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Deus Zela

Da edição de outubro de 1959 dO Arauto da Ciência Cristã


Entre as várias formas de sofrimento humano auto-induzido há poucas que se igualam à dor mental da solidão, um conceito de não pertencer, a impressão de que ninguém se importa conosco, que ninguém zela. Especialmente aquêle que fica sem família e amigos íntimos, parece às vezes expôsto á tentação de crer que está inteiramente só e que esta falta de afeto humano lhe está roubando interêsse, a côr e até o propósito na vida.

Os ensinamentos da Christian ScienceNome dado por Mary Baker Eddy à sua descoberta (pronunciado: Crístien Çá'iens). A tradução literal destas palavras é: Ciência Cristã. tornam claro que ninguém está sem a calidez e a inspiração do amor, que ninguém está só, ninguém trabalha só, ninguém está abandonado, solitário ou sem afeição. Tais estados infelizes da mente humana, com sua depressão, seu mau humor e seu vaguear improdutivo são tão pouco o verdadeiro estado do homem quanto o são a desonestidade ou a doença. A Christian Science ensina que toda infelicidade e todo sentido de solidão constituem apenas uma parte intergrante do falso sentido da existência do homem, sentido que, por sua vez, inclui conceitos totalmente errôneos, equivocados, sôbre Deus, e conseqüentemente sobre a relação do homem com Deus e com seus semelhantes.

Uma pessoa que esteja sujeita a tal falso sentido pode livrar-se dêle, não pelos meios mundanos que a mente humana procura proporcianar, mas por compreender na Christian Science os fatos científicos concernentes a si mesma, a seu verdadeiro estado na vida, e sua relação com seus semelhantes. E tem que vir a conhecer sua própria aptidão de expressar esta relação e, portanto, gozá-la.

De acôrdo com a significação espiritual das Escrituras, a Christian Science revela Deus não como um ser corpóreo nem como alguma fôrça criadora material, mas como Mente infinita, divina, universal, ou Espírito, como Amor divino, cuja manifestação é o homem espiritual e o universo espiritual que expressa a natureza de Deus com tôda a sua calidez, côr, variedade e alegria.

O homem, incluido nêste universo e uno com êle, é, em sua essência ou ser absoluto, uma consciência espiritual individual, a expressão todo-harmoniosa da Mente criadora, o filho amado de seu Pai-Mãe. Êle vive na presença espiritual, infinita, do Amor divino, presença que êle nunca pode deixar e que nunca pode deixá-lo. Por isso, o homem está sempre acompanhado de Deus e Suas idéias. Estas idéias são mantidas nos estreitos laços de sua origem comum e testemunham a natureza do Amor divino. Nenhuma idéia de Deus jamais está sòzinha; nenhuma está fora do círculo infinito e no entanto estreito da companhia do Amor.

Refletindo seu Pai-Mãe, os filhos de Deus espontâneamente expressam bondade. Esta se manifesta humanamente em qualidades tais como misericórdia, interêsse desprendido do eu, estar sempre pronto de servir, a espontaneidade do amor e a vigilância e constância da verdadeira inteligência. Então os homens são compreensíveis e sentem simpatia uns pelos outros, pois esta é a natureza do amor que refletem.

Quando assaltados pelo falso sentido de depressão e de solidão, temos o direito de saber que somos amados, que o homem zela porque Deus zela.

Quando pela compreensão espiritual esclarecida deixarmos de pensar que nós e nossos semelhantes somos criaturas da matéria e da mente, com temperamentos mortais falhos, e não mais considerarmos o universo como campo de batalha onde o mal compete com o bem pelo poder para influenciar seres humanos, onde ambos o egoísmo e o altruísmo existem lado a lado, e onde tanto a lei como o acaso sem lei parecem válidos, então não acreditaremos mais que alguns possam estar cercados de amor, enquanto outros são desprezados e estão sòzinhos, que a felicidade e as verdadeiras satisfações da vida são para alguns favorecidos e não para todos.

Deus zela. Êle nos conhece como filhos Seus e está profundamente interessado em nosso bem-estar. Nenhum é insignificante ou pouco importante a Seus olhos, nem tem Êle mais filhos que não saiba o que fazer com êles. Cristo Jesus assegurou-nos êsse interêsse divino, compassivo, quando disse (Mateus 10:29-31): "Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum dêles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais pois: mais valeis vós do que muitos passarinhos."

Uma mulher que tenha de fazer progresso na vida sem a ajuda de pais, marido ou filhos, compreendendo que é filha de Deus, pode perceber o interêsse terno e infinito que Deus tem por ela e dêste modo saber que não está sòzinha, pois que Deus está com ela, e que os poderes que existem estão atuando a favor dela e não contra ela.

O comerciante que se julgue malcompreendido ou não apreciado, pode avivar a percepção que êle mesmo tenha de sua proximidade de Deus, dando-se conta de que Deus lhe conhece o coração e lhe recompensa todo esfôrço justo. O indivíduo austero que no íntimo talvez esteja clamando por alguma mostra de afeto para consigo precisa saber que êle mesmo possui a aptidão de expressar a calidez do amor altruista pelos outros e, dêste modo, atrair não só o respeito mas também o afeto e a ternura de seus companheiros.

Não é, entretanto, por uma espera passiva que o amor e o zêle de Deus por nós aparecerão em nossa vida. Deveríamos, antes, darnos conta de que, se quisermos romper o mesmerismo de uma vida desamorosa, nós mesmos teremos de vir a sentir e expressar exteriormente um interêsse amoroso por outrem, e que a iniciativa disso pode e deve partir de nós. "E Amor é refletido em amor" ( Science and Health with Key to the Scriptures [Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras] por Mary Baker Eddy, p. 17) aplica-se como lei e funciona como lei em tôdas as situações. A comiseração de si mesmo é má conselheira, pois o amor, para ser o reflexo do Divino, tem que ser ativo e exteriorizar-se, não egocêntrico e sim altruístico.

Salientando sempre a confortante proximidade de Deus, Mrs. Eddy indica ao mesmo tempo que o Tudo-em-tudo não pode ter nenhuma consciência verdadeira de alguma coisa que seja dissemelhante d'Êle mesmo. Em Unity of Good (Unidade do Bem, pp. 3,4), depois de descrever Deus como o onipresente Tudo, ela escreve: "Ora êsse mesmo Deus é nossa ajuda. Êle se compadece de nós. Êle se apieda de nós, e dirige cada acontecimento de nossa vida. Êle está próximo daqueles que O adoram."

Ainda que, no sentido absoluto, a Mente divina só conheça Seu reflexo perfeito que inclui tudo, para o sentido humano finito as provas do interêsse amoroso de Deus para conosco sempre hão de aparecer sob formas que a mente humana pode compreender.

Num de seus belos hinos, nossa Líder, Mrs. Eddy, fala de Deus como o amigo dos sem amigos, e num poema escrito no comêço de sua meninice exprime a idéia espiritual por ela demonstrada em todos os seus anos posteriores e que cada um de seus seguidores pode confiante e compreensivamente declarar a respeito de si mesmo (Poems, p. 19):

"Os olhos de Deus estão fitos em mim
— não estou sòzinho
Quando levado para a frente, para
Cima e para o céu."


Como alguém a quem consola sua mãe, assim eu vos consolarei; e em Jerusalem vós sereis Consolados.—Isaias 66:13.

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