Não vos parece tolice falar em recorrer a Deus quando não se sabe onde encontrá-Lo, nem mesmo o que Ele é? Da mesma maneira, não passa de tentativa vã querer agir inteligentemente sem nada saber sôbre a natureza ou fonte da inteligência.
Se ao mais erudito homem da terra fôsse feita esta pergunta: "Você fabrica inteligência e a armazena?" êle bem poderia responder: "Não, nem um só grão. Mas eu uso a inteligência."
"Onde vai buscar a sua inteligência?"
Forçado a declarar a fonte, êle talvez confessasse: "Não sei."
A principal razão para assim responder seria o fato de considerar inteligência um atributo humano; quando, na verdade, ela é divina.
Disse o sábio (Provérbios 4:7): "A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, contudo o que possuis adquire o conhecimento." Reconhecendo a importância da sabedoria, Jó perguntou (Jó 28:12): "Mas onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar da inteligência?"
Foi Jó que, em ocasião anterior, à procura de Deus, exclamou (23: 3): "Ah se eu soubesse que o poderia achar!"
A Christian Science ensina que achar Deus e achar a inteligência divina são o mesmo. No Science and Health with Key to the Scriptures (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras), Mary Baker Eddy define Deus (p. 587) como "O grande Eu sou; o que tudo sabe, tudo vê, que é todo ação, sabedoria e amor, e que é eterno; princípio; Mente; Alma; Espírito; Vida; Verdade; Amor; todo substância; inteligência."
Eis uma explicação sôbre Deus que resiste ao teste do raciocínio. Aquêle que procura a Verdade deleita-se na lógica de um Deus que é Amor, um sempre-presente protetor; de Deus como Princípio infinito, a primordial Mente infinita, o único responsável pelo seu ser. E se êle se considera um pensador, o que acontece à maioria das pessoas inteligentes, não poderá deixar de sentir inefável alegria em conhecer Deus como Mente divina, que, sendo infinita, deve ser a fonte única de inteligência.
A apreensão do fato de que a inteligência divina está ao nosso alcance a todo tempo, e em tôdas as circunstâncias, empresta luz e rapidez no acêrto de decisões sõbre a maneira de agir em tudo, e assim de atingir e manter harmonia. Mrs. Eddy, em explanação sôbre o reino celestial, diz no Science and Health (p. 576): "Este reino de Deus 'está dentro de vós'—está ao alcance da consciência do homem aqui mesmo, e a idéia espiritual o revela. Na Ciência divina, o homem possui êste reconhecimento da harmonia conscientemente em proporção à sua compreensão de Deus."
Aceitando Deus como inteligência onipresente e aprendendo a sempre confiar nessa inteligência divina para qualquer orientação, a pessoa descobre que na Ciência ela pode realizar, e realizar melhor, todos os seus legítimos desejos. Se, por exemplo, almeja ser músico e procura Deus, a inteligência divina, para que o auxílie, verá que a harmonia na música, como na Vida, é legítima e igualmente possível.
Se desejar escrever, escreverá melhor quando se basear não em conhecimentos adqueridos mas nas capacidades ampliadas que a inteligência divina lhe franqueia como sua expressão. Se aspira a expressar seus pensamentos em debate ou discurso público mas se sente atemorizado ou incapaz, que oiça e se prontifique a obedecer a orientação da inteligência divina. Poderá demonstrar o mesmo impulso que veio à Moisés quando recebeu a mensagem de Deus (Êxodo 4:12): "Vai pois agora, e eu serei com a tua boca."
Durante a II Guerra Mundial, o articulista, ainda novato no departamento de munições, foi designado para visitar uma grande instalação de engenharia e deliberar um aumento de produção. Faltando-lhe experiência, receiou não poder cumprir com a sua missão. Seu temor foi ainda maior quando o carro de seu departamento o deixou em frente ao imponente portal da repartição. Êle se sentiu impossibilitado de enfrentar o administrador que o esperava lá dentro.
Ao hesitar, ocorreu-lhe que tudo que necessitasse saber lhe viria de Deus, a Mente divina. Parou e orou. Sem pressa e sem prestar atenção aos que passavem, silenciosamente declarou que inteligência era o que precisava naquela tarefa; que Deus é a única inteligência e sua única fonte. A inteligência é, portanto, possível em qualquer grau que se faça necessária. Então, com calma e convencido de que podia confiar o resultado a Deus, apresentou-se.
Achou o diretor geral distinto e amável, sem qualquer pretensão a superioridade. Êle, por sua vêz, não se sentiu inferiorizado. Conseguiu tôdas as informações que precisava. Seguiu-se uma conferência que foi útil a ambas as partes, após a qual o diretor observou que não só fôra agradável mas também proveitosa para a sua firma, e, a seu vêr, também o fôra para o govêrno. Declarou, ainda, ao se despedirem, que lhe parecia já se terem encontrado anteriormente. O articulista concordou estar com a mesma impressão.
Passado algum tempo, indo a uma filial da Igreja de Cristo, Cientista, o articulista deparou com o senhor na congregação. Foi mútua a satisfação ao se reconhecerem. "Já nos havíamos encontrado antes?" perguntou.
"Sim," foi a resposta. "Havíamos nos encontrado—na Mente." O articulista contou-lhe, então, que antes de sua harmoniosa entrevista procurara ajuda e conselho da inteligência divina.
"Fiz o mesmo," declarou o amigo.
A Bíblia, reconhecendo o acêrto de subordinar a vontade humana e a sabedoria humana à vontade e à sabedoria de Deus, tem esta mensagem para a humanidade (Provérbios 3:5, 6): "Confiai no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e êle endireitará as tuas veredas." Cristo Jesus, o maior e mais sábio homem que jamais existiu, sabia ser êste o procedimento certo, pois nossa Líder nos diz à página 136 do Science and Health: "Êle não pretendeu ter inteligência, ação, nem vida separadas de Deus."
