"Na Ciência divina, não temos tanta autoridade para considerar Deus masculino, como temos para considerá-Lo feminino, pois o Amor dá a idéia mais clara da Deidade". Essas palavras, que aparecem na página 517 do livro Science and Health with Key to the Scriptures—Ciência e Saúde com a Chave des Escrituras—indicam a importância que sua autora, Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Christian ScienceNome dado por Mary Baker Eddy à sua descoberta (pronunciado: Crístien Çá'iens). A tradução literal destas palavras é: Ciência Cristã., confere à maternidade de Deus.
Ao contemplar a natureza do Ser Supremo, os não-instruídos na Christian Science talvez estejam inclinados a dar preponderância àquilo que se considera qualidades masculinas, como fôrça, coragem, sabedoria e assim por diante, em vêz de àquilo que se considera qualidades femininas, como constância, ternura, inspiração, etc. É útil, entretanto, compreender que, por ser Deus, a única Mente criadora, ou Princípio, a um só tempo nosso Pai e nossa Mãe, em realidade os atributos masculinos e femininos são indivisíveis em nosso Pai celestial e infinita e ininterruptamente expressos por Seus filhos. Por isso, não há fôrça sem suavidade, não há coragem sem ternura, nem sabedoria sem amor.
As qualidades femininas e as masculinas estão associadas na Mente divina e naquela idéia da Mente, o homem, cuja inteireza, ou integridade, está evidenciada na expressão das qualidades tanto do Pai como da Mãe. Por isso, o homem, como representante perfeito de Deus, não pode nunca estar consciente de qualquer senso de não-inteireza ou de falta, ou mesmo manifestar tal senso. O homem nunca está privado da maternidade porque esta está incluída no ser de Deus, e o homem é sempre o filho de seu Pai-Mãe Deus.
À simples menção da palavra "mãe", tais qualidades preciosas como cuidado vigilante, terna solicitude, compaixão e consôlo pululam na consciência. Essas qualidades são a evidência humana do divino amor materno de Deus, que é contìnuamente expresso para com as idéias do Amor.
Cuidar de seu filho é para uma mãe a coisa mais natural. Portanto, jamais deveríamos pôr em dúvida a boa vontade e a capacidade do Amor divino para atender a tôdas as nossas necessidades. Devemos antes, e sob tôda e qualquer circunstância, confiar firmemente na adequação da maternidade de Deus.
Uma mãe humana não pode estar sempre presente para atender ao chamado do filho, nem é infalível em sua sabedoria; mas o divino Pai-Mãe Deus está eternamente presente e é inteiramente digno de confiança. Em todos os tempos podemos, sem mêdo, e cheios de confiança, apoiar-nos no amor materno de Deus. O homem jamais pode ser privado dêsse amor, porquanto dêle nunca pode ser separado. Ser inseparável de Deus significa ser inseparável de Seu amor, que é sem limites.
Se a maternidade dependesse da personalidade humana, sua perda coincidiria com a perda dessa personalidade; mas, devido à sua natureza espiritual, incorpórea, sua onipresença está assegurada. Ela está tão perto como Deus mesmo. Na vida humana, muitas vêzes é a perda de um ente querido que faz com que o pensamento procure com mais afinco, e encontre, um sentido mais duradouro de confôrto e de companheirismo, que depende não da pessoa, mas do Princípio imorredouro. A verdadeira maternidade não necessita de acompanhamentos humanos. É uma presença que tudo penetra, é a presença mesma de Deus.
Por estar o Amor divino sempre presente, jamais pode, em realidade, haver qualquer vácuo. Admitir que haja algum é acreditar que Deus, o bem onipresente, pode às vêzes estar ausente e que o homem tem uma mente capaz de sentir-se solitária e abondonada. Qualquer aparente consciência de solidão simplesmente implica uma cegueira temporária à totalidade do Amor, cegueira ao fato de que Deus está abençoando para sempre, e que o homem é eternamente o objeto de Sua providência e de Seu terno cuidado.
Se alguma vez parece estarmos necessitando de alguma pessoa ou coisa que julguemos indispensável para a consumação de nossa felicidade, basta que da aparente evidência de falta nos volvamos para o nosso divino Pai-Mãe Deus e para o nosso próprio ser verdadeiro como Seu reflexo, afim de ali encontrar já atendida a necessidade, visto que nessa divina inteireza e unidade de Pai-Mãe e filho está incluída tôda coisa necessária.
O provimento por parte do Amor sempre se faz em tempo oportuno, porque já existe ali antes de surgir a necessidade. Êle é sempre adequado, porque a infinidade caracteriza as concessões do Amor. É sempre duradouro, porque tudo o que provém do Amor é imortal. Diz o livro Science and Health (p. 520): "A profundidade, a largura, a altura, o poder, a majestade e a glória do Amor infinito enchem todo o espaço. Isto é o bastante!" Não é isto uma garantia suficiente de que o amor de Deus é bastante profundo, bastante largo, bastante alto e bastante forte para atender a tôdas as necessidades humanas?
Acabemos com tôdas as maquinações humanas, deixemos de preocupar-nos e confiemos implìcitamente em nosso Pai-Mãe Deus. Não precisamos saber como e quando é que a necessidade será atendida. A nossa única necessidade é confiar firmemente no Amor divino, com confiança absoluta, semelhante à de uma criança. Não precisamos receiar que nossas orações não sejam ouvidas ou que não sejam atendidas. Uma confiança simples proporcionará soluções mais rápidas de nossos problemas do que um complexo raciocínio humano.
Lembrando as enternecidas palavras de Jesus (Mateus 23:37): "Jerusalem, Jerusalem! ... quantas vêzes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!" bem faremos em cultivar mais confiança no amor materno de Deus, a fim de que possamos alguma vez permanecer sob a asa do Onipotente.
Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mùtuamente em tôda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais, com gratidão, em vossos corações.—Colossenses 3:16.
