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O poder do Cristo vence a pressão

Da edição de abril de 1979 dO Arauto da Ciência Cristã


Recentemente, depois de um período de trabalho duro que implicava no atendimento de responsabilidades múltiplas, senti-me sobrecarregado e em grande necessidade dum refrigério espiritual. Nem bem eu me havia sentado para estudar em espírito de oração, recebi o chamado de um amigo que me pedia para partilhar com ele alguns pensamentos sobre a melhor maneira de lidar, segundo a Ciência Cristã, com o problema da pressão.

A princípio achei absurdo atender ao pedido dele, visto que eu mesmo parecia estar sob pressão. Logo, porém, ficou claro que o pedido, por menos apropriado que fosse de um ponto de vista humano, era espiritualmente oportuno. Ele me fizera ver quão generalizado está, no pensamento humano, hoje em dia, o problema da pressão: isto é, a crença de que cada um de nós está sujeito a pressões, tensões e ansiedades capazes de roubar-nos do nosso vigor e da nossa alegria e de produzir resultados danosos.

Vendo isto, dei-me conta ainda mais da necessidade de ampliar o meu motivo, a fim de discernir a nulidade desta crença, não só com respeito a mim mesmo, como também com relação a todos os demais. Orar neste sentido trouxe-me pronto alívio mediante este maravilhoso reconhecimento libertador: que um triunfo completo sobre a pretensão de pressão na sua forma mais aguda já havia sido obtido na ressurreição de Cristo Jesus.

Os elementos em geral associados à pressão haviam sido magnificados, pelo transe extremo da crucificação, além dos limites normais da tolerância humana. Haveria maior carga de responsabilidade que alguém pudesse levar do que a que Jesus teve de carregar — a responsabilidade de mostrar à humanidade a vereda da salvação? Quem teve de agüentar pressão comparável à da agonia no Jardim de Getsêmani e na cruz? Não é de admirar que até mesmo Jesus tenha exclamado: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”  Marcos 15:34; Este “me”, porém, não era o Cristo, seu eu espiritual para sempre unido ao Pai. Este “me” era o sentido humano de eu, que havia sido quase sistematicamente despojado dos seus recursos.

É como se tudo o que o mal pudesse fazer tivesse sido feito a Jesus. No entanto, o que aconteceu? Jesus ressurgiu da tumba — a mais monumental de todas as provas possíveis do poder do Espírito triunfando sobre as mais extremas crenças físicas e sustentando o indivíduo, seja qual for a pressão aparente.

O que capacitou Jesus a elevar-se espiritualmente de modo a tornar possível a ressurreição? As próprias palavras do Mestre, pronunciadas anteriormente e dirigidas a algumas das pessoas que haveriam de tentar matá-lo, oferece a resposta: “Eu nada posso fazer de mim mesmo.”  João 5:30; Não se tratava de recursos do eu humano mas da coerente identificação que Jesus fazia das suas capacidades e do seu próprio ser com a fonte divina deles o que tornou possível a ressureição. A coerência desta verdadeira auto-identificação é o que ligou de modo singular o nome de Jesus ao nome de Cristo, o ideal espiritual da filiação perfeita, que identifica para sempre o homem como o filho de Deus.

Por mais esmagador que o ônus suportado pelo eu humano pareça ser, o Cristo nunca está oprimido, nunca esmagado, nunca desgastado ou consumido. Na proporção em que interiormente identificamos o nosso ser real com as capacidades espirituais que revela, somos sustentados mediante o poder do Espírito e libertados da pretensão de pressão. Daí a vitalidade contínua da grande promessa de Jesus: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.”  Mateus 11:28;

Este “mim” não era o Jesus como pessoa humana, mas o Cristo, sua filiação divina, que ele reconhecia ativamente mediante contínua comunhão com o Pai. Vir ao Cristo é reivindicar a nossa própria filiação divina e demonstrá-la. Só isto nos dá o repouso — não letargia e inação, mas o refrigério espiritual que nos capacita a fazer o nosso próprio trabalho. Só mediante a humilde cessão ao Cristo, do sentido mortal de identidade pessoal, é que podemos encontrar por nós mesmos o significado das palavras de Jesus: “O meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”  v. 30;

Não é ao sentido pessoal, limitado, de identidade na matéria que a crença em pressão é inerente? Se aceitamos a crença de que somos outras tantas identidades existentes na matéria, também aceitamos a crença de que as nossas capacidades estão limitadas materialmente e sujeitas a serem inadequadas às exigências que lhes são impostas. Esta é a pretensão da pressão. Para enfrentá-la, temos de desafiar em certo grau a crença na identidade material.

Ora, é neste ponto que talvez hesitemos. Pois a maioria de nós atémse à idéia de ter um “eu” pessoal, que precisa carregar sozinho o seu fardo, desempenhar suas tarefas, desincumbir-se de suas responsabilidades, e portanto está intitulado a receber recompensa e crédito pessoais. É este “eu” — a voz do sentido pessoal — que haveria de personalizar o nosso propósito e produzir, em crença, tanta angústia para nós. Pois é a este sentido de um ego existente na matéria que o erro liga todas as suas pretensões de fardo e pressão. O poder do Cristo confronta, desafia, elimina, este falso conceito de eu e por fim o substitui pela consciência, de origem divina, a respeito do ser espiritualmente dotado.

Ampliando o nosso conceito de identidade espiritual e purificando o nosso propósito, o Cristo eleva-nos até o conceito do ser capaz de ressurgir. “O Amor divino tem por fim”, escreve a Sra. Eddy, “ressuscitar a compreensão, e o reino de Deus, o reinado da harmonia que já está dentro em nós.” Miscellaneous Writings, p. 154; Habitando nesta consciência ressuscitadora, compreendemos que toda ação correta é o reflexo da oni-ação da Mente; que a Mente dá-nos tanto as tarefas de que temos de nos desincumbir como o vigor por meio do qual as realizamos; e que esta realização não acarreta penalidades.

Toda oração verdadeira tem lugar na consciência ressuscitadora e partilha da sua possibilidade de libertar-se das pretensões debilitadoras da pressão. “A Ciência Cristã”, declara a Sra. Eddy, “faz calar a vontade humana, acalma o medo com a Verdade e o Amor, e revela a atuação sem esforço da energia divina na cura dos doentes.” Ciência e Saúde, p. 445. Baseando a nossa experiência na oração em vez de no sentido pessoal, podemos dar testemunho da “atuação sem esforço da energia divina” e refleti-la em tudo o que fazemos, estendendo o seu poder curativo a toda esfera de nossas atividades e calando progressivamente as crenças de tensão. Cada uma destas provas ajuda a dar validade ao poder que tem o Cristo para estabelecer o sentido ressuscitador do ser na experiência imediata. Assim cada prova pressagia e ajuda a apressar a demonstração final da totalidade de Deus e da inteireza do homem, tanto para nós como para todos os homens.

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