O significado da palavra “confôrto” pode variar segundo o pensamento de cada pessoa, mas muitas vêzes é concebido como denotando paz, consôlo e libertação da dor. Entretanto, os sinônimos dados em dicionários atribuem-lhe um sentido muito mais completo e indicam por que é que Jesus, ao falar do Espírito Santo, ou seja do “Espírito da verdade”, a êle se referiu como sendo o Consolador. Alguns dos sinônimos do verbo, “confortar” são: animar, estimular, refrigerar, confirmar, fortalecer, acalmar, sustentar.
Pelo estudo e pela demonstração da Christian Science, aprendemos que Cristo, que revela a totalidade do Amor divino e a unidade do homem com êsse Amor, é o Consolador sempre presente e sempre ativo. Elifaz exortou Jó a aceitar essa unidade espiritual, quando disse (Jó 22:21): “Reconcilia-te, pois, com êle, e tem paz.” A seguir, descreveu os resultados recompensadores de tal aceitação, como segue: “E assim te sobrevirá o bem.”
O Velho Testamento dá-nos muitas provas de que os inspirados profetas colhiam freqüentes vislumbres da unidade de Deus e do homem. Aquêles momentos de revelação não só produziam curas físicas de doenças, mas também libertavam da crença na tirania e no mal. Quantas vêzes não foram invertidos o despotismo e a opressão e tornada evidente a presença do Consolador!
O ministério eterno de Cristo Jesus poderia ser descrito como o aparecimento contínuo do confôrto do Consolador. Mas até mesmo seus próprios discípulos pareciam incapazes de separar inteiramente o Cristo, Verdade, do Jesus pessoal, ou de compreender a unidade espiritual de todo homem com Deus. O Salvador amorosamente lhes explicou que, a não ser que êle partisse, o Consolador não viria para êles, e a seguir disse: “Se, porém, eu fôr, eu vo-lo enviarei” (João 16:7).
No seu livro Ciência e Saúde, Mrs. Eddy, a amada Líder do movimento da Christian Science, dá o seguinte como um dos seis Artigos de Fé aos quais os Cientistas Cristãos subscrevem (p. 497): “Reconhecemos e adoramos um só Deus supremo e infinito. Reconhecemos o Seu Filho, um só Cristo; o Espírito Santo ou Consolador divino; e o homem à imagem e semelhança de Deus.”
O Espírito Santo é o Consolador divino, que eleva, abençoa e cura. Como tal, êle é o próprio sôpro da Vida, a inteireza pura do Espírito, a essência do Amor. Como é coexistente com Deus, está sempre presente, sempre ativo. Sua revelação da realidade divina apaga as ilusões de dor, de pobreza e de escuridão.
O Consolador veio a esta época como Ciência divina. Através dessa Ciência uma Cientista Cristã foi libertada de uma crença de frustração e mêdo. Ela havia lecionado num colégio particular, e no fim do ano letivo deixaram de lhe pagar o salário de vários meses, sem qualquer explicação.
Essa senhora solicitou ajuda de uma praticista da Christian Science, e esta perguntou-lhe se ela acreditava que sua saúde e sua vista dependiam de qualquer pessoa para quem ou com quem ela trabalhava. Essa pergunta despertou nela a consciência da verdade de que, como a saúde e a vista são qualidades inerentes no homem como reflexo de Deus, assim também são tôdas as qualidades de Deus, que é a fonte da inteireza do homem. Ela compreendeu, por isso, que o provimento e a substância de uma pessoa nunca depende de outra, porque o homem reflete essas coisas do mesmo modo que reflete tôdas as outras qualidades de Deus, tais como amor, bem-estar, inteligência, integridade. A abundância é um constituinte do ser do homem, e o homem jamais o pode perder. Nós manifestamos abundância sòmente na medida em que lhe aceitamos a natureza verdadeira por compreendermos a impossibilidade de o homem ser separado de Deus, fonte de tôda substância.
O Consolador, que está sempre presente para dissipar o mêdo e a preocupação, revelou à referida senhora a verdade sôbre a abundância divina, que estava inclusa no ser real dela. Também lhe revelou que o homem está eternamente empregado por Deus para mostrar a bondade d'Êle. Dentro de dois dias ela recebeu o salário que lhe era devido.
Êsse incidente ilustra a verdade da afirmação que nossa Líder faz em Miscellaneous Writings — Escritos Miscelâneos — (pp. 174, 175): “O fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, é a Ciência Divina; o Consolador; o Espírito Santo que conduz à tôda Verdade; o ‘cicio tranqüilo e suave’ que expressa Sua presença e Seu poder, expulsando o êrro e curando os doentes.”
