Lemos em Êxodo que Deus alimentou os filhos de Israel com um suprimento diário de maná fresco quando estavam atravessando o deserto. O povo não tinha necessidade de colhêr e ajuntar mais do que o que podia usar, e os que procuravam acumular o desnecessário viram que isso não lhes trazia benefício algum.
Os meios e métodos de Deus, o Espírito infinito, o Amor, não mudam, embora com os anos possam mudar os sinais externos de Seu amor e desvêlo. Deus ainda alimenta aquêles que O procuram compreender e obedecer, os provê diàriamente de maná fresco, isto é, de novas idéias espirituais, novas inspirações, novos vislumbres da verdade do ser, novas oportunidades de expressar a natureza divina. E êstes, por sua vez, proporcionam às pessoas tudo de que necessitam: alimento, fundos e abrigo; realizações importantes e entusiasmo sadio para viver.
Cristo Jesus ensinou seus discípulos a orar assim: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mateus 6:11), lembrando-os assim do fluxo regular, contínuo, de alimento que vem do Pai celeste. Jesus demonstrou isso quando satisfez a fome de uma grande multidão que o tinha seguido durante três dias para ouvi- -lo pregar (Mateus 14:16–21). Embora o suprimento que possuíam fôsse de todo insuficiente, êle dominou a situação pelo seu entendimento da verdade espiritual. Deus, a Verdade divina, multiplicou os poucos pães e peixes de que dispunham, e todos foram alimentados.
Mrs. Eddy, explica em seu livro Miscellaneous Writings (Escritos Diversos, p. 307): “Deus vos dá Suas ideias espirituais e estas, por sua vez, vos dão os suprimentos diários. Nunca peçais para amanhã: basta saberdes que o Amor divino é auxílio sempre presente; e se esperardes sempre confiantes, tereis a cada momento tudo de que necessitardes.”
Geralmente as pessoas pensam que sua necessidade primária é o dinheiro, a saúde ou a oportunidade. Mas o que de fato necessitam é de ideias espirituais, as quais vêm ùnicamente pela compreensão espiritual e a obediência ao Espírito divino.
A Ciência Cristã não se limita a aceitar a declaração bíblica de que Deus é Espírito e que o homem é o filho, ou a semelhança, de Deus, pois ela tira dessas premissas sua conclusão lógica. Mostra que o homem, para ser semelhante a Deus, tem de ser espiritual, isento de pecado. O mortal pecador, que conhecemos através dos cinco sentidos físicos, é a projeção de um conceito material sobre o homem. Não é o homem, a imagem do Amor.
Só se pode discernir o homem através do sentido espiritual, ou consciência espiritual outorgada por Deus, a única que compreende a verdadeira natureza do homem. O sentido espiritual é algo que todos possuem. Talvez pareça estar oculto ou não existir. Mas está situado no âmago do coração de cada indivíduo.
Quando desejamos conhecer Deus corretamente e conhecer a espiritualidade de nosso próprio ser, abandonando o sentido material de ego, êste falso sentido começa a ceder. E até certo ponto nos tornamos cônscios de nossa união real ao Espírito, de nossa plenitude e pureza e da impossibilidade de sequer entretermos a crença de que nos falte algum bem. Isso nos purifica a consciência e, na medida em que mantemos, nutrimos e vivemos as ideias espirituais, novas, que nos ocorrem, nossa existência humana se transforma.
As necessidades de ontem foram supridas. Hoje é um nôvo dia, e o Amor está nos provendo de maná fresco. Colhamo-lo com gratidão.