Eu estava lendo uma biografia de Mary Baker Eddy recentemente, e encontrei esta passagem que faz referência a uma placa que havia em cima da porta do estábulo, na propriedade dela: “Sempre fale com os cavalos antes de entrar nas baias” (Isabel Ferguson e Heather Vogel Frederick, Um mundo mais luminoso: A vida de Mary Baker Eddy, p. 142 ). Era evidente o amor que a Sra. Eddy tinha pelos animais, e isso me fez lembrar bastante de meu pai, que sempre falava com os cavalos, no celeiro onde os abrigávamos. Do mesmo modo como papai cumprimentava os treinadores, os tratadores e os proprietários de outros cavalos, ele ia lá com cenouras e açúcar, falando com cada cavalo, e os chamava pelo nome. Lembro-me de chegar da escola, tirar o uniforme e vestir a roupa de montaria — calça jeans, botas de caubói e blusa xadrez (minha linda sela inglesa e meu traje formal de equitação raramente eram usados).
Meu pai sabia que eu tinha medo de alguns cavalos maiores, então escolheu para mim um lindo e dócil cavalo, chamado Blaze. Papai falou a Blaze tudo sobre mim, e me contou tudo sobre Blaze, que pertencera a um policial, havia ajudado a salvar a vida de algumas pessoas, e havia participado de muitos desfiles — uma espécie de herói aposentado!
Eu era pequena e, quando montei Blaze, meu pai me levou a uma parte do pasto em que eu nunca estivera — havia riachos, árvores caídas e altos arbustos. Chegando ao riacho, eu queria saltá-lo com Blaze, mas meu pai disse: “Hoje não, mas em breve”. Na mesma hora, Blaze empinou — e em seguida eu estava no chão.
Meu pai era médico, e fez um exame rápido da situação. Meu braço parecia estar fraturado, Blaze estava com uma pata machucada, e papai havia torcido o tornozelo. Alguém veio e nos ajudou a voltar para o celeiro, e papai ligou para minha mãe. Ela depois contou que havia logo contactado uma praticista da Ciência Cristã, pedindo-lhe que nos desse apoio por meio da oração, e enquanto veio dirigindo de casa até onde estávamos, a alguns minutos de distância, mamãe foi reconhecendo e declarando que Deus estava no comando de nossa família.
Quando chegou, ela viu meu pai e eu arranhados, cobertos de lama e, sem perder tempo, tirou a linda echarpe de seda que estava usando e a colocou em torno do meu pescoço e braço, improvisando uma espécie de tipoia. Ela estava literalmente me envolvendo em amor. Sei que ela trouxera consigo a ideia-Cristo, reconhecendo sua presença.
Meu pai ainda não conseguia entrar na caminhonete e dirigir, então ficou no celeiro por mais um tempinho. Ele preferiu não ir ao hospital, e veio para casa quando esteve em condições de dirigir. Ele disse à minha mãe: “Eu vou cuidar de mim mesmo”, e ligou para o setor de emergência do hospital, para que um cirurgião colega dele atendesse a mim.
Enquanto estávamos a caminho do hospital, mamãe e eu cantamos os hinos da Sra. Eddy o tempo todo. Pensei em cada um deles como uma oração. O hino 207 foi muito inspirador para mim, especialmente este verso: “Seu braço cinge a mim, e a tudo o mais” (Hinário da Ciência Cristã, trad. © CSBD). Compreendi que mamãe, papai, meu querido cavalo Blaze e eu estávamos cingidos pelo braço amoroso de Deus.
Ao me ajudar a sair do carro, mamãe se inclinou e me disse: “Você sabe que é perfeita” — e eu compreendi plenamente a mensagem dela. Na Escola Dominical da Ciência Cristã, nossa turma havia aprendido que, se Deus pode ser comparado com o sol, nós somos Seus raios. Isso significa que somos a imagem e semelhança de Deus, o bem divino que abrange tudo — e somos a expressão desse bem — inteiros e completos.
No hospital, depois de me examinarem, os médicos disseram que o braço já havia começado a se recuperar, e acrescentaram: “Sem fratura”, ao olharem as radiografias, admirados. Acabei usando uma pequena tipoia, e nos liberaram.
Quando chegamos em casa, papai estava tendo dificuldade para andar, e não conseguia descalçar uma das botas. Lembro-me de mamãe ter dito: “Precisamos amar Blaze”. Eu mal conhecia o poder por trás daquelas palavras! Estava havendo um pensamento acusatório de que Blaze era o culpado pelo acidente. Percebo, ao escrever este testemunho, o amor e perdão que nós três sentimos naquele momento. Depois disso, mamãe conseguiu delicadamente fazer deslizar a bota do pé do papai. E eu percebi que ele tivera uma cura rápida e completa.
Depois do fim de semana, voltei às aulas na segunda-feira, completamente curada. Papai voltou ao trabalho, andando normalmente, e à tarde, quando fomos ver Blaze, ele ficou muito feliz por nos ver. A pata dele estava enfaixada, mas a atadura foi removida após alguns dias, pois ele estava andando normalmente. Lá estávamos, com açúcar na mão, falando com os cavalos, como de costume.
Sou muito, muito grata pelas lições que recebi na Escola Dominical da Ciência Cristã desde cedo, as quais realmente me apoiaram durante toda a minha vida. A luz da Ciência divina, o Cristo, nos cinge a todos, com a Verdade e o Amor, e é um socorro imediato quando necessitamos.
Até hoje eu sei, com meus filhos já adultos, que meu amor por Deus, por Cristo Jesus, por Mary Baker Eddy, e pelA Igreja de Cristo, Cientista, me ajuda a brilhar, a amar e curar outras pessoas. O Cristo, que “…ilumina a todo homem” (João 1:9), abençoa a todos.
Essa luz, o Cristo, é vista e sentida. O mundo está envolto nessa luz e no amor infinito, mostrando que o braço de Deus realmente “cinge a mim, e a tudo o mais”.
Heather Bauer
Suwanee, Geórgia, EUA