Quando era adolescente, eu gostava muito de praticar mergulho com equipamento de respiração, e fazia isso sempre que podia. Sentar-me no fundo do mar e ficar observando o movimento suave das florestas de algas acima de mim era uma de minhas atividades favoritas. A beleza silenciosa debaixo d’água me dava uma profunda, quase indescritível, sensação de paz.
Um dia, depois de me divertir por horas mergulhando, enquanto descarregava o equipamento do carro, tentei fechar o porta-malas com as mãos ocupadas. Ao fazer isso, me caiu sobre os pés um peso de quase 1 kg — usado para me manter submersa durante o mergulho. A peça atingiu diretamente um dos dedos com toda a força. A princípio, eu fiquei zonza, mas consegui entrar em casa.
Devo ter parecido meio ridícula ao andar mancando. Meu irmão até me acusou de estar fingindo. Nos dias seguintes, eu tentava andar normalmente, mas não conseguia. Depois de eu já estar mancando por algum tempo, meu pai sugeriu que fosse feita uma radiografia do pé.
Essa ideia me pegou de surpresa. Quando era criança e logo depois de entrar na adolescência, eu havia tido muitas curas na Ciência Cristã, me apoiando nas orações de meus pais. Outras vezes pedíamos ajuda a um praticista da Ciência Cristã, e eu rapidamente ficava livre do problema. Mas, honestamente, eu não havia orado a respeito desse dedo. Achava que ele sararia por si mesmo.
Foi feita a radiografia e esta mostrou que um dedo havia sido fraturado e o osso estava se consolidando, mas torto. O médico sugeriu quebrar o osso novamente, e fazer a correção, para que ele se consolidasse da maneira correta; caso contrário, o dedo ficaria torto para sempre.
Naquele exato momento, tomei a decisão de confiar na Ciência Cristã para a cura, e perguntei a meus pais se eu poderia telefonar para minha professora da Escola Dominical da Ciência Cristã e lhe pedir que orasse comigo. Eles deram total apoio à minha decisão.
Minha professora da Escola Dominical, que também era praticista da Ciência Cristã, me encorajou a orar compreendendo que eu sou espiritual — uma filha de Deus, o Espírito — sem falhas e sem nada quebrado. Depois do telefonema, tive uma sensação de paz ainda maior do que aquela que eu sentia durante os mergulhos no mar. Senti uma presença poderosa, difícil de descrever, e não tive nenhuma dúvida de que seria totalmente curada. Na verdade, a preocupação com o dedo desapareceu completamente.
Em pouco tempo parei de mancar, e percebi que o dedo machucado tinha se alinhado naturalmente com os outros dedos do pé. Não fiquei surpresa, porque o que eu havia sentido como resultado da oração tornou-se para mim muito mais real do que o problema parecia ter sido. Logo a cura estava completa, e eu nem conseguia dizer qual dedo fora quebrado.
A maior bênção, porém, foi eu ter percebido como é importante reagir imediatamente com a oração a todo problema ou acidente. Essa oração inclui entender que eu sou uma ideia, uma expressão espiritual, e não um corpo físico que poderia ser danificado. Também compreendi que eu posso instantaneamente reivindicar o fato de que eu e os outros somos livres de acidentes. Esta passagem de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras tornou-se a sabedoria prática de que eu precisava: “Monta guarda à porta do pensamento. Admitindo somente aquelas conclusões cujos resultados desejas ver concretizados no corpo, tu te governas harmoniosamente” (Mary Baker Eddy, p. 392).
Alguns anos após essa cura, senti-me guiada a fazer o treinamento para me tornar enfermeira da Ciência Cristã. Na época, eu não tinha muita certeza se seria capaz de seguir esse treinamento, mas sabia, sem dúvida alguma, que era isso o que eu deveria fazer. A cura do dedo foi determinante nessa decisão — a primeira experiência em que eu realmente compreendi que minha identidade é espiritual. E, com base nessa compreensão, eu sabia que poderia apoiar o trabalho de cura, tanto para mim quanto para outras pessoas.