Eu estava em Londres fazendo um curso para estudantes do ensino médio, com duração de um semestre. Depois de uma semana cheia de atividades, decidi passar o fim de semana com meus tios. Eles moravam a duas horas de distância de trem. Eu me sentia estressada e queria ter um pouco de contato com membros de minha família.
Cheguei à estação de trem atrasada devido à longa caminhada, e a máquina para compra de passagens em vez de imprimir um bilhete unitário, como eu esperava, imprimiu quatro bilhetes. Fui falar com um funcionário da estação, e ele explicou que duas passagens eram para a viagem de ida e duas para a volta. Ele também me disse que eu deveria pegar um trem, do outro lado da cidade, que partiria em meia hora!
Preocupada, e me sentindo cada vez mais angustiada devido à pressão do tempo, corri para a estação de metrô para tentar cruzar a cidade. Eu nunca tinha ficado tanto tempo longe de casa, e tudo o que queria era estar com minha família. Fiquei com os olhos cheios de lágrimas quando vi uma multidão na entrada da estação de metrô. Vi que não conseguiria pegar o trem, o que me fez desejar ainda mais o aconchego da família. Eu também estava preocupada porque a bateria do meu celular estava quase descarregada.
Mas eu sabia que não estava desamparada. Desde criança, havia aprendido que sempre posso pedir ajuda a Deus. Então, comecei a cantarolar um hino do Hinário da Ciência Cristã, o qual conheço desde os tempos em que frequentava a Escola Dominical da Ciência Cristã. Chama-se “A Oração Vespertina da Mãe”, e me tranquiliza muito, porque me faz lembrar de quando eu o cantava com minha avó. A primeira estrofe diz:
Gentil presença, gozo, paz, poder,
Divina Vida, reges o porvir;
Susténs da avezinha o voejar,
Meu filho guarda em seu progredir.
( Mary Baker Eddy, Hino 207-212)
O poema de Mary Baker Eddy, no qual a letra desse hino se baseia, diz o seguinte:
Ó, doce presença, paz, alegria e poder,
ó Vida divina, a quem pertence cada hora do porvir;
Tu, ó Amor, que proteges o voejar vacilante da avezinha,
Mantém bem alto o voo do meu filho, esta noite!
(Escritos Diversos 1883–1896, p. 389)
O Amor e a Vida são sinônimos de Deus, o que me fez lembrar que Deus é o único poder e que o Amor estava no controle da situação. Compreendi que poderia aceitar o fato de que Deus estava governando tudo, e de que eu só precisava ouvir Sua orientação. Não importava o que acontecesse, eu sabia que era amada e estava protegida.
Continuei cantarolando o hino como se fosse uma oração e, quando cheguei na parte que diz “ ‘Convosco sempre estou’. Vigiai e orai”, de repente ouvi uma voz atrás de mim. Uma senhora estava conversando com um funcionário e perguntando como chegar à Estação Paddington — exatamente a estação para onde eu precisava ir. Isso me pareceu uma mensagem angelical de Deus. Parte da definição de anjos em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras diz: “Pensamentos de Deus que vêm ao homem; intuições espirituais, puras e perfeitas…” (Mary Baker Eddy, p. 581). Senti o controle e a orientação do Amor.
Eu disse àquela senhora que eu também estava indo para a Estação Paddington e que não sabia como chegar lá. Ela respondeu que descobriríamos o caminho juntas! Andamos praticamente de braço dado enquanto procurávamos nosso trem, e finalmente o encontramos. Ela me fez sentir tão amparada, que toda a preocupação desapareceu. Consegui chegar à casa de meus tios e passei momentos muito agradáveis com eles.
Sou eternamente grata pela maneira como Deus nos guia, não importa em que lugar do mundo estejamos!