Hoje, muito se fala que a formação, o ambiente e a hereditariedade são responsáveis pelo comportamento humano. De fato, tornou-se perfeitamente admissível que se desculpem a uma pessoa as faltas ou injustiças por causa de certas circunstâncias infelizes na sua vida humana.
Pelo estudo da Ciência Cristã [Christian Science], fica desmascarada a falsidade de tais argumentos. Os estudantes dessa Ciência aprendem que o direito que o homem possui por nascimento é ter domínio, como representante espiritual de Deus. As limitadoras crenças de ambiente e de hereditariedade são consideradas sugestões da mente mortal que procuram separar-nos da herança a que temos direito como filhos de Deus.
Em realidade, não há limitações impostas ao homem, porquanto o homem é criado à imagem do Deus infinito. No primeiro capítulo do Gênesis, encontramos a história da verdadeira criação, a criação espiritual. Êsse importante capítulo termina com a poderosa declaração, “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.”
Deus fêz o homem. Deus o fêz “muito bom”. Êsse homem da criação de Deus é o homem perfeito, o homem espiritual. Entretanto, à medida que formos aprendendo e compreendendo mais a respeito do homem espiritual, a consciência humana se irá harmonizando mais estreitamente com a divina. O homem verdadeiro, o descendente de Deus, tem uma formação que é só de perfeição. Em realidade, não há antepassados mortais, não há limitações.
Como podem essas verdades concernentes ao homem e seu único e verdadeiro parente ser demonstradas aqui e agora? Acaso pretenderia o erro que a falta de educação nos cerceia a oportunidade para progredir e até para sermos felizes? Um estudante da Ciência Cristã sabe que todo conhecimento verdadeiro é de Deus. Embora o preparo educacional seja necessário na experiência humana, uma compreensão de que há uma só Mente habilita todos, inclusive os estudantes jovens, a expressar da maneira mais cabal as suas aptidões.
À medida que aprendemos a escutar cuidadosamente a orientação infalível de Deus, expressamos maior inteligência em tôdas as facetas da atividade diária. Mrs. Eddy escreve (Ciência e Saúde, p. 128): “Um conhecimento da Ciência do ser desenvolve as faculdades e possibilidades latentes do homem. Estende a atmosfera do pensamento, dando aos mortais acesso a regiões mais amplas e mais elevadas. Eleva o pensador a seu ambiente nativo de discernimento e perspicácia.”
Acaso o êrro afirma que somos membros de um grupo oprimido? Como estudantes da Ciência Cristã aprendemos a negar tôdas as mentiras quanto à opressão, pareçam elas pessoais ou universais. O homem verdadeiro nunca está fora do reino de Deus, o reino das idéias justas. O reino de Deus está em toda parte e inclui tudo. Uma terra prometida aguarda ao que procura compreender a Verdade. A viagem para lá é puramente mental; é do sentido para a Alma. Despojar-se de tôda fé na hereditariedade e no ambiente materiais, apressa o desejado término dessa viagem.
A crença escravizante de que há hereditariedade humana afirma que uma pessoa herdou de seus pais e antepassados certas características físicas e mentais, que podem ser boas ou más, belas ou feias. A falsa lei pretende que uma pessoa tem que aceitar essas características e conformar-se com elas.
Que é que a Ciência Cristã ensina? Ensina a paternidade e maternidade de Deus e a nulidade da matéria. Em Ciência e Saúde, lemos (p. 228): “A hereditariedade é um tema prolífico ao qual a crença mortal pode atrelar suas teorias; mas, se aprendermos que nada é real senão aquilo que é direito, não teremos heranças perigosas, e os males carnais desaparecerão.”
Uma compreensão da lei da Mente divina habilita-nos a vencer tôdas as tentativas da mente mortal para limitar-nos pela herança material. O direito inato do homem como filho de Deus está estabelecido para sempre. Cada indivíduo tem a oportunidade de reclamar êsse direito à herança divina. Com que pressa uma pessoa reclamaria uma herança de riqueza material! Quanto mais valiosa e duradoura não é a nossa herança espiritual!
Jesus refutou a crença de que os pecados do pai recaem sôbre os filhos. Ficou isso ilustrado na cura do homem que fôra cego de nascença. Quando os discípulos perguntaram a Jesus se fôra o homem ou os pais dêste que haviam pecado, porquanto havia nascido cego, Jesus respondeu (João 9:3): “Nem êle pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nêle as obras de Deus.” Jesus não aceitou nenhuma limitação de hereditariedade, pois viu claramente que o homem é o descendente de Deus.
Paulo venceu as crenças de uma herança material que foi a antítese da vida cristã que mais tarde seguiu. No seu discurso aos atenienses, êsse grande líder abrangeu o assunto da hereditariedade e do ambiente em uma só declaração concisa (Atos 17:28): “Nele [em Deus] vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dêle também somos geração.”
Todos os filhos de Deus são nascidos livres. O conhecimento dessa verdade rompe as algemas da falta e da limitação. A Verdade vence o êrro em todos os pontos. Dêsse modo, os indivíduos estão em condições de pôr suas atividades humanas em harmonia com a divina e de alcançar tanto a vitória humana como a espiritual. À medida que se vai realizando êsse progresso, podemos regozijar-nos com o Salmista (Salmo 16:6): “Caem-me as divisas em lugares amenos, é mui linda a minha herança.”