A parábola dos talentos que Cristo Jesus contou, põe a descoberto a pobreza de se permitir que percamos nossas habilidades, e a rica recompensa de as empregar ativamente. Ver Mateus 25:14–30; Nossas habilidades têm de aumentar à medida que as utilizamos, e quando as ampliamos, descobrimos que nossa perspectiva e nossa atividade também se expandem. Esse crescimento está de acordo com uma declaração da Sr.a Eddy em Ciência e Saúde, onde ela diz: “Deus expressa no homem a idéia infinita que se desenvolve eternamente, que se amplia e, partindo de uma base ilimitada, eleva-se cada vez mais.”Ciência e Saúde, p. 258;
Certa vez fui forçada a mudar meus planos sobre minha carreira, o que fez com que o futuro me parecesse sem alegria, sem estímulo e incerto. Compreendendo que eu tinha de melhorar o máximo possível minha situação, consegui um emprego temporário que requeria pouca habilidade — na esperança de ser ao menos de alguma utilidade, ainda que não me sentisse inteiramente feliz. Todavia, como estudante da Ciência Cristã, tinha aprendido que uma circunstância ou outra não podia por si só tornar-nos felizes ou infelizes. O seguinte trecho de Ciência e Saúde veio-me ao pensamento: “Precisamos desenvolver os talentos que Ele nos dá.” ibid., p. 6. Diante disso comecei a pensar sobre as qualidades, ou os talentos, que eu podia expressar ali mesmo nesse emprego que, visto de fora, era desinteressante. Paciência era uma delas. Exatidão era outra. Solicitude, outra. Concentrei-me em cumprir minhas tarefas tão bem quanto podia, expressando essas qualidades conferidas por Deus tão decididamente quanto possível, especialmente em ocasiões de desânimo. Enquanto continuava no emprego comecei a sentir-me mais contente com meu trabalho e fui incumbida de realizar tarefas que exigiam cada vez mais os meus talentos. Quase que lamentei a perda das antigas tarefas, de que eu tinha começado a gostar. Encontrei uma recompensa ao descobrir novos talentos, inclusive liberdade e vigor em atividades físicas que nunca dantes havia conhecido.
Essa espécie de melhoria está à disposição de qualquer pessoa que esteja disposta a encarar, de modo mais científico, sua ocupação, seja ela qual for. E se você estiver desempregado? Talvez ache que suas habilidades sejam obsoletas ou então, que você tem talentos, mas que ninguém lhe dá uma oportunidade, ou ainda, que você acha ter muito pouco talento com que começar.
Se esse for o caso, é chegada a hora de tornar a examinar quem você é à luz daquilo que a Ciência Cristã ensina acerca de Deus e do homem. Será que você é meramente um mortal que vai vivendo com um cérebro limitado, à espera de que as coisas melhorem? Ou será que você é a semelhança da Mente divina, por ela sempre amada? Como semelhança da Mente você está justamente agora ocupado em estar na Mente — encarregado de conhecer o bem, fazer o bem e ser bom. Esse é o encargo do Amor, o encargo da Vida. Você está sempre empregado como expressão de Deus.
Acaso isso requer um esforço acima de sua habilidade? Nunca. Tão logo você se identifique como o reflexo do Amor, você estará consciente, sem esforço, das oportunidades de amar, e você será capaz de aproveitar essas oportunidades. Toda porta mantida aberta, todo sorriso carinhoso, todo papelzinho levantado do chão é uma expressão da ação do Amor. Compreendendo que você mesmo é a imagem da Mente, ficará sabendo melhor quando e onde seus esforços serão mais necessários e proveitosos. Assim que você se vir como expressão da Alma, tudo aquilo que fizer será mais coerentemente gracioso, oportuno e bonito. Sabendo que você mesmo é o reflexo ativo do Espírito, você será mais alegre e livre em seu trabalho. E você é naturalmente pontual, ordeiro e meticuloso quando se identifica com a idéia sem jaça do Princípio. Deus, na Sua qualidade de Ser completo, proveu a você com uma completa remuneração, visto que na verdade todo aspecto de seu trabalho está protegido e é governado por Ele.
Uma vez que você tenha começado a empregar esses talentos, nunca poderá encontrar-se desempregado. Mas, o que dizer quanto à necessidade de ganhar seu sustento? Certo, você pode manter-se ocupado em expressar a Deus, mas de que jeito isso trará os fundos necessários? Outra vez é tempo de perguntar: Serei eu meramente um mortal sem qualquer garantia de ter o que é necessário? Ou serei eu ternamente cuidado e sustentado como filho amado do Pai-Mãe Deus? Você pode saber que a solicitude divina para com você, como filho de Deus, é completa e perpétua.
O apego que você tem à verdade espiritual, o que revela seu genuíno emprego ativo, não pode privá-lo das coisas que humanamente são necessárias. De fato, esse apego tem de ampliar e enriquecer de todas as maneiras sua experiência. Foi isso que se disse aos servos na parábola de Jesus: “A todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância.”