Eu estava cursando o primeiro ano em uma faculdade que não havia sido minha primeira opção. Embora tentasse me manter animada com essa nova experiência, não estava feliz. Eu fazia parte do time de basquete, e minha rotina consistia em levantar-me às quatro da manhã para treinar, depois assistir às aulas, treinar basquete individualmente e fazer as lições de casa. Esse ciclo aparentemente sem fim se repetiu durante as três semanas iniciais do primeiro ano do curso.
Eu me sentia deprimida, vazia e era como se algo estivesse faltando em minha vida. Algumas perguntas como estas me passavam pela mente: “É aqui mesmo que Deus quer que eu esteja?” e “Será que tenho de ficar aqui, mesmo sem estar feliz?”
Certo dia, tudo pareceu piorar depois do treino da manhã. Eu estava cansada e queria ficar em casa e descansar antes da aula da tarde. Indo em direção ao meu carro, não percebi que havia um desnível na calçada. Tropecei no concreto e caí, batendo com toda a força no chão áspero.
Solicitei assistência médica, porque não conseguia ficar em pé. Depois de várias radiografias, o médico disse que havia uma pequena fratura na perna esquerda. Ele recomendou que, durante pelo menos quatro semanas, eu não andasse nem ficasse de pé, para a perna poder sarar.
Ao voltar para casa usando muletas, eu estava transtornada. Não conseguia entender por que Deus havia permitido que isso acontecesse. Por que Ele não havia me segurado ou evitado que eu caísse?
Eu estudava a Ciência Cristã havia relativamente pouco tempo, e estava aprendendo um modo muito melhor de pensar a respeito de Deus, da oração e da cura. Naquele momento, senti o anseio de me voltar para Deus dessa forma, algo que eu não havia feito desde o início do ano letivo.
Enquanto orava, dei-me conta de que eu me deixara absorver de tal forma pelos compromissos diários, que não havia dedicado muito tempo a pensar em Deus e fortalecer meu relacionamento com Ele. Percebi que era por isso que eu me sentia tão vazia e insatisfeita, e reconheci que voltar-me para Deus era a única forma de tratar esse assunto e melhorar a maneira como eu estava me sentindo.
Minhas orações me conduziram à leitura de um trecho bíblico bastante pertinente, que diz: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Provérbios 3:5, 6).
Naquela noite, após a leitura desses versículos bíblicos, eu disse: “Deus, eu sei que não tenho confiado em Ti, e que tenho me apoiado em meu próprio entendimento. Não consigo resolver esta situação sozinha. Eu preciso de Ti. Só quero que seja feita a Tua vontade”.
No dia seguinte, liguei para uma amiga que também é Cientista Cristã. Disse a ela o que havia acontecido, e ela me contou uma cura que tivera em uma situação semelhante à minha. A ideia que mais se destacou para mim, no relato que ela fez, foi que ela nunca havia caído para fora do cuidado divino, porque Deus é o Amor sempre presente. Fiquei impressionada com o fato de que não importava o que parecia ter acontecido, a verdade da presença de Deus era mais real para minha amiga do que tudo o mais.
Comecei a ponderar sobre aquela ideia, e minha amiga mencionou também uma passagem de Mary Baker Eddy, que me ajudou muito, e que diz: “Lembrai-vos, não podeis ser levados a situação alguma, por mais grave que seja, em que o Amor não tenha chegado antes de vós e em que sua terna lição não esteja à vossa espera. Portanto, não vos desespereis nem vos queixeis pois, aquilo que procura salvar, curar e libertar, vos guiará, se buscardes essa orientação” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], pp. 149–150). Agradeci à minha amiga por haver me contado sua história e por seu amoroso apoio, e desliguei o telefone.
Nossa conversa me inspirou a continuar orando e prestando atenção à voz de Deus. Quando fiz isso, ouvi em meus pensamentos uma voz amorosa e confiante, que disse: “Saia da cama e fique de pé”. Eu sabia que essa mensagem vinha de Deus, porque não era algo em que eu pensaria, também porque senti o amor e a presença de Deus comigo, quando essas palavras me vieram ao pensamento. Segui a instrução e logo eu estava em pé, apoiando-me nas duas pernas. Continuei em pé com equilíbrio e sem sentir dor.
Então, ouvi novamente a voz de Deus em meus pensamentos: “Agora, ande pelo quarto”. Colocando um pé na frente do outro, dei pequenos passos, que foram se tornando mais largos, e mesmo assim não senti dor nenhuma. Senti imensa gratidão e derramei lágrimas de alegria, porque sabia que eu estava curada. Não precisava mais de muletas e não sentia mais nenhuma dor no local afetado. Consegui voltar a jogar basquete imediatamente, mas essa cura não parou por aí.
Depois dessa experiência, não senti mais nenhuma ansiedade quanto ao futuro. Optei pelo desligamento da faculdade em que estava, e atualmente estudo em uma faculdade para Cientistas Cristãos, cujo currículo se adapta melhor à minha formação acadêmica, e que preenche minha vida de inúmeras formas.
Quando me recordo daquele dia, reconheço agora que, verdadeiramente, eu nunca caí para fora do cuidado de Deus.