Hoje em dia, parece que no mundo inteiro o pensamento humano está constantemente agitado e revoltado — como uma rebelião, digamos assim. Ao longo dos tempos, houve indivíduos que lutaram corajosa e abnegadamente contra alguma forma de injustiça, inspirados por um profundo amor pela humanidade e pelo que é certo.
Acima de todos eles, está Cristo Jesus, que, por meio de seus ensinamentos e das curas que realizou, revolucionou o mundo. Ele certamente se posicionou contra tudo o que limitava e aprisionava o pensamento humano, inclusive a hipocrisia e a opressão. Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã e seguidora dos postulados de Jesus, escreveu em seu livro principal, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Jesus agia ousadamente, em oposição à geralmente aceita evidência dos sentidos, em oposição aos dogmas e às práticas farisaicas, e desmentia todos os opositores por meio de seu poder de cura” (p. 18).
É claro que a “rebelião” de Jesus não era pessoal ou motivada pela ira. Ele não estava em guerra contra os outros, nem estava a ponto de perder sua estabilidade e paz, quando “agia ousadamente”. Ele estava aplicando o poder de cura dado por Deus, o bem, para combater a “geralmente aceita evidência dos sentidos”.
Uma maneira pela qual Jesus caracterizou e explicou seus atos foi: “…Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz” (João 5:19).
Jesus não hesitava em falar — e demonstrar — o fato de ser um com Deus, um com o único verdadeiro Criador, o Pai de todos nós. Era esse Pai celestial, o divino Espírito, o Amor, que guiava e governava cada palavra e ação de Jesus. Isso permitiu que Jesus se posicionasse espiritualmente contra todos os falsos conceitos a respeito de Deus e do homem — isto é, as opiniões baseadas nos sentidos materiais, as quais negariam a autoridade de Deus.
Isso inclui a noção de que nós sejamos mortais à mercê de problemas. As curas realizadas por Jesus mostraram que o Espírito divino é supremo e criou cada um de nós espiritual e perfeito, à imagem de Deus. A compreensão de Jesus da realidade espiritual destruía a pretensão de que esses falsos conceitos tivessem poder, presença e realidade — e o resultado era a cura.
Os ensinamentos da Ciência Cristã trazem à luz, com clareza, que o Cristo — “…o caráter divino do homem Jesus… era sua natureza divina, a santidade que o animava” (Ciência e Saúde, p. 26) — e era o que impelia tudo o que o Mestre fazia. O Cristo revela que a verdadeira natureza de todos é o reflexo de Deus, em perfeita qualidade e expressão espiritual. Em essência, esse reflexo significa obediência absoluta a Deus, ou seja, significa refletir Sua natureza com total integridade. Por meio da oração na Ciência Cristã, podemos compreender que a lei espiritual nos mantém em perfeita obediência ao bem divino — e cada vez mais constatamos essa verdade inabalável, por meio da cura e de vidas transformadas.
No final do livro Ciência e Saúde, há um capítulo intitulado “Frutos da Ciência Cristã” que está repleto de testemunhos de pessoas que foram curadas de todo tipo de doenças e outros males, simplesmente por meio da leitura dessa obra. Uma pessoa relatou como foi curada de febre amarela, visão deficiente e dolorosas enxaquecas, entre outros problemas físicos. Ela escreveu: “A Sra. Eddy fez com que a leitura das Escrituras se tornasse para mim uma fonte inesgotável de conforto. Sua explicação endireitou ‘o caminho do Senhor’ para mim e para os meus, e nos ajuda a superar diariamente a tirania da carne e sua rebelião contra a bendita direção do Cristo, a Verdade” (p. 663).
Essa “bendita direção” está disponível neste momento (e a todo momento) para guiar suavemente todos os nossos pensamentos e ações rumo à segurança e à serenidade. Por exemplo, o ato de reivindicar nossa verdadeira natureza como reflexo do Amor divino revela a impotência e a ilegitimidade de um comportamento agressivo e, naturalmente, traz maior compaixão, ternura e gentileza às nossas ações. Ao nos apegarmos à verdade de que todos expressamos a integridade e pureza do Espírito divino, compreendemos que a doença, a desonestidade e o dolo não têm fundamento.
Assim, quando somos confrontados com algo que vai contra a liberdade que Deus nos deu, podemos “tomar posição como reflexo” de Deus, para subjugar e destruir esse elemento do pensamento da mente carnal, que a Bíblia chama de “inimizade contra Deus” (ver Romanos 8:7). Então percebemos que essa mente carnal não é uma força poderosa contra a qual temos de lutar amargamente, mas é, isso sim, totalmente sem substância. E temos o poder de demonstrar isso, passo a passo, e alcançar a cura.
