Era uma noite de quarta-feira, e os outros adolescentes do grupo de Cientistas Cristãos de que eu fazia parte haviam decidido ir à Igreja para a reunião de testemunhos. Não fiquei nada entusiasmado com a ideia. Mesmo assim, eu fui … porque havia uma menina na qual eu estava interessado. Na primeira parte da reunião, eu estava distraído durante a leitura da Bíblia e do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, mas de repente algo despertou minha atenção.
Foi a história de Davi e Golias — o jovem pastor de ovelhas, armado de sua funda e cinco pedras do riacho, contra o gigante filisteu (ver 1 Samuel 17). Fiquei imaginando aquele guerreiro enorme com sua armadura e sua lança e, subitamente, essa imagem desapareceu e, em seu lugar, imaginei um letreiro vertical em neon, onde se lia: P R O B L E M A. Quase imediatamente, uma pedra atingiu o letreiro, que explodiu em um milhão de pedaços.
Uau! Percebi a história de Davi e Golias de um modo completamente novo. Já não se tratava de um bom rapazinho derrotando um enorme homem mau. Em vez disso, era a história de todos nós e do modo como a “pedra” (a verdade) destrói a mentira.
Essa percepção transformou minha vida. Comecei a ler regularmente a Lição Bíblica semanal, que se encontra no Livrete Trimestral da Ciência Cristã, e a pesquisar as histórias da Bíblia, interessado nas sutis lições que anteriormente eu não havia compreendido. Em vez de ficar meramente lendo as citações, eu pensava nas ideias que aprendia, e as colocava em prática.
Uns dez anos se passaram. Em um dia nublado de outono, um amigo me convidou para ir com ele para o chalé da família, para praticarmos esqui aquático pela última vez naquele ano, antes do inverno. Aceitei o convite e logo estava como uma flecha correndo pelo lago, que estava praticamente deserto.
Em dado momento, resolvi pular a esteira das águas, ondeando atrás do barco. Eu nunca havia tentado essa manobra antes, e seria minha última chance antes do inverno. Naquele tempo, muitos praticantes de esqui aquático, mesmo mais jovens do que eu, não usavam coletes salva-vidas, e não havia nenhum vigia no barco. Afinal, éramos jovens e nos sentíamos invencíveis.
Fiz uma manobra ampla e veloz em direção à onda, quase voando e, nesse mesmo instante, meu amigo inverteu a direção do barco e eu me desequilibrei. Despenquei na água com toda força. O impacto foi tão violento que, durante alguns momentos, fiquei inconsciente.
Quando recobrei a consciência, eu estava submerso e completamente desorientado. Como o céu estava nublado, eu não conseguia identificar qual era o lado da superfície. Comecei a nadar freneticamente; eu não tivera tempo de respirar fundo antes do impacto.
De repente, ouvi um grito: “Pare!” Embora estivesse quase me afogando, a surpresa me imobilizou. Não me movi, e então senti-me sendo puxado para cima pela capacidade natural de flutuar. Eu havia nadado em direção ao fundo, em vez de para fora da água. Movi a cabeça e pude ver a superfície mais clara. Movi as pernas e braços com todas as minhas forças e emergi justamente quando uma contração involuntária me forçou a abrir a boca para respirar. Se eu tivesse demorado mais um segundo, meus pulmões teriam ficado cheios de água.
Olhei em volta e vi que meu amigo estava guiando o barco em círculos a cinquenta metros de distância, sem ter a menor noção de onde eu estava.
Como diz a Sra. Eddy: “Deus vinha ternamente me preparando…” (Ciência e Saúde, p. 107). Os anos de estudo da Ciência Cristã colocada em prática na vida diária, e o reconhecimento de que o cuidado de Deus para comigo é absoluto, tudo isso culminou nesse momento em que minha vida foi salva por ter ouvido a Deus, e obedecido imediatamente.
Ao longo dos anos, passei por outros cinco momentos de “vida ou morte”, mas nosso amoroso Pai esteve presente como o Princípio da proteção, em todos e cada um daqueles momentos. Sou extremamente grato — não apenas pelas vezes em que minha vida foi salva, mas também pela imensa alegria que encontrei ao estudar a Ciência Cristã.