Não é difícil para a maioria de nós acreditar que, visto Deus ser Deus, Êle tem de ser onipotente. Mas compreender, por fôrça dêsse fato, que tudo o que fôr dissemelhante de Deus é irreal, portanto desprovido de poder, e demonstrar nossa unificação com a onipotência de Deus, não é tão simples. Do mesmo modo, não é difícil para a maioria de nós aceitar o fato de que Deus é bom. Contudo, se acreditamos nesse fato, deveríamos seguí-lo até sua conclusão inevitável, a saber, que qualquer coisa que fôr dissemelhante do bem é irreal e desprovido de poder porque não provém de Deus, e que o homem criado por Deus, que é bom, é espiritual e perfeito.
Se os fatos sempre presentes de que Deus é onipotente e bom e que o homem como filho de Deus é sempre uno com Êle fôrem compreendidos e aplicados, êles negarão e destruirão tudo o que em nossas vidas diárias nos parece ser contradição à bondade e à totalidade de Deus.
Um estudante da Ciência Cristã [Christian SciencePronuncia-se: Crístien Çá'iens.] aprende ràpidamente a importância dos sete sinônimos para Deus dados por Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã [Christian Science], no livro-texto “Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras”: São êles: Mente, Espírito, Alma, Princípio, Vida, Verdade, Amor. Êsses têrmos indicam a totalidade e a bondade de Deus. Êles determinam a natureza espiritual do homem como reflexo de Deus. À medida que aprendemos mais a respeito dêsses nomes para Deus e nossa relação com êles, nossa habilidade para discernir a totalidade e a bondade de Deus que atuam em nosso favor aumenta grandemente.
A verdade de que o compreender a onipotência e a bondade de Deus é suficiente para contradizer tudo aquilo que nos pareça dissemelhante de Deus, ficou provada no seguinte incidente:
Uma Cientista Cristã e seu marido, hóspedes de um hotel numa cidade distante, oravam com fervor e pediam que o poder e a bondade de Deus se manifestassem em suas vidas. Os sentidos materiais pareciam contradizer a onipotência de Deus, pois o marido estava doente e muito aflito. Poucas palavras trocaram durante tôda a noite, pois cada um, a seu modo, se havia volvido a Deus em oração fervorosa.
Depois de haver, durante muitas horas, declarado tôdas as verdades que conhecia sôbre Deus e o homem como criação espiritual de Deus, a espôsa viu-se guiada a esta citação do livro-texto (pp. 109, 110): “As três grandes verdades do Espírito: a onipotência, a onipresença e a onisciência — o Espírito a possuir todo o poder, a encher todo o espaço, a constituir tôda a Ciência — contradizem para sempre a crença de que a matéria possa ser real. Essas verdades eternas revelam a existência primordial como a realidade radiante da criação de Deus, na qual tudo quanto Êle tem feito é declarado bom por Sua sabedoria.”
Foi quase imediatamente que ela se sentiu aliviada do fardo da compaixão humana e do mêdo, quando compreendeu que a onipotência, a onipresença e a onisciência do Espírito haviam contraditado para sempre a crença de que um ente querido, ou mesmo qualquer outra pessoa no reino de Deus, poderia experimentar sofrimento de qualquer espécie. Não foi ela, pessoalmente, que teve o trabalho de destruir essa falsa crença, mas sim o seu reconhecimento da totalidade do Espírito! Foi-lhe revelado que atá mesmo a “existência primordial” dela e a de seu marido evidenciavam “a realidade radiante da criação de Deus”. Como é maravilhoso saber que o homem jamais havia nascido na matéria e não podia experimentar os males da carne!
Foi tão completa a satisfação dessa Cientista Cristã em poder deixar a cargo da onipotência, da onipresença e da onisciência do Espírito o contradizer os sentidos, que, no dia seguinte, ela se sentiu com ânimo para deixar o marido em casa e ir almoçar fora, embora fôsse muito pouca a mudança que se notava no estado do marido. Resolvida a apegar-se firmemente à mensagem espiritual recebida, recusou o jornal da manhã junto à mesa de refeições. Em vez de ler o jornal, ela abriu seu Hinário da Ciência Cristã e pôs-se a ponderar as mensagens que êste continha.
De volta ao hotel, encontrou feitas as malas e o marido vestido com traje de viagem, pronto para empreender o regresso, um percurso de cinco horas em automóvel. Êle estava curado.
Jesus conhecia a onipresença, a onipotência e a onisciência do Espírito e a unificação do homem com Deus, Espírito. Êle utilizava o poder do Espírito para contradizer o testemunho dos sentidos materiais. No evangelho de João, lemos que Jesus curou o homem que era cego de nascimento. Perguntaram a Jesus (9:2): “Mestre, quem pecou, êste ou seus pais, para que nascesse cego?” Jesus respondeu que nem o homem pecara nem seus pais. Acaso não via êle a “existência primordial” do homem “como a realidade radiante da criação de Deus, na qual tudo quanto Êle tem feito é declarado bom por Sua sabedoria”?
O Mestre também afirmou: “É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.” De fato, temos de fazer as obras de Deus à luz da totalidade do Espírito, à luz que nos mostra a nulidade da matéria. À noite — isto é, na crença de que a matéria e o mal sejam verdadeiros e que haja outro poder além de Deus — ninguém pode eficazmente trabalhar ou orar.
Certo de que o Espírito era adequado para atender à necessidade, Jesus disse ao homem cego: “Vai, lava-te no tanque de Siloé,” e as Escrituras dizem que “êle foi, lavou-se, e voltou vendo”. Jesus não seguiu o homem para pôr o Espírito à prova, porque não duvidava da suficiência do Espírito.
Não é, pois, como mortais que trabalhamos para carregar o fardo que constitui a tentativa de pormos de lado os sentidos corpóreos, mas sim como estudantes esclarecidos da Ciência Cristã [Christian Science], para reconhecermos o nosso verdadeiro estado como idéias perfeitas de Deus, que permanecem na onipotência e na bondade de Deus. À medida que nos familiarizamos com êsses fatos espirituais, adquirimos a certeza da vitória do Espírito em cada uma de nossas experiências. Um dos hinos do Hinário da Ciência Cristã, o de n.º 292, falanos dessa vitória no verso que se segue:
Sua é a grandeza, o poder e a glória,
Sua é a vitória quando pedimos socorro;
Sua majestade reluz na maravilhosa história da criação,
E êle é exaltado como cabeça sôbre tudo!