A mulher precisava de ajuda. Os desentendimentos com certa vizinha haviam finalmente atingido sérias proporções. Precisava-se fazer alguma coisa. Viera ao escritório em busca de ajuda — tornava-se necessário dar passos práticos e específicos para iniciar uma ação judicial.
Era eu estudante de Direito e trabalhava num escritório de assistência legal. Prestando serviço à comunidade, estudantes de Direito e advogados haviam se unido para prestar assistência legal a indigentes.
Sentia-me contente por havermos auxiliado a mulher, mas eu estava preocupado. Quem iria curá-la? O que aconteceria com a amargura, a angústia, o ressentimento? Ela precisava muito mais do que mera assistência legal. Apesar de haver sido útil e apropriado o auxílio que prestáramos, ela precisava descobrir algo a respeito de sua verdadeira identidade espiritual. Era seu o direito divino de saber que Deus é Amor — o único poder, a própria substância da consciência. Merecia compreender como amar seu próximo — e encontrar amor como resposta.
Por mais útil e indispensável que seja determinada profissão, comecei a compreender que a prática pública da Ciência Cristã leva ao necessitado uma inigualável e singular contribuição. Num modo ímpar, oferece um enfoque fundamental para a cura.
Teria você considerado que talvez fosse essa a forma pela qual algum dia você desejasse servir a humanidade? Esse dia não necessita estar distante. Dedicarmo-nos à prática pública, porém, requer mais do que apenas decidir ingressar no ministério da cura. Esse passo requer que provemos nossa habilidade de intimamente ouvirmos a orientação de Deus. Talvez você se pergunte se é realista pensar seriamente na prática pública — especialmente se você for jovem. Ora, muitas das metas que nos propomos alcançar mediante demonstração na Ciência Cristã não são muito realistas sob um ponto de vista meramente humano. A verdadeira demonstração, porém, — a aplicação de verdades espirituais — elimina as restrições humanas.
Escolher a prática pública como atividade para o resto da vida não é o tipo de atividade para a qual vamos de lentes cor-de-rosa. O trabalho oferece desafios. As exigências são duras. As horas de serviço poderão ser longas, e cada grama de nossa força espiritual será testada de tempos em tempos.
Aquele que nada sabe sobre Ciência Cristã, desenganado pelos médicos como irremediavelmente doente, poderá bater à nossa porta. O homem de negócios que se defronta com a possibilidade de uma falência a qualquer momento, o jovem confuso com questões morais — todo tipo de problemas poderão defrontar-se ao praticista. Você pensa que poderia ajudar essas pessoas? Que poderia levar à cura tais desafios?
Você pode, se amar a Deus e Sua idéia, o homem. “A cura metafísica, ou Ciência Cristã, é uma exigência dos tempos”, escreve a Sra. Eddy. Mais adiante, continua: “O Princípio infalível e fixo de toda cura é Deus; e esse Princípio deveria ser procurado por amor ao bem, por motivos os mais espirituais e desinteressados.” Miscellaneous Writings, p. 232;
Quando nossos motivos são honestos e puros, e quando somos sábios o suficiente para desafiarmos eficazmente tudo o que tentar obstruir nossa meta, abrimos a porta ao sucesso. Muitas profissões — tecnologia espacial, advocacia, a carreira religiosa — são muitas vezes encaradas como vitais, excitantes, dinâmicas. Na realidade, não há, porém, nenhuma carreira no mundo que seja tão revigorante e inspiradora, reanimadora e ativa, vital e significativa, quanto a do ministério da cura pela Ciência Cristã.
A prática pública não se constitui num auxílio legal extraordinário, nem numa clínica médica ou qualquer outra forma de clínica. Tratase de algo muito mais fundamental do que apenas o auxílio humano a nosso próximo. O propósito básico — o qual faz com que a prática seja tão poderosamente recompensadora — é discernir a realidade. É descobrir a perfeição de Deus e do homem. Esse processo de descoberta — assumido do ponto em que a perfeição parece tão distante — é profundamente recompensador. Nada há tão revigorante quanto desafiar as sugestões de doença ou pecado, ou até mesmo da morte, a partir de um vislumbre de que Deus é Tudo, levando assim certo grau de liberdade aos que estão sofrendo. E, quando a cura se completa, ingressamos num estado de comunhão com Cristo Jesus. “Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço.” João 14:12;
O praticista está dedicando-se à sua meta individual de salvação. Seu próprio progresso o colocará na melhor posição para auxiliar aqueles que o procuram em busca de ajuda. Cristo Jesus compreendia seu relacionamento com Deus. Sabia que o homem é na realidade o filho de Deus. À medida que tal percepção se expandia, inevitavelmente abençoava aos demais. O mesmo Cristo que Jesus compreendia e demonstrava está aqui. O praticista é diariamente chamado a defronter-se face a face com o Cristo — a elevar-se acima das sugestões do mal e a reconhecer que Deus é Tudo.
Se você sente que a prática pública da Ciência Cristã está em seu futuro, acalente essa possibilidade. Preze-a. Ore por ela. Aquilo que você ama passará a crescer de vulto em sua vida.
Em Rudimentos da Ciência Divina a Sra. Eddy apresenta a seguinte pergunta: “Que devo eu fazer para demonstrar a Ciência Cristã na cura dos enfermos?” Sua resposta, simples, mas profunda, inclui a seguinte afirmação: “Sede honestos, leais para convosco e para com os outros; resultará então que sereis fortes em Deus, o bem eterno. Curai pela Verdade e pelo Amor; não há outro meio de curar.”Rud., p. 8.
Poderia você ser fiel a essa orientação?
Apraz-lhe a idéia de servir a seu semelhante?
Se assim for, a prática pública poderá ser algo para você — num futuro próximo.
