“Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (I Tessalonicenses 5: 16–18). Eis uma injunção contida numa mensagem enviada pelo apóstolo Paulo para encorajar os primeiros cristãos em Tessalônica que os cristãos de hoje fariam bem em considerar.
Regozijar-se é ser grato pelo bem e afirmá-lo. Significa, para os Cientistas Cristãos, permanecer nas verdades científicas do ser em oposição à dispersão do pensamento que apenas lamenta a mentira do mal. Tempo algum empregado em lamentar uma ilusão, ou mentira, poderá jamais estabelecer a verdade em relação a uma condição ou circunstância.
Deus, o bem, é real. O mal, sendo um conceito errado, uma tentativa de inversão do bem, deve ser e é irreal. É, pois, salutar regozijarmo-nos em rejeitar, conscientemente, o êrro e estabelecer, com firmeza, a verdade no pensamento. Compreender a verdade acêrca de qualquer condição ou circunstância é curar essa condição ou circunstância, portanto regozijar-se.
Saulo, antes de sua conversão, acreditou erradamente que êle estava agindo em obediência à lei de Deus ao perseguir os seguidores de Cristo Jesus. Estava êle a caminho de Damasco, atento à sua missão destrutiva, quando o Cristo, a Verdade, veio à sua consciência, aclarando a escuridão de seu pensamento. A luz divina o despertou, e seu nome foi mudado de Saulo para Paulo. Daí por diante, imbuído do dom do correto conceito de procedimento justo, Paulo viajou extensivamente, trabalhando e orando para que a festiva luz da Verdade pudesse acender-se e brilhar em outros corações.
Alegria é uma qualidade espiritual, uma qualidade da Verdade, Deus. Alegria emana do coração que conhece o amor em seu verdadeiro sentido. Alegria, portanto, faz parte da essência do Cristianismo como explanada nos ensinamentos do Mestre cristão, Cristo Jesus. O Mestre repetidas vêzes salientou a importância da alegria no pensamento. Disse êle (João 16:20, 22): “A vossa tristeza se converterá em alegria... O vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar.”
Os ensinamentos do Mestre eram baseados na sua clara compreensão de Deus, o Amor, Princípio divino. O amor puro de Jesus pela humanidade atuava na sua fala. Preocupava-se em explicar a verdadeira herança do homem, ou seja, a alegre e sempre-presente consciência do bem. Jesus foi realmente o Guia. Bem estudar e seguir seus ensinamentos é encontrar o caminho da realidade.
A Christian ScienceNome dado por Mary Baker Eddy à sua descoberta (pronuncia-se: Crístien Çá'iens). A tradução literal destas palavras é: Ciência Cristã. está em conformidade com os ensinamentos do Mestre. Estudiosos leais desta Ciência são alegres, pois como elemento do seu progresso perdem uma boa porção do mêdo. Como Paulo, descobrem que seus errados conceitos de bem agir são corregidos diàriamente. Provam através do estudo e da prática da Christian Science que a expressão da alegria é natural ao homem, criado à imagem e semelhança de Deus.
Diz Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Christian Science, na página 57 do livro-texto, “Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras”: “A felicidade é espiritual, nascida da Verdade e do Amor. Não é egoísta; não pode, portanto, existir sòzinha, mas requer que tôda a humanidade a compartilhe.” O indivíduo que quiser manifestar felicidade e alegria tem que aceitar esta declaração. Nela precisa basear sua demonstração de verdadeira alegria. Partindo da falsa premissa de que a felicidade é material, sensual, dependente de pessoas, lugares, coisas, acabaria frustrado em seus esforços para demonstrar felicidade verdadeira.
Não se pode jamais depender da mente carnal, da mente material e falsa. Ela comete erros porque é um mito, um pretenso opôsto da única Mente infinita, Deus. A matéria é apenas uma enganosa crença, expressão mítica de mente mítica. O Espírito é a única substância. Quando a consciência individual se desperta para entrever a não existência da matéria e a presença do Espírito que tudo compreende, verifica se que a alegria que nasce da Verdade e do Amor é uma das qualidades curativas de Deus.
A alegria e a gratidão incluidas na compreensão espiritual põem em ação um poderoso agente curativo. O mêdo, uma das pseudas causas de moléstias, tem que desaparecer à luz da alegria que nasce da Verdade e do Amor.
Há, nas Escrituras, uma impressionante passagem que diz (Joel 1: 11, 12): “Envergonhai-vos, lavradores... porque pereceu a messe do campo. A vide se secou;... tôdas as árvores do campo se secaram, porque a alegria se secou entre os filhos dos homens” (versão inglêsa).
Se alguém tiver a impressão de estar sofrendo uma “sêca” de alegria, que rejeite imediatamente esta falsa suposição reconhecendo-a pelo que é: sugestão agressiva de que o Amor e as qualidades do Amor podem estar ausentes. Amor, Deus, está sempre presente; portanto, à consciência de quem procura ser governado por Deus, o Princípio divino, a alegria está sempre presente. Não pode “se secar” em sua experiência.
Membros d'A Igreja-Mãe recebem o seguinte consêlho de sua Líder, no Manual of The Mother Church — Manual d'A Igreja-Mãe — sob o cabecário “Vigilância acêrca do dever” (Art. VIII, Sec. 6): “Será o dever de cada membro desta Igreja defender-se diàriamente contra a sugestão mental agressiva, e não se deixar esquecer ou negligenciar seu dever a Deus, à sua Líder e à humanidade. Por suas obras êle será julgado,— e justificado ou condenado.”
Acatando êste conselho de Mrs. Eddy, o estudioso que se mantiver em grata obediência a êle, vigiando seus pensamentos, será salvo de automesmerismo. Rejeitando o mal e afirmando o bem, êle se verá livre de sugestões ilusórias da mente carnal que transformariam sua alegria em tristeza e sua consciência do bem em um falso senso de mal, um senso de “sêca” de alegria.
Um estado assim enganoso de pensamento é um êrro sútil que causa tristeza e sofrimento físico enquanto lhe é permitido continuar. Uma pessoa assim mesmerizada não pode proporcionar boa companhia, não pode ser amigo muito agradável, pois tende a acreditar que sua infelicidade é causada pelas ações de outros; ao passo que infelicidade é, muitas vêzes, o resultado de seu próprio pensamento desordenado. Tal indivíduo necessita ser despertado para a verdade.
Cada indivíduo encontra sua proteção no pensamento disciplinado, na obediência ao Princípio. O homem na semelhança de Deus, a Mente divina, é inteiramente perfeito, refletindo prazerosamente tôdas as belas qualidades da Mente. Temos, todos nós, o dever e o privilégio de nos mantermos alertas acêrca da Verdade, de nos regozijarmos “sempre” e de orar “sem cessar”.
Em um de seus poemas, Mrs. Eddy faz humildemente esta oração (Poems, p. 14):
Tua voz escutarei,
Para nunca errar;
E, contente, seguirei
Tudo a enfrentar.
