Ao voltar da sua primeira aula numa Escola Dominical da Christian ScienceNome dado por Mary Baker Eddy à sua descoberta (pronunciado: Crístien Çá'iens). A tradução literal destas palavras é: Ciência Cristã., um menino foi interogado sôbre o que havia aprendido. Respondeu: "A oração silenciosa."
Aprender a rezar corretamente, em silêncio ou em voz alta, não é emprêsa fácil. A autora, quando começou a se interessar pela Christian Science, preocupava-se muito com a sua inclinação de deixar o pensamento vaguear durante a oração silenciosa nos serviços de uma Igreja de Cristo, Cientista, relembrando conversas e experiências, ou meditando sôbre futuros acontecimentos. No seu crescente desejo não sòmente de receber inspiração dêsses serviços mas também de contribuir com alguma coisa mentalmente construtiva, esforçou-se sinceramente para manter o seu pensamento de acôrdo com as verdades que vinha aprendendo no seu estudo da Christian Science.
Certa vez, num domingo pela manhã, ocorreram-lhe estas palavras de Mary Baker Eddy no Pulpit and Press (Púlpito e Imprensa), à página 10: "Divina presença, soprai Vossa bênção em todos os corações nesta casa." Reconhecendo esta petição como resposta a um desejo muito justo, a autora usa-a ainda freqüentemente como pensamento introdutório à sua oração silenciosa na igreja. Acha que é de imediato efeito para desviar o seu pensamento das coisas materiais e volvê-lo para Deus, a inexaurível fonte da existência e tôda atividade correta.
Acautelando seus seguidores contra orações exageradas e insinceros protestos de fidelidade a Deus, como se ouviam algumas vêzes em lugares públicos nos tempos bíblicos, Cristo Jesus disse aos seus discípulos (Mateus 6:6, 8): "Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará.... Porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de lho pedirdes."
No capítulo intitulado "Oração", no Science and Health with Key to the Scriptures (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras) Mrs. Eddy explica (pág. 15): "O aposento simboliza o santuário do Espírito, cuja porta se fecha para o sentido pecaminoso, mas deixa entrar a Verdade, a Vida e o Amor." Com a asseveração das Escrituras de que Deus está a par de nossas necessidades antes mesmo de as mencionarmos, não deveríamos aceitar com igual certeza a dedução de que podemos confiar no Pai-Mãe que tudo-conhece e é todo-amoroso para gratificar generosamente todos os justos desejos a Seu tempo e como considerar melhor?
Pensar de acôrdo com a absoluta verdade sôbre Deus e o homem, que Jesus conhecia e está reiterada na Christian Science, é uma forma de oração silenciosa; dar voz às verdades espirituais é uma forma de oração audível. Saber a verdade, articulada ou muda, é o processo pelo qual o gênero humano se liberta do êrro de todos os tipos e naturezas. Não disse Cristo Jesus claramente (João 8:32): "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"?
A finalidade da verdadeira oração é tornar maior o reconhecimento da verdadeira condição do homem como eternamente espiritual e harmonioso, porque o homem reflete a individualidade do infinito e eterno Deus. Declarar as verdades da Ciência divina bane temor, dúvida e moléstias. Muitas vêzes, a humilde e sincera petição prepara o suplicante para a oração de afirmação, que não pede alguma coisa, mas reconhece o único e perfeito Deus, o Espírito, e a perfeição do homem como filho espiritual de Deus. A oração verdadeira possibilita-nos perceber de maneira calculável a irrealidade e impotência da matéria e do mal.
O bem que com justiça se poderia pedir na oração já está, na verdade, em nosso poder; sempre foi e sempre será nosso, pois somos reflexos de Deus. A harmonia que temos direito de desejar já predomina na realidade. Oração serve para trazer o bem à luz no assim-chamado reino físico. Aprendemos na Christian Science que a silenciosa compreensão da inseparável relação entre o homem e Deus como Sua semelhança produz em geral mais resultados benévolos na experiência humana do que a oração em voz alta, a qual poderá afirmar mais do que realmente sentimos ou sabemos. Insinceridade não traz lucro; sinceridade e humildade tudo conseguem.
O poder redentor da oração baseada na percepção da unidade do homem com Deus, o Amor divino, é provado na experiência individual humana. O estudo, a aplicação e a experiência da articulista na Christian Science trouxeram-lhe uma profunda convicção de que qualquer coisa que possa perecer uma necessidade ao senso humano, seja melhor saúde, seja oportunidades para maior emprêgo de talentos, ou convivência mais harmoniosa, tudo pode ser atendido graças à atividade do Princípio divino manifestado na consciência humana pela oração.
Seria, pois, impossível superestimar-se o valor da oração em nossas vidas. As conseqüências da negligência de orar podem ser observadas todos os dias, não raramente em assuntos que nos concernem diretamente. Mais devotamento aos ensinamentos do nosso grande Guia é uma necessidade clamorosa entre nós.
Se quisermos continuar e progredir na compreensão espiritual, não deixaremos de entrar diàriamente no "aposento" para orar—sim, muitas vêzes ao dia—como faziam o nosso Guia e a nossa Líder. E havemos de nos lembrar dequela extraordinária asseveração do Mestre (Marcos 11:24): "Por isso vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e te-lo-eis."
A substância da verdadeira oração é a compreensão; e a oração de compreensão, acompanhada de bondade e pureza, é atendida.
