Os problemas dos adolescentes e de seus pais são humanos. Provêm da crença na vida material, inclusive o nascimento material, a maturidade, e finalmente a morte. A Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: Crístian Çai'ens. nos ensina a resolver os problemas humanos mediante a aplicação ao quadro mental, na consciência humana, as verdades sôbre Deus e o homem. Dêsse modo superamos aquilo que é material, pois a matéria é irreal. Como resultado, a natureza espiritual verdadeira de cada indivíduo, como reflexo de Deus, aparece.
Deus é Mente infinita, Princípio, Amor. Seus filhos e filhas são idéias espirituais. Refletem a inteligência divina, a ordem espiritual, o amor imortal, em tudo que fazem. Suas atividades têm uma finalidade espiritual. Suas individualidades são expressões puras da perfeição sagrada.
Na página 14 de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy diz: “Inteiramente separada da crença num viver material e do sonho dêsse viver material está a Vida divina, que revela a compreensão espiritual e a consciência do domínio que o homem tem sôbre tôda a terra. Essa compreensão expulsa o êrro e cura o doente, e com ela podeis falar “como quem tem autoridade”.”
Os próprios pais têm de encarar seus jovens filhos ou filhas sob um ponto de vista espiritual, a fim de perceber a diferença entre os elementos “da crença num viver material e do sonho dêsse viver material” e os elementos da “Vida divina”, para assim obter um senso genuíno de autoridade sôbre os erros com que tanto os pais como os filhos se defrontam. Se quisermos conseguir êsse ponto de vista espiritual, precisamos seguir o caminho indicado por Cristo Jesus. Precisamos viver as qualidades morais que conduzem à compreensão espiritual. Sob o título marginal “Qualidades de transição” (ibid., p. 115), Mrs. Eddy faz constar: “Humanidade, honestidade, afeto, compaixão, esperança, fé, mansidão, temperança.”
Aquêle que encontra dificuldade em compreender seu filho adolescente ou em manter um senso de equilíbrio diante dos problemas que surgem dia a dia, precisa examinar cuidadosamente seu próprio pensamento. Ao tomar as providências que levam para longe da materialidade, rumo à compreensão espiritual, está êle sendo tão aplicado quanto gostaria seu filho adolescente o fosse, para desenvolver as qualidades que a criança deveria expressar?
Conhecendo bem seu próprio progresso rumo ao Espírito, os pais podem exigir e exercer capacidade cada vez maior, para compreender as qualidades desarmoniosas e desordenadas da falsa personalidade material como sendo inteiramente separadas do verdadeiro ser do jovem. Vendo o jovem como Deus o fez, os pais reconhecerão e apelarão para as qualidades que representam o verdadeiro homem, governado pelo Pai-Mãe Deus.
Nosso desejo é que nossos jovens cresçam com bons padrões morais — que sejam honestos consigo mesmos e com os outros, atenciosos, expedientes, vivos e moderados. Existem providências humanas a serem tomadas, a fim de incutir em nossos filhos essas qualidades morais. Essas providências, porém, nunca são as mesmas para famílias diferentes ou indivíduos diferentes. Um indivíduo pode reagir melhor à disciplina severa, enquanto um outro, na mesma família, pode reagir melhor ao raciocínio calmo.
Em alguns indivíduos certas sensibilidades morais amadurecem ràpidamente. Noutros, as mesmas sensibilidades podem desenvolver-se mais lentamente. Pais e mães precisam compreender cada filho, a fim de diferenciar, no jovem pensamento, o que se desenvolveu e o que se deveria desenvolver. Não há nada mais eficiente do que o reconhecimento, por parte dos pais, de que as qualidades provindas de Deus estão amadurecendo na consciência humana individual, reconhecimento êsse que ajuda a trazer à tona o que há de melhor no jovem. E não há nada pior para ràpidamente conduzir a uma perda de contrôle, do que a falha em ser paciente, ao animar um rapaz ou uma môça a desenvolver certas qualidades que podem parecer, para o adulto, insuficientes.
Lemos em Provérbios: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando fôr velho não se desviará dêle” (22:6). “O caminho em que deve andar” é o caminho em que aprende qual é seu próprio relacionamento com Deus. O pai ou a mãe humana ensina a criança dessa maneira, nesse caminho, primeiramente por seu próprio exemplo, e depois, guiando a criança dia a dia, no sentido da realização da verdadeira capacidade desta, para governar-se como reflexo do Princípio divino que se governa a si mesmo.
Nesse processo de orientação os pais precisam tomar muitas decisões que afetam o progresso dos filhos. Essas decisões humanas frequentemente se situam entre dois males, para determinar, no momento, qual é o menor. Os pais constantemente despertos para manterem seu ponto de vista espiritual discernirão, com percepção espiritual, o que precisam conhecer a fim de tomar a decisão mais acertada. E com amor cristão, sem mêdo, saberão transmitir essa sabedoria à criança, de maneira a revelar a autoridade do Pai-Mãe divino, acima do sentido material e pessoal.
É necessário lidar humanamente com as situações humanas, mas a compreensão das verdades apresentadas pela Ciência Cristã, e sua aplicação às condições humanas nos permitem, como pais e filhos que somos, crescer juntos em compreensão e em amor, dia a dia. Surgirão problemas, mas se, ao resolvê-los, aumentarmos nossa capacidade para governar-nos espiritualmente, os adolescentes também lucrarão com isso. E, à medida que os guiarmos a experimentar, por si mesmos, a alegria do verdadeiro autocontrole, crescerão com uma base segura para viver com êxito.
