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Original para a Internet

Contribuir para a estabilidade em tempos instáveis

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 30 de setembro de 2024


A instabilidade no mundo não é algo novo. Se pensarmos nos tempos bíblicos, por exemplo, durante séculos governos estrangeiros controlaram o país dos antepassados de Jesus e, na época dele, havia a ocupação dos romanos. No entanto, os quatro Evangelhos mostram que o Mestre tinha a paz e a serenidade que ensinava e transmitia aos outros. Ele disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27).

O que Jesus via, que lhe permitia acalmar tempestades e andar sobre as ondas? O que ele sabia que lhe permitia tranquilizar e fortalecer, além de curar, os que estavam ao seu redor? Certa vez, ele comparou seus ensinamentos a uma casa que resiste a tempestades e inundações, por ter sido edificada sobre uma rocha. E também disse que aqueles que tivessem fé como um grão de mostarda poderiam mudar o mundo.

Jesus tranquilizou, fortaleceu e curou aqueles ao seu redor pela compreensão de que Deus, e não o mundo, é a fonte do bem permanente. Seus ensinamentos apontam para a realidade espiritual, a existência e o universo sempre presentes que são a expressão eterna do único Deus infinito, o Espírito, que é todo o bem. Esse universo não depende, absolutamente, de um conceito físico de universo. À medida que rejeitamos a falsa evidência dos sentidos físicos, podemos começar intuitivamente a compreender que o bem infinito e a harmonia são naturais. Na proporção em que cultivamos a compreensão e a confiança nesse universo espiritual que Deus criou para manifestar a Si mesmo, passamos a perceber cada vez mais que esse universo é substancial e tangível.

A respeito do reino dos céus, o governo onipresente de Deus, Jesus disse: “Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:20–21). O reino de Deus dentro de nós — a consciência da estabilidade que Deus dá a todos nós por sermos Seus filhos, Sua imagem e semelhança espiritual — permite-nos trazer à luz a estabilidade em nossa vida e no mundo, como fez Jesus.

Mas o que fazer para não sermos dominados pelos aparentes altos e baixos da vida pessoal e do mundo ao nosso redor? Podemos recusar-nos continuamente a aceitar que a desarmonia seja inevitável. A Ciência Cristã revela que a desarmonia não é inevitável — e essa é uma ideia radical, porém fortalecedora — a desarmonia nem mesmo é possível. Ela não faz parte da Vida eterna, que nos sustenta, e que é Deus.

Muito além do conceito de que a vida seja uma série de eventos históricos, fisiológicos ou psicológicos, bons ou ruins, a Vida é o desdobramento daquilo que foi revelado a Moisés como “Eu Sou o Que Sou” (Êxodo 3:14). Esse Ser infinito, todo-harmonioso, não tem oposição, nem está dividido, nem é discordante. Deus é todo-amoroso e todo-poderoso, e Sua criação reflete Sua natureza toda harmoniosa. Tanto individual como coletivamente, podemos provar essa verdade absoluta por meio de nossa compaixão, tranquilidade, confiança na supremacia do bem e em nossos esforços para ajudar a humanidade a progredir.

Tive muitas oportunidades de demonstrar a permanência e a estabilidade do bem em minha própria vida, e de ajudar a provar essa estabilidade na vida de meu país. Eu já era adulto quando a província de Quebec realizou dois referendos sobre a possibilidade de se tornar independente do restante do Canadá. O primeiro foi em 1980 e o segundo em 1995. O voto “não” venceu por uma pequena margem em 1980 e por uma margem ainda menor — menos de um ponto percentual — em 1995. Mas, em ambos os casos, os eleitores aceitaram o resultado.

Minha oração durante o segundo referendo consistiu em remover o medo de meu pensamento. Eu me perguntei: “O que realmente me define? O que constitui minha identidade? A história, o idioma, a geografia?” Orei para compreender mais plenamente que eu vivo no reino de Deus, onde todos os Seus filhos vivem em harmonia, com respeito e em paz, e são governados pelo Amor divino. Embora eu tenha nascido em uma parte do Canadá onde se fala majoritariamente o idioma inglês, o fato de entender que sou espiritual e governado por Deus me impeliu a aprender francês, aprender mais sobre os franco-canadenses, e a sentir e demonstrar um senso ainda maior de fraternidade em relação a todos os meus compatriotas. Embora muitas questões políticas entre Quebec e o restante do Canadá ainda estejam sendo debatidas, o país permanece estável. Sinto que essa maneira espiritual de ver a mim mesmo, e aos que estão ao meu redor, contribuiu para essa estabilidade.

Mary Baker Eddy viveu em um lugar e em uma época de grande turbulência. A Guerra Civil nos Estados Unidos, durante a qual seu marido foi capturado e seu filho já adulto quase morreu, por pouco não levou o país a uma divisão, de uma forma muito violenta. Mas ela escreveu: “Aprendi há muito tempo que o mundo não podia me privar de nada nem me dar coisa alguma…” (Escritos Diversos 1883–1896, p. 281). Posteriormente, por meio de sua percepção do governo sempre presente de Deus, ela foi inspirada a fundar o The Christian Science Monitor, uma fonte de notícias diárias internacionais que traz clareza, estabilidade e tem uma abordagem meticulosa e construtiva ao noticiar questões locais, nacionais e internacionais.

É confortador saber que o mundo não pode nos dar estabilidade nem tirá-la de nós. Temos essa estabilidade, neste exato momento, na realidade espiritual de Deus, e podemos recorrer a essa consciência para acalmar, elevar e redimir o mundo ao nosso redor.

Lyle Young
Redator Convidado

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