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Espontaneidade de Pensamento

Da edição de julho de 1963 dO Arauto da Ciência Cristã


Nada há, talvez, na vida de Cristo Jesus, que seja mais admirável do que a contínua espontaneidade do poderoso pensar dêle. Essa espontaneidade era o resultado de sua verdadeira consciência do reino de Deus que êle veio revelar ao mundo. Seus processos mentais eram vigorosos e eficazes, porque impelidos pelo Espírito, Deus. Jesus disse de sua obra (João 5:30): “Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo.”

Compenetrado da verdade acêrca da paternidade de Deus e da filiação espiritual do homem, o Mestre espontâneamente dissipava os erros oriundos do conceito errôneo de que o homem era um mortal transitório com ascendência material. Se Jesus tivesse baseado na evidência apresentada pelos sentidos o julgamento que êle fazia daquilo que seus olhos viam, sua obra de cura não teria sido espontânea. Mas a Ciência Cristã [Christian Science] torna claro que êle sempre distinguia entre aquilo que era espiritualmente real e aquilo que era materialmente irreal. Aos seus adversários, indignados porque curara um homem em dia de sábado, Jesus disse (João 7:24): “Não julgueis segundo a aparência, e, sim, pela reta justiça.”

Essa Ciência mostra que é a nossa freqüente aceitação da evidência material o que atrasa nossa habilidade de curar e rouba a espontaneidade aos nossos esforços espirituais. Depois de pôr em contraste a falsa e a verdadeira avaliação da vida, Mary Baker Eddy diz (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 262): “Partindo de um ponto-de-vista mais alto elevamo-nos espontâneamente, assim como a luz emite luz sem esfôrço; pois, ‘onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração’.”

Através dos séculos, os sêres humanos têm despendido esforços em pensar. A estátua de Rodin “O Pensador” revela um grande esfôrço emocional em ligação com o pensamento. Essa figura, semelhante a um bruto, é apresentada lutando com tal intensidade para penetrar o pensamento, que seus artelhos chegam a se encravar firmemente na terra que lhes está por baixo. Mas não é preciso que o pensar seja intenso, nem é preciso que implique pressões emocionais. Em razão de compreender que a Mente divina é Tudo e que a verdade de que tudo o que é real emana da Mente e por isso é perfeito, o Cientista Cristão vive, trabalha e ora tranqüilamente e sem esfôrço mental intenso. Seu pensar torna-se cada vez mais espontâneo e é eficaz em julgar uma “reta justiça” em qualquer situação. Êle se sente contìnuamente refrescado.

O esfôrço mental penoso decorre da vontade humana; êle é prova de que se acredita no mal ou na limitação; êle sugere que o pensador não está partindo do ponto-de-vista científico da manifestação espontânea de idéias por parte da Mente. Nós não fazemos esforços para compreender o conceito matemático de que dois mais dois são quatro. Então, por que deveríamos fazer esforços para compreender o conceito espiritual de que a idéia da Mente é tão perfeita quanto a própria Mente da qual ela emana, ou que a doença cruel não passa de ilusão, já que o Amor divino é Tudo?

Mrs. Eddy diz (ibid., p. 445): “A Ciência Cristã [Christian Science] faz calar a vontade humana, acalma o mêdo com a Verdade e o Amor, e ilustra a atuação sem esfôrço da energia divina na cura dos doentes.” Precisamos estar atentos para que nenhuma pressão da vontade humana, nenhuma tensão da ansiedade pessoal, nenhuma intensidade da crença errônea, deslustre nosso devoto trabalho metafísico. Não é necessário que se exerçam pressões sôbre a verdade de uma situação para torná-la verdadeira. A única coisa necessária é uma visão clara daquilo que de fato está presente e a sabedoria científica que considera a discórdia e a limitação como não existentes.

Se alguma fôrça intencional ou ignorante da má prática mental assaltar o Cientista que está vigilante para descobrir a pressão perturbadora que ela lhe exerce sôbre a consciência habitualmente calma, não precisa êle reagir, nem deve reagir com alarma ou com resistência mental voluntariosa. É essa uma ocasião para que expresse grande humildade e paz interna, a calma do verdadeiro pensar, um amor firme para com todos no reconhecimento da união inseparável do homem com Deus. Isaías disse (30:15): “Assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: ... na tranqüilidade e na confiança está a vossa fôrça.”

Ainda que possa ser sábio às vêzes falar com veemência aos estados errôneos de pensamento, não é preciso que isto envolva a dominação voluntariosa de uma mente por outra. Não é a intensidade emocional de nossa argumentação, e, sim, a profundidade de nossa convicção espiritual das verdades que estamos proferindo o que torna eficazes as nossas orações. Precisamos vigiar o nosso trabalho metafísico para que nenhuma pressão mental voluntariosa obscureça nossa consciência ou nos faça cair do alto da sublime visão da Mente e suas idéias — a visão que cura.

“Na tranqüilidade e na confiança”, podemos demonstrar a espontaneidade espiritual que caracteriza o filho de Deus, o reflexo da Mente. O reflexo de Deus não luta pelo poder, não despende esforços para exprimir sua fonte. Os esforços penosos indicam a falsa consciência que se rebela contra o mandado da Ciência de que abandone sua pretensão ao poder. O pensamento humano, imbuído da Ciência, pode elevar-se espontâneamente acima da crença material até a consciência do reino do Espírito. O sentido de luta cessa à medida que abandonamos o falso ponto-de-vista de sermos mortais que se esforçam para se tornar espirituais e nos identificamos como expressão da Mente, expressão que coexiste com o Pai e que espontâneamente emana da fonte única no pleno poder do domínio que pertence ao homem de Deus.

Então disse Moisés ao Senhor: Ah! Senhor! eu nunca fui eloqüente ... Respondeu-lhe o Senhor: ... Vai, pois, agora, e eu serei com a tua bôca, e te ensinarei o que hás de falar. — Êxodo 4:10, 11, 12.

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