Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Enfrenta o problema e vence

Da edição de abril de 1979 dO Arauto da Ciência Cristã


No dia seguinte ao do falecimento de minha companheira de trinta anos de convívio, saí para o terraço de meu apartamento num décimo andar. Era de manhã cedo, e a pálida luz do novo dia mostrava um céu cheio de nuvens que baixavam. Um vento forte chicoteava as águas da baía lá em baixo, levantando ondas encapeladas. A atmosfera parecia agourenta.

Um bando de pássaros marinhos estava ali perto. Muitos estavam no mesmo nível do terraço. Faziam tremendo esforço para manter sua posição contra a força da ventania. De vez em quando um deles ficava de viés ou se voltava, oferecendo maior resistência ao vento, e imediatamente era lançado para trás e forçado a lutar para conseguir recuperar o equilíbrio.

De repente um pássaro que pairava majestosamente a poucos metros de distância chamou minha atenção. O pássaro enfrentava direta e decididamente o vento, mas em virtude de sua habilidade mantinha a posição sem mexer uma asa. Serenamente enfrentou a arremetida da ventania e manteve sem esforço sua posição.

Veio-me o pensamento: “Que lição isso oferece a qualquer pessoa que se veja confrontada com provações e problemas aparentemente avassaladores!” Com inspiração renovada dei-me conta de que a gente tem de escolher entre duas alternativas. Pode edificar uma dificuldade; pode vê-la como dura realidade, como calamidade incombatível, e depois, a partir desse ponto de vista, tentar transpô-la. Ou então pode raciocinar espiritualmente, partindo da base da totalidade do Deus perfeito, cuja criação O expressa em beleza, concórdia e eterna grandiosidade, não tocado por qualquer quadro deprimente de má saúde, calamidade, pecado ou morte.

A Ciência Cristã põe em destaque que, por ser Deus o Espírito, é impossível ao homem, criado na semelhança de Deus, ser qualquer outra coisa senão espiritual. Esse homem, sendo espiritual, não é mortal, mas imortal. Quando confrontado com argumentos ou quadros de crenças ou acontecimentos mundanos deprimentes, o Cientista Cristão pode imediatamente afirmar que, por ser ele, em realidade, espiritual e imortal, não pode ser tocado, enganado, maltratado ou aprisionado. Pode imediatamente reivindicar sua segurança e refúgio “no esconderijo do Altíssimo”. Onde quer que se esteja, este santuário está instantaneamente à mão, pois Deus, o Princípio preservador do homem, está sempre presente. Entramos no refúgio do esconderijo mediante a oração da compreensão espiritual. A oração que se baseia na compenetração da eterna união que há entre o homem e Deus eleva a consciência àquela harmonia que há nEle, a qual não pode, por um momento sequer, ser invadida pelos sussuros ou pelos gritos da crença humana.

As obras da Sra. Eddy contêm muitas normas para conseguir o adiantamento espiritual e a cura, e o Cientista Cristão encontra o valor prático dessas normas à medida que lhes obedece e as demostra. Uma dessas normas, que tem ajudado a muitas pessoas, constitui a primeira parte da resposta que a Sra. Eddy dá a uma pergunta, no seu livro Unity of Good. Eis a pergunta: “É real aquilo de que os sentidos físicos tomam conhecimento?” A resposta começa: “Tudo é tão real quanto o fazeis, e não mais. O que vedes, ouvis e sentis é um estado de consciência, e não pode ter outra realidade senão o conceito que entretendes a respeito.” Un., p. 8;

É a consciência, portanto, o que determina a harmonia ou a desarmonia da vivência. Provavelmente conhecemos pessoas a quem falta equilíbrio, controle e calma quando as coisas se tornam violentas e as situações penosas. Talvez conhecemos outras que nunca “perdem o sangue frio”; circunstâncias difíceis deixam-nas imperturbáveis. Sua evidente calma lhes possibilita avaliar claramente os fatos e depois agir com eficiência.

Sugestões negativas de toda espécie se nos apresentam diariamente e a toda hora. Se por descuido deixamos de proteger nossos pensamentos podemos descobrir que ficamos mesmerizados por esses quadros mentais negativos. Talvez tenhamos então a impressão de que eles possuem algum grau de realidade e a capacidade de nos prejudicar. Nossa necessidade é reconhecer instantaneamente a irrealidade de tudo que não possa reivindicar Deus, o bem, como sua origem.

Na ocasião em que eu observava o bando de pássaros marinhos, dei-me conta de que a ventania contra a qual a maioria dos pássaros estava lutando podia ser considerada como típica da crença do mundo acerca da morte. Para muitos, a morte apresenta um quadro derradeiro — o fim da experiência de um indivíduo. Mas se o homem reflete e expressa Deus, a Vida eterna, o homem não pode morrer a não ser que Deus cesse de ser a Vida eterna!

Cristo Jesus mostrou sua descrença na morte e esclareceu o poder que o Cristo tem de vencer “o último inimigo”. Disse: “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”  João 3:16; Jesus provou que a morte não era senhora da vida quando ressuscitou Lázaro do túmulo, e ele certamente o provou acima de qualquer dúvida mediante sua própria ressurreição. O homem real, espiritual e eterno, o produto de Deus, nunca cessa de expressar as qualidades de Deus, a eternidade da Vida, o saber da Mente e o amar do Amor.

Enquanto meditava na verdadeira natureza espiritual da Vida, compreendi com crescente clareza como esse entendimento espiritual melhora a situação humana. O Verbo se faz carne quando a verdade espiritual toca e cura as crenças humanas que argumentam em favor de perda, carência, separação, solidão e da necessidade de o indivíduo se completar.

Toda sugestão negativa que se apresentava era anulada e substituída por fatos espirituais específicos; isso capacitou-me a enfrentar e vencer a rajada que de outro modo teria varrido minha paz para longe. O argumento de perda foi substituído com profunda gratidão pelas qualidades do apoio firme, da devoção ao Princípio e da inspiração que minha companheira havia expressado durante os anos de nosso convívio e pelo reconhecimento delas. A sugestão de carência foi desarraigada pela compenetração de que Deus é a fonte de todo o bem; e que não é possível ao homem, como reflexo de Deus, estar separado de Deus e da abundância do Seu amor, que é o constante suprimento do homem.

Ao superar a crença em separação e tristeza, achei necessário olhar por entre a sugestão de autopiedade. Esta foi curada mediante a gratidão de saber que aquela que não mais estava aqui, estava sem dúvida alegrando-se na companhia daqueles a quem muito havia amado, os quais haviam passado adiante antes dela. A Sra. Eddy diz: “Quando tivermos passado o ordálio chamado morte, ou destruído este último inimigo, e tivermos chegado ao mesmo plano de existência consciente daqueles que se foram antes, então seremos capazes de nos comunicar com eles e de os reconhecer.

“Se, antes da mudança pela qual encontramos os entes queridos que já partiram, a obra de nossa vida tiver sido bem feita, não teremos de repeti-la; mas nossas alegrias e os meios de irmos adiante aumentarão proporcionalmente.” Miscellaneous Writings, p. 42;

As sugestões de solidão foram admiravelmente superadas com o reconhecimento de que o homem está sempre em unidade com Deus, o bem. A carinhosa solicitude de amigos reforçava essa argumentação. Vi que nunca podemos acreditar estarmos incompletos se nos identificamos como o reflexo de Deus. A Ciência Cristã destaca o grande fato de que Deus é Tudo. Segue-se, portanto, que o indivíduo, quando compreende ser ele mesmo a expressão de Deus, compreende ser-lhe impossível acreditar que esteja incompleto. Nem sequer uma só das idéais da Mente pode jamais estar separada da infinidade do bem que sempre transborda de seu bondoso Pai-Mãe Deus.

Numa mensagem ao Quadro de Conferencistas da Ciência Cristã, a Sra. Eddy diz: “Só vos elevais quando erguidos pelo poder de Deus, do contrário caireis por falta do ímpeto divino.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 248. Quando confrontados por desafios, recebemos o ímpeto divino e a inspiração espiritual quando nos volvemos das crenças terrenais para a revelação de Deus, a Mente pura. Esta revelação pode ser encontrada por todos na Bíblia e nas obras da Sra. Eddy. Dá-nos a capacidade de enfrentar confiantemente os desafios e vencê-los.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / abril de 1979

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.