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Original para a Internet

Uma base para a confiança

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 27 de junho de 2024


Os coletores de impostos estavam cobrando os tributos. Nem Jesus nem Pedro, seu discípulo, tinham dinheiro. Jesus perguntou a Pedro: “…Simão, que te parece? De quem cobram os reis da terra impostos ou tributo: dos seus filhos ou dos estranhos?” Respondeu Pedro: “Dos estranhos”. Disse-lhe Jesus: “Logo, estão isentos os filhos” (ver Mateus 17:25, 26).

Alguns estudiosos da Bíblia acreditam que Jesus achava que ele, e possivelmente também Pedro, deveriam ser isentos do imposto, que se destinava à manutenção do Templo, em Jerusalém. Além disso, alguns historiadores dizem que Pôncio Pilatos, o governador romano que posteriormente ordenou a execução de Jesus, estava usando os fundos do Templo para construir um aqueduto para trazer água a Jerusalém. A indignação pública com o desvio dos fundos para outro fim causou tumultos.

Em resumo: os cobradores estavam pedindo que Jesus pagasse um imposto que ele considerava indevido e que possivelmente seria desviado para outro fim.

Acaso não ouvimos histórias assim, hoje em dia? A expressão déficit de confiança pode ser nova, mas o conceito de pessoas perdendo a fé uns nos outros, nas instituições e no governo, certamente não é novidade. As pessoas perdem a confiança, quando acham que há falta de transparência, que foram enganadas, que estão sendo marginalizadas ou que seus interesses não estão sendo levados em consideração.

Cristo Jesus é aquele que nos mostra o caminho, portanto, precisamos analisar como ele agiu em circunstâncias como essas. Seja por acreditar realmente que estava isento do imposto, ou simplesmente para mostrar a Pedro a relação de Deus com Seus filhos, Jesus não reagiu aos coletores de impostos com medo, raiva, ego, orgulho ou presunção. Ele pagou o imposto com dinheiro vindo do suprimento do Amor divino. Ele pediu a Pedro que pescasse um peixe, e uma moeda com valor suficiente para pagar o imposto de ambos estaria na boca do peixe. E disse que o motivo do pagamento era “para não os escandalizar”. Isto é, Jesus agiu por amor. Ele não esperou por um governo perfeito antes de amar e abençoar a todos ao seu redor.

É claro que existem razões legítimas para os governos cobrarem impostos, por mais que algumas pessoas não gostem de pagá-los. E às vezes os impostos tornam-se um estopim para protestos, se um número razoável de pessoas acredita que o dinheiro não será bem utilizado. Mas a questão do déficit de confiança vai muito além de meros impostos. Os indivíduos e as comunidades podem sentir-se impotentes face às forças institucionais e governamentais cujos motivos e objetivos parecem, ou em alguns casos talvez de fato estejam, ocultos. A corrupção pode ser tentadora para aqueles que detêm o poder; a suspeita pode ser uma tentação para aqueles que não o detêm.

Vale lembrar que agir por amor não significou que Jesus tenha ficado indiferente ou impotente diante dos abusos do poder. O amor que ele manifestava era o reflexo de Deus, o Amor divino. Jesus compreendia que o Amor é o único poder, o único Criador e que tudo o que o Amor criou é bom. Essa compreensão dotou-o de sabedoria, discernimento, inteligência e domínio. Dotou-o de maneira ilimitada do Cristo, a ideia espiritual do Princípio divino, o Amor.

Como o próprio Jesus manifestava constantemente o Amor, ele não podia deixar de ver a manifestação do Amor, a verdadeira pureza e o bem na criação do Amor — naqueles ao seu redor. Quando as pessoas agiam de modo a enganar e a manipular os outros, Jesus reconhecia que isso não fazia parte da verdadeira natureza dada por Deus, porque não faz parte de Deus. Como escreve a Descobridora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy: “Jesus reconhecia na Ciência o homem perfeito, que lhe era visível ali mesmo onde os mortais veem o homem mortal e pecador. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, pp. 476–477). A Bíblia mostra que essa visão correta também curava o pecado (ver, por exemplo, João 8:3–11).

Jesus esperava que seguíssemos seu exemplo. “Se me amais, guardareis os meus mandamentos”, disse ele (João 14:15). O Amor não pediu a Jesus, e não pede a nós, que confiemos cegamente em qualquer pessoa ou instituição, mas sim, nos dá a sabedoria e o discernimento para reconhecer quando podemos — ou não — confiar. Mas seja o que for que estejam fazendo aqueles que nos rodeiam, o Amor exige que nossos próprios pensamentos e ações sejam guiados pela lei do Amor, abençoando nossos semelhantes. A obediência ao Amor direciona nossa confiança ao Pai-Mãe Deus, que é para sempre digno de confiança. Ensina-nos a confiar na orientação do Amor e na disposição que o Amor dá aos eventos, e a somente agir guiados pelo Amor.

O Amor nos supre abundantemente. Seus filhos não precisam competir por recursos escassos. O Amor sustenta a contribuição necessária e sem igual de cada indivíduo, destruindo o desejo de dominação sobre os outros. Nas páginas dos periódicos desta Igreja há incontáveis exemplos de pessoas, e até mesmo de comunidades, que foram salvas dos abusos do poder, por meio da oração que ama e se recusa a aceitar que algo, a não ser a expressão do Amor, possa ser real. Também há exemplos inspiradores daqueles que são impelidos pelo Amor divino a expressar a mais elevada integridade em cargos governamentais, mesmo quando pressionados a fazer o oposto.

A Sra. Eddy escreve: “A humanidade será governada por Deus na proporção em que o governo de Deus se tornar evidente, a Regra Áurea for utilizada, e os direitos do homem e a liberdade de consciência forem considerados sagrados. Enquanto isso, aqueles que professam o nome da Ciência Cristã auxiliarão a pôr um freio ao crime, ajudarão a expulsar o erro, manterão a lei e a ordem, e aguardarão com alegria o resultado: justiça e juízo” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 222). Esse é um resultado — e um governo — no qual todos nós podemos confiar.

Lisa Rennie Sytsma
Redatora-Adjunta

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