Quando ouço esta música bastante conhecida e cantada em inglês por Taylor Swift, Shake it off (cuja tradução livre poderia ser “Sacuda a poeira, e siga em frente!”), eu não consigo deixar de sorrir, porque essa frase me faz lembrar de uma ideia que tem me ajudado muito, em meu estudo e prática da Ciência Cristã.
Quando Jesus estava instruindo seus discípulos para que fossem a diferentes povoados, curassem e falassem sobre a nova compreensão que haviam adquirido a respeito de Deus — a Vida eterna, a Mente inteligente e o Amor infinito — ele lhes deu o seguinte conselho: “Ao entrardes na casa, saudai-a; se, com efeito, a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for, torne para vós outros a vossa paz. Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés” (Mateus 10:12–14).
Eu gosto de pensar que esse conselho quer dizer: “Não deixe que a rejeição lhe tire a paz. Sacuda o pó, ou seja, livre-se da frustração que está sentindo, descarte a decepção imediatamente, e siga adiante”. Essa mensagem também tem sido de muita ajuda em minha vida.
Quando sacudimos algo de nós, separamos de nós esse algo. O que significa separarmo-nos do pó?
Com o estudo da Ciência Cristã, aprendi que o pó pode representar a matéria — que é o suposto contrário de Deus, que é Tudo e é o Espírito incorruptível. O primeiro capítulo do Gênesis explica que Deus criou o homem à Sua semelhança. Isso deve significar que cada um de Seus filhos — o que inclui todos nós — é totalmente espiritual, bom, puro, justo, perfeito e digno de ser amado em todos os sentidos da palavra. Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, escreveu: “O homem não se originou do pó, materialmente, mas sim do Espírito, espiritualmente” (Escritos Diversos 1883–1896, p. 57).
Então, podemos pensar que “sacudir o pó dos nossos pés” significa sacudir o senso material, empoeirado e limitado que temos a nosso respeito e a respeito dos outros.
Pode parecer impossível nos livrar desses pensamentos inúteis. Não se consegue sacudir o pó somente por meio da vontade humana. Com a oração, porém, podemos alcançar uma compreensão mais profunda da totalidade de Deus e de nossa relação inseparável com Ele. Então, nos libertamos da enfermidade, da amargura, das feridas e do ressentimento, por percebermos que Deus é totalmente, ou seja, 100%, bom. Cada um de nós está envolvido por Sua bondade e está sujeito apenas a Seu amor.
Como existe apenas uma Mente, Deus, os pensamentos desarmoniosos, na verdade, não fazem parte de nós. O Cristo — a eterna mensagem divina da verdade a respeito do que Deus é, e do que nós somos, por sermos Seus filhos — nos capacita a reconhecer que são errôneas as crenças a respeito de nossa natureza, e a compreender a verdade sanadora.
Certo dia, há pouco tempo, comecei a me sentir muito mal, com sintomas que se assemelhavam muito aos de gripe. Naquela noite, orei para me livrar de crenças materiais e do medo de que pudesse ser interrompida a harmonia de meu existir, que é gerado pelo Espírito, e é uma ideia do Espírito. Onde, sendo Deus onipresente, pode haver algo prejudicial? Então, veio-me o pensamento: “Você não precisa acreditar nisso. Você pode sacudir o pó e se livrar dessas ideias errôneas!”
Mas isso não significava esperar ou desejar que a enfermidade fosse embora. Era um chamado para reconhecer que o que os sentidos físicos relatam não é a verdade fundamental daquilo que nós somos — e um incentivo para insistir na totalidade de Deus e de Sua bondade. A todos nós foi dada autoridade divina para fazermos isso.
Na manhã seguinte, todos os sintomas haviam desaparecido.
A voz interior do Cristo, a Verdade, fala a todos nós, assegurando que nossa paz e nossa saúde são dádivas de Deus. O Cristo acalma, conforta e neutraliza o pensamento impregnado de ideias negativas. O Cristo nos possibilita ter um senso de equilíbrio interior, dignidade e domínio sobre a desarmonia — quer seja em questões de relacionamento, ansiedade, depressão, enfermidade ou qualquer outra coisa.
A Bíblia nos relata uma ocasião em que uma cobra venenosa, fugindo do calor do fogo, se prendeu à mão do apóstolo Paulo. O que ele fez? Ele sacudiu a mão e se livrou do réptil, e não sofreu mal algum.
É isso que podemos aprender a fazer, quando pensamentos tóxicos tentam prender-se a nós: com a ajuda do Cristo, que está sempre ativo, podemos sacudir de nós esses pensamentos, agarrar-nos à verdade de nossa natureza real, de que somos espirituais e completos, e deixar que a paz retorne à nossa experiência de vida.