Você já tentou olhar para o sol num dia muito claro, e verificou que seu brilho tornava impossível o mínimo sinal de trevas? Os profetas bíblicos viam no brilho do sol uma semelhança ao amor puro de Deus, onde as trevas são desconhecidas; e o Salmista cantava: “O Senhor Deus é sol e escudo” (Salmos 84:11).
No Apocalipse acha-se registrada outra indicação de que o amor puro de Deus é tudo. Ali, o govêrno de Deus e Sua onipresença estão descritos como a cidade santa, quadrangular, que “não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada” (21:23). Nela não havia noite.
Esta era outra maneira de dizer que Deus é Espírito infinito e que enche todo o espaço. Deus é Amor, e Seu amor enche todo o espaço, não deixando lugar para o oposto do Amor, do mesmo modo que o esplendor do sol não deixa lugar para as trevas.
Visto existir um só Deus, e que Êle é Mente, como as Escrituras dão a entender, concluímos que há só uma Mente e que Deus é a Mente de todos. Conclusão lógica que se segue a esta é a de que tôda e qualquer coisa que apareça no mundo de hoje e não seja da natureza da Mente e não manifeste as qualidades da Mente não é de Deus e, por isso, não tem realidade ou poder, mas é um falso conceito, uma crença irreal, uma ilusão. Num artigo sob o título “A Causa Única e o Único Efeito”, Mrs. Eddy, após falar acêrca das diferenças entre as hipóteses humanas e o que é de Deus, afirma: “A única conclusão lógica é que tudo é Mente e sua manifestação, desde o rolar dos mundos, no éter mais sutil, até um canteiro de batatas” (Miscellaneous Writings — Escritos Diversos, p. 26).
Poderíamos dizer que cada um de nós tem suas próprias experiências de “canteiro de batatas” (isto é, nas coisas mais corriqueiras), não importa o lugar ou posição que ocupe na vida. Todos nós experimentamos situações aparentemente comuns, que o mundo pouco nota, ou a que não presta atenção, embora sejam importantes para nós. Temos de nos haver com elas: não podemos fugir.
O fato de que Deus é Tudo, e a correlativa nulidade de tôda e qualquer coisa contrária à Sua natureza se revelam pela Ciência divina, que opera através de todo o universo e pode ser provada em cada experiência individual. A Ciência Cristã ensina que a perfeição de Deus e de Sua criação constituem a verdade espiritual, sempre utilizável para curar e salvar. Por mais brilhante que pareça o sol à vista humana, a claridade do amor de Deus é ainda mais brilhante que o sol, e não contém mancha escura sob a forma de doença, tédio, infelicidade, mêdo, discórdia, morte. Eis a base da oração eficaz: a compreensão de que tudo o que não é de Deus pode ser eliminado porque o amor de Deus, sempre presente, destrói tudo o que é de natureza contrária ao Amor.
Como esposa de um fazendeiro, certa estudiosa de Ciência Cristã estêve atenta ao trabalho do marido durante muitas horas, quando êste abria novos poços, instalava novas bombas hidráulicas e procurava novas pastagens para o gado, em seus esforços por vencer as dificuldades causadas por uma sêca inclemente. Ela viu também os lucros se reduzirem em consequência das despesas extraordinárias que tiveram de fazer. Como é possível nessa experiência — pensou — dizer que a Mente é Tudo e que a Mente se manifesta? A estudiosa reconheceu que o problema sòmente poderia ser resolvido com a ajuda de Deus. E concluiu que Deus, que é Mente, inteligência infinita, certamente daria uma resposta sábia e satisfatória ao problema e que, se se aproximasse mais dÊle e vivesse em conformidade com a lei divina, seria levada a ver a claridade do amor de Deus brilhar precisamente onde parecia haver trevas.
O precedente bíblico para o reconhecimento de que a esterilidade e a carência não têm poder, por não serem de Deus, foi encontrado no livro de Isaías, em passagens tais como as seguintes: “O êrmo exultará e florescerá como o narciso.. . Águas arrebentarão no deserto e ribeiros no êrmo. A areia esbraseada se transformará em lagos, e a terra sedenta em mananciais de águas” (35:1, 6, 7). Tais são as possibilidades disponíveis ao género humano, através da glória de Deus.
Quando o govêrno declarou em estado de calamidade pública a área em que residia aquela Cientista Cristã, ela recusou-se mentalmente a aceitar a sugestão de que pudesse um filho de Deus, um filho do Espírito, estar sujeito a tal situação material. Esta atitude foi tomada com base nas seguintes palavras de Paulo: “Nêle vivemos, e nos movemos, e existimos” (Atos 17:28). Não se importando com o poder que as trevas pareciam ter, a estudiosa reconheceu a nulidade de tudo o que é contrário à natureza de Deus, e reconheceu que a Mente e sua manifestação, vista desde “o rolar dos mundos, no éter mais sutil, até um canteiro de batatas”, é Tudo. Isso lhe permitiu perder o medo ao problema, volver-se para Deus e sentir a presença do Seu amor.
Ela concluiu que por estar Deus em tôda parte e o amor de Deus não conhecer carência, do mesmo modo que o sol não conhece trevas, esse problema aparente existia apenas numa suposta mente mortal, expressão usada em Ciência Cristã para indicar o sentido material das coisas. Reconheceu então que não podem existir sêca e carência na presença do amor puro de Deus.
Mostrando que é Deus quem dá alimento para o uso do homem, Jesus alimentou a multidão. Êle disse dos cinco pães e dois peixes, a única evidência de alimento então disponível para a multidão: “Trazei-mos”, e, segundo Mateus (14:18, 19): “tendo mandado que a multidão se assentasse sôbre a relva, tomando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos para o céu, os abençoou. Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e êsses, às multidões.” Todos os presentes comeram e se fartaram.
Deus, o Espírito, alimenta, veste, educa e sustenta tudo o que existe no Seu universo. A Mente, com sua manifestação, estava revelando a essa estudiosa que Deus nunca está ausente, que Êle é Amor e poder onipotente, e que estava presente naquela experiência da fazenda! E a evidência tangível dêsse fato espiritualmente científico foi vista em sucessivas e abundantes safras, a despeito de tôdas as condições de sêca.
Passaram-se alguns mêses, durante os quais ela sentiu a paz de Deus, enquanto outros membros da família também se voltavam para Deus, em oração. E aos poucos um aguaceiro acima do comum molhou tôda aquela área. Pôde-se dispor de pasto mais que suficiente para suprir as necessidades dos animais da fazenda. Os reservatórios de água que se encontravam secos, havia alguns anos, ficaram cheios.
Não se tinha feito nenhuma tentativa de mudar o tempo e nem se rogou a Deus que fizesse chover. Houve o reconhecimento, em oração, de que “tudo é Mente e sua manifestação”, e essa comunhão íntima com Deus eliminou a falsa crença de haver carência, condições meteorológicas violentas, aridez, medo, limitação.
Pode não parecer difícil reconhecermos que a Mente é Tudo e a manifestação da Mente no “rolar dos mundos, no éter mais sutil”, porque muitas pessoas foram educadas para crer que existe um Deus num vasto além, em algum lugar. Contudo, Deus, o Espírito, sendo Tudo-em-tudo, também reina até num “canteiro de batatas”, isto é sobre as circunstâncias ou condições mais corriqueiras. Era característico de Mrs. Eddy instruir seus seguidores sôbre a onipotência de Deus e também de lembrá-los da necessidade de provarem essa onipotência em qualquer lugar aonde os conduzissem os acontecimentos humanos!
Quando o nosso dia parecer nublado pela má saúde, pela falta de amor, mêdo ao futuro, govêrno corrupto, seja qual fôr o argumento dos sentidos materiais, então a claridade do amor de Deus, sendo reconhecida e obedecida, dissipará as trevas aparentes graças à visão da integralidade da Mente, a jorrar a luz do amor curativo de Deus, luz mais intensa que a do sol.