdade a meu respeito e de minhas habilidades ajudou-me a expressá-las nos treinos e em campo. Apoiada nessa revelação, terminei a temporada com uma boa avaliação. Continuei a expressar as habilidades que me eram dadas por Deus, e a reconhecer as do time também. Não mais me senti excluída, pois compreendi que todas estávamos incluídas no bem que Deus concede.