Eu tinha um importante trabalho da faculdade para entregar em cinco dias, e ainda não havia começado. Aliás, nem sequer tinha escolhido o tema do trabalho.
O professor havia apresentado uma lista de temas para escolhermos, mas todos me pareciam obscuros ou enfadonhos. Eu não conseguia gostar de nenhum.
Com a aproximação do fim do prazo para a entrega, eu sabia que estava na hora de fazer o que já deveria ter feito antes — algo que eu havia feito inúmeras vezes como estudante da Ciência Cristã. Em oração, voltei-me para Deus, que é a inteligência infinita, para que Ele me ajudasse.
Ao orar, o primeiro pensamento que me ocorreu foi uma parte da explicação dada por Mary Baker Eddy a respeito de nossa identidade espiritual: “…a ideia de Deus, ideia composta que inclui todas as ideias corretas…” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 475). Ponderei que a decisão quanto ao tema a escolher era, por si só, uma ideia correta, pois concluir o trabalho era a coisa certa a fazer. E, de acordo com a explicação acima, a ideia correta já era parte de mim. Tinha de ser. Se não fosse, eu seria incompleto, e Deus não pode fazer nada nem ninguém que não seja completo.
Então, por que eu não conseguia escolher um tema? Dei-me conta de que essa era a pergunta errada, pois ela ainda presumia que a ideia necessária estava em algum lugar fora de mim, e que eu tinha de escolher, encontrar ou esperar por essa ideia. Na verdade, eu não tinha de fazer nenhuma dessas coisas. O que tinha de fazer era aceitar que eu era completo, já que sou a “ideia composta” de Deus.
Quando enfrentamos um problema de saúde, não é diferente. Nossa oração não visa a fazer com que nosso corpo se sinta melhor. O objetivo de nossa oração é levar-nos a compreender mais claramente que, por sermos filhos de Deus, já somos, em realidade, completos e saudáveis. De igual modo, eu não necessitava orar buscando pensar ou escolher algo que me faltava; eu apenas precisava reconhecer que nada poderia me faltar, nem mesmo as ideias de que necessitava.
Resolutamente, afastei as preocupações quanto às circunstâncias envolvidas — minha opinião sobre os temas, a pressão quanto ao prazo, as consequências de não entregar o trabalho etc. Com uma convicção cada vez mais forte, aceitei a verdade a respeito de minha completude como filho de Deus, e afirmei que nem ansiedade, preocupação, frustração nem qualquer outro pensamento negativo poderiam se interpor ou interferir nessa completude. Orei com essas ideias por algum tempo, até me sentir confiante e deixar de me preocupar.
Aí então, voltei a ler a lista dos temas. Imediatamente, um deles chamou minha atenção. E já não me parecia obscuro nem enfadonho, em vez disso, parecia ser algo a respeito do qual eu iria gostar de saber mais. Comecei logo a escrever. Gostei de pesquisar e de redigir o trabalho, fiz a entrega no prazo e tirei uma boa nota.
Não há fórmulas, quando se trata da prática da Ciência Cristã. Mas, essa percepção básica — de que cada um de nós inclui toda ideia de que necessita — me ajudou bastante durante os anos seguintes, nos cursos de graduação e pós-graduação, e continua a ser muito útil para mim. Qualquer tarefa ou situação em que nos encontremos requer uma ideia ou um fluxo de ideias. E é reconfortante lembrarmos que, por sermos “a ideia composta” de Deus já possuímos todas as ideias de que necessitamos.