Nas profundezas da consciência humana abriga-se o desejo inerente de ser livre, de ser libertado da escravidão humana, seja qual fôr seu nome ou sua natureza, o desejo de, como se diz, ser dono de si mesmo. A razão por que muitos não realizaram êsse desejo está em não terem compreendido a natureza irreal do falso pretendente ao poder que às vêzes parece mantê-los em escravidão. Muitas pessoas obtiveram confôrto nesta afirmação que se acha em Ciência e Saúde por nossa Líder, Mrs. Eddy (p. 227): “A escravidão não é o estado legítimo do homem. Deus fêz livre o homem.”
A Ciência Cristã [Christian Science] está ensinando a humanidade a conhecer e compreender a totalidade e a unidade de Deus, a perfeição de Sua idéia, isto é, o homem e o universo, e a imutabilidade de Suas leis sempre operantes e todo-harmoniosas. Ela está ensinando que é êrro crer naquilo que se chama poder oposto a Deus, poder êsse que, com suas leis opressivas, pretende amarrar e vitimar os homens.
Aprendemos na Ciência Cristã [Christian Science] que Deus é Mente divina, a causa infinita, auto-existente, que inclui tudo; que Sua criação, que inclui o homem, é o efeito de Seu ser perfeito e co-existe com essa causa única e exclusiva. O homem, a perfeita imagem e semelhança de Deus, é o reflexo de Deus e expressa tudo o que Deus, Mente divina, transmite.
A liberdade e o domínio infinitos são a medida do ser de Deus. Deus está constantemente transmitindo êsse ser infinito, incontaminado e ilimitado, e essa natureza é conferida ao homem para todo o sempre.
Pelo estudo da Ciência Cristã [Christian Science], vemos que essas verdades estão sempre em ação na consciência humana. Elas estão fazendo com que as teorias e os receios da chamada mente carnal com sua pretensão de atividade cedam à presença todo-poderosa e à potente atividade de Deus. Êsse ato de ceder continuará quando se trocar os conceitos humanos de irrealidade pela consciência divina de realidade. Todos os homens reconhecerão, por fim, o direito que lhes assiste de se governarem a si mesmos harmoniosamente e de expressarem a herança de liberdade que lhes foi dada por Deus.
Às vêzes, uma Lição-Sermão dada no Livrete Trimestral da Ciência Cristã contém êstes versículos de Isaías (33:21, 24): “O Senhor ali nos será grandioso, fará as vêzes de rios e correntes largas; barco nenhum de remo passará por êles ... Nenhum morador de Jerusalém dirá: Estou doente; porque ao povo que habita nela perdoar-se-lhe-á a sua iniqüidade.”
A articulista sempre se impressionou com o conhecimento que êsse profeta tinha do reino de Deus, da liberdade de que o homem goza sob o govêrno de Deus e da afirmação de que a humanidade finalmente será libertada dos laços da crueldade e das cadeias da opressão. Do mesmo modo que o barco de remo se tornou obsoleto no campo da navegação, assim também a pretensão da mente carnal, pretensão de pecado, doença e morte, se tornará obsoleta na experiência do gênero humano.
Quando Deus e Seu Cristo, isto é, a idéia espiritual de filiação, fôr mais plenamente compreendido e reconhecido, então todos os laços que impedem o progresso rumo ao Espírito cederão aos laços da legalidade. Mrs. Eddy diz-nos (Não e Sim, p. 26): “Deus mantém o homem nos vínculos eternos da Ciência — na harmonia imutável da lei divina.”
Cristo Jesus foi “profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo” (Lucas 24:19). Êle veio ensinar ao homem o direito de emancipar-se completamente da mortalidade e provar que as teorias e crenças enigmáticas da mortalidade são inverídicas e irreais. Com a sua compreensão do Cristo, êle demonstrou que aquêle que está compenetrado da natureza cristã de seu verdadeiro eu e vive de acôrdo com ela, é dono de sua experiência humana.
Com a fôrça poderosa de Deus e Seu Cristo, Jesus pôs a descoberto e destruíu cativeiros a si mesmo impostos pelos homens e forjados pelas crenças materiais abrigadas na consciência humana. Êle demonstrou para a espécie humana o meio de libertar-se ela de um patrão irreal, mas também indicou que a obtenção da verdadeira liberdade sempre exige algo da pessoa. Êle declarou (Marcos 3:27): “Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe saqueará a casa.”
Essa citação e a aplicação aos assuntos diários do ensinamento que ela contém, desde cedo constituiram para a articulista uma ajuda no seu estudo da Ciência Cristã [Christian Science]. Ela aprendeu que o “valente” não é senão outro nome da mente mortal, ou seja, da mente carnal. Ela achou indispensável capacitar-se de que êsse falso pretendente ao poder é um mito e que os seus bens, isto é, suas crenças errôneas, são tão míticas e inverídicas como a fonte delas; por isso, começou a separá-las de sua experiência.
Enxaqüeca era uma crença da mente mortal que parecia muito verdadeira a ela. Essa enxaqüeca havia voltado muitas e muitas vêzes, roubando-lhe periòdicamente o bem-estar físico e privando-a de sua atividade que, afora essa circunstância, seria normal.
Quando, pela primeira vez, se volveu à Ciência Cristã [Christian Science] em busca de ajuda, ela se confiou inteiramente aos esforços devotos que os praticistas fizeram para aliviá-la durante os periódos difíceis. Depois, quando sua compreensão da totalidade de Deus e do amoroso cuidado d'Êle por Sua idéia, o homem, se expandiu, ela pôde ajudar-se a si mesma graças às suas próprias orações.
Finalmente, ela despertou e reconheceu que fôra a crença da mente mortal, crença essa de tensão, irritação, ira ou ressentimento, que culminara na dificuldade física. Ao amarrar a culpada, utilizando-se do poder de Deus, e ao pôr de lado essas falsas características, ela descobriu que podia impedir que o transtôrno físico surgisse. Ela ficou completamente curada. Agora, depois de muitos anos de liberdade, ela compreende que essa fase de mortalidade jamais lhe havia afetado o ser real e imortal.
Nossa Líder declara em Ciência e Saúde (p. 171): “Pelo discernimento do oposto espiritual da materialidade, ou seja, o caminho por Cristo, Verdade, o homem reabrirá, com a chave da Ciência divina, as portas do Paraíso que as crenças humanas fecharam, e verificará que não é decaído, mas reto, puro e livre, sem precisar consultar almanaques para conhecer as probabilidades de sua vida ou do tempo, sem precisar estudar cérebrologia para saber até que ponto é homem.”
É de fato oportuno perguntarmo-nos: “Até que ponto estou eu livre para discernir a totalidade e a unidade de Deus, para descobrir a liberdade que me foi dada por Deus?” A resposta deve ser: “Infinitamente livre”, porquanto o Cristo de Deus e a Ciência divina aqui estão, revelando e demonstrando o fato espiritual de que “Deus fêz livre o homem”.
