Na escola dominical da Ciência Cristã, Brian havia aprendido que Deus fêz o universo inteiro, fê-lo bom, e fêz o homem à Sua imagem e semelhança. Brian notou a professora da escola dominical chamar de erro tudo que não estivesse bem.
— “O que é o erro?”, perguntou Brian à sua mãe. Contou-lhe esta que quando pequena, a caminho da escola, via uma tôrre no cume de um morro. Feita de grandes pedras, parecia um castelo. Nas manhãs nevoentas, cheias de cerração, era difícil vê-la. Em certos dias, de tal forma movia-se o ar, que a torre parecia oscilar. Brian achou engraçado imaginar que pedras grandes e sólidas podiam mover-se.
— “Às vêzes o sol de repente aparecia”, disse sua mãe, “dissolvia a névoa, e então eu podia ver a tôrre. A Verdade é como o raiar do sol. O êrro não pode ficar onde está a Verdade.” Brian então percebeu ser o êrro apenas o nome de algo, fingindo ser alguma coisa.
A classe de Brian na escola dominical era orientada a procurar palavras no Glossário, em Ciência e Saúde de Mrs. Eddy. Um dia, sofrendo de dor de ouvido, Brian ficou contente por ter aprendido a encontrar a verdade dêsse modo. Sua mãe disse-lhe para ler a Bíblia e Ciência e Saúde até chegar a algo que pudesse compreender.
Isso foi num domingo. Embora não pudesse ir à escola dominical, Brian pensou em procurar uma palavra no Glossário, como seus amigos na escola dominical deviam estar fazendo naquela manhã. Procurou, então, a definição de “ouvidos”, na página 585 de Ciência e Saúde, e leu: “Não os órgãos dos pretensos sentidos corpóreos, mas a compreensão espiritual. Jesus disse, referindo-se à percepção espiritual: ‘Tendo ouvidos, não ouvis?’ (Marcos 8:18).”
Brian tomou a Bíblia para nela procurar as palavras de Jesus. Notou tanto Cristo Jesus quanto Mrs. Eddy falarem sobre a compreensão. Achou difícil reconhecer que seu ouvido não podia doer. Percebeu, porém, que sua compreensão não podia doer. Um pouco da neblina do êrro estava desaparecendo.
Brian então adormeceu. Quando acordou sentia-se melhor, mas não podia ainda virar a cabeça. Abriu novamente a Bíblia e leu (Génesis 1:6): “E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas, e separação entre águas e águas.”
A palavra “firmamento” era nova para Brian. O menino dirigiu-se então à cozinha para mostrá-la à sua mãe. Esta, abrindo o livro Ciência e Saúde no capítulo intitulado “Génesis”, mostrou a Brian estas palavras (p. 505): “A compreensão é a linha de demarcação entre o real e o irreal.” Sua mãe disse-lhe que esse pensamento, êsse anjo, o ajudaria a ver a diferença entre o real e o irreal.
Brian voltou ao seu quarto para pensar sôbre isso. Pouco depois seu pai e sua irmã Susana chegaram. Naquele domingo, o professor de Susana na escola dominical pedira-lhe para decorar estas palavras da Bíblia: “Disse Deus: Haja luz; e houve luz” (Génesis 1:3). A mãe explicou a ambas as crianças que essas palavras combinavam com as da Bíblia, encontradas por Brian, pois luz também significa compreensão. Susana voltou-se para Brian e disse, — “Disse Deus — haja compreensão. Portanto, você a tem”
Logo depois a mãe ouviu as duas crianças apostando corrida no corredor, e Brian dizia: — “Oh! já posso virar a cabeça!” Brian estivera a manhã inteira pensando na verdade, e pouco a pouco, fôra transformando seu pensamento a respeito de si mesmo em pensamentos bons apenas. Quando, então, sua irmã trouxe para casa um outro pensamento bom, foi como o último raio de sol a dissolver completamente a neblina.
Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sôbre ti. Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão os povos: mas sôbre ti aparece resplendente o Senhor, e a sua glória se vê sôbre ti. — Isaías 60:1, 2.