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A energia divina da oração

Da edição de agosto de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando procurava a definição de energia, no dicionário, deparei com um trecho que exemplificava uma acepção pouco utilizada da palavra. No meu entender, há uma nota de tristeza nesta declaração atribuída a um clérigo do século dezoito: “Rogai para que o Jesus abençoado dê energia às vossas orações imperfeitas.” A New English Dictionary on Historical Principles (Oxford: Clarendon Press, 1897), 3° tomo, 2ª parte.

Mais de cem anos depois foi feita uma descoberta espiritual, a qual iria revelar a verdadeira natureza do poder divino que aperfeiçoa a existência e impregna as nossas orações de eficácia curativa. A pessoa responsável por essa descoberta, a Sra. Eddy, fora, ela própria, curada ao volver-se a Deus em busca de auxílio, mas desejava compreender mais completamente como a cura havia ocorrido. Então, pôs-se a trabalhar para encontrar a resposta a esse seu anseio. Enquanto orava e estudava as Escrituras, ela sentiu estar Deus a guiá-la para perceber que se tratava da lei espiritual, e não de uma energia pessoal, lei que Cristo Jesus conhecia e punha em prática em suas grandes obras de cura. Um dos resultados de seus esforços dirigidos por Deus evidenciou-se, quando ela deu ao mundo o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde. Se devotadamente estudada e posta em prática, a Ciência Cristã mostra como nos apoiarmos na lei divina e na energia divina do Espírito, em nossas orações. E essas orações curam!

Na primeira quarta-feira em que compareci a uma reunião de testemunhos, numa filial da Igreja de Cristo, Cientista, fiquei muito impressionada com as curas relatadas. Vários testificadores mencionaram que as curas ocorreram após eles “fazerem seu trabalho”. Posteriormente, ao me tornar estudante de Ciência Cristã, aprendi que “fazer o trabalho” significava orar.

Sendo eu cristã, sempre gostara muito da Oração do Senhor, que nos foi dada por Jesus. Em meu entender, era um meio de pedir auxílio a Deus, e uma sensação de paz me sobrevinha após repeti-la. Mas nunca pensei que essa mesma oração fosse capaz de curar a doença ou a enfermidade. Com o estudo da Ciência Cristã, entendi que nós podíamos compreender o significado espiritual das Escrituras e, dessa forma, obter as curas que os cristãos são capazes de realizar.

Essa compreensão crescente foi posta à prova certo domingo, quando acordei por volta de quatro horas da manhã, sentindo-me muito mal. Nessa época, eu servia como Segunda Leitora numa igreja filial e desejava estar no meu posto naquele dia. Tentei dizer a Oração do Senhor, mas parecia que eu não estava conseguindo assimilar mentalmente as palavras que proferia, tamanho era o desconforto. Finalmente, consegui pegar meu exemplar do livro-texto da Ciência Cristã e, abrindo-o na página 16, li a seguinte frase: “Só à medida que nos elevarmos acima de toda sensitividade material e de todo pecado, poderemos sentir a aspiração gerada no céu e a consciência espiritual que a Oração do Senhor indica — consciência que cura instantaneamente os doentes.” Ciência e Saúde, p. 16. A palavra “indica” chamou-me a atenção. A mera repetição das palavras não me curaria, ponderei, mas libertar o meu pensamento de quaisquer conceitos mortais doentios e pecaminosos, me capacitaria a “sentir a aspiração gerada no céu e a consciência espiritual que a Oração do Senhor indica”.

Fechei o livro-texto e lentamente fiz a Oração do Senhor em silêncio. Meditei sobre sua interpretação espiritual que consta de Ciência e Saúde Ver ibid., pp. 16–17.. À medida que eu saboreava cada palavra, cada frase, sua mensagem individual de cura vinha claramente à minha consciência. Eu sabia que o poder de Deus, a Mente divina, estava a meu alcance para eliminar a sensação de doença. Ao terminar a oração, notei que todo o meu ser fora invadido por uma grande sensação de vigor. Eu havia sido curada instantaneamente!

No artigo “ ‘Faça-se a Tua vontade’ ”, a Sra. Eddy afirma: “Esta é a lei da Verdade para o erro: ‘Certamente morrerás’. Essa lei é energia divina. Os mortais não podem impedir o cumprimento dessa lei; ela se aplica a todo pecado e seus efeitos. Deus é Tudo e, devido a essa natureza e totalidade, Ele só tem consciência do bem. Tal qual uma lei que governa milhões de mortais a quem os legisladores não conhecem, a lei universal de Deus não tem conhecimento do mal e penetra inconscientemente no coração humano e o governa.” Miscellaneous Writings, p. 208.

Cristo Jesus, ao demonstrar essa lei de energia da Mente divina, disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” João 5:17. Realmente, os seguidores de Jesus, durante algum tempo após sua ascensão, cumpriram esta sua ordem: “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios.” Mateus 10:8. Mas, à medida que o uso de recursos e métodos materiais para curar doenças foi tomando o lugar da fé cristã pura e da compreensão espiritual, a cura cristã, na forma em que Jesus e seus seguidores imediatos a praticavam, ficou quase completamente perdida por muitos séculos. Entretanto, a descoberta da Ciência Cristã mostra que a energia divina que produzia curas naquela época, não perdeu nem um pouco de sua eficácia. E podemos curar ainda hoje por meio da mesma lei.

Nosso verdadeiro trabalho é, por meio da oração, refutar a pretensão de que a energia se localiza ou se origina na matéria e, ao mesmo tempo, afirmar e incorporar a energia divina do Espírito, Deus. Esse trabalho em espírito de oração, que cada um faz à sua própria maneira, tem um propósito espiritual: estabelecer a unidade do homem com Deus, a Mente divina, por meio da compreensão do Cristo, a idéia espiritual de filiação. Nessa oração científica de unidade, sente-se a energia divina em toda a sua bondade poderosa, como a ação de Deus, o Amor divino, abraçando sua amada idéia, o homem espiritual.

A mente carnal tentaria argumentar que existe uma atividade mental maléfica e antagônica que se origina no testemunho dos sentidos materiais. Porém, como Deus, a Mente, é Tudo, não há outra Mente. Nada que se oponha à Mente divina, poderia entrar na consciência do homem espiritual, o reflexo perfeito da Mente.

Devido ao governo ordenado que Deus exerce sobre Seus recursos naturais, Suas qualidades espirituais dinâmicas, não existe perda de energia. E essas qualidades são refletidas em nós, Suas idéias espirituais. Cada um de nós expressa amplamente qualidades tais como: inteligência, percepção, amor, alegria, vitalidade, saúde, santidade, beleza. Essas qualidades fazem parte da energia divina da Mente; por isso, não podem nunca estar sujeitas à negligência, ao desperdício ou ao esgotamento.

Podemos demonstrar esses fatos da Ciência divina, mas é importante que não negligenciemos nosso trabalho mental diário em espírito de oração, pois este mantém as leis de Deus bem nítidas em nossa consciência individual. Os Cientistas Cristãos são grandemente abençoados por terem esta orientação espiritual deixada por sua Líder, a Sra. Eddy, no Manual de A Igreja Mãe: “Será dever de todo membro desta Igreja defender-se diariamente contra sugestão mental agressiva, e não se deixar induzir ao esquecimento ou à negligência quanto ao seu dever para com Deus, para com sua Líder e para com a humanidade.” Man., § 6° do art. 8°. Deus, o Amor divino, nunca negligencia Seus filhos, mas talvez pensemos que o faça, se descuidarmos de nosso trabalho espiritual.

Será que, às vezes, desperdiçamos nossas energias em batalhas — travadas em nosso pensamento — com uma ou mais pessoas que talvez nem estejam presentes? Por acaso repetimos mentalmente ofensas com expressões tais como: “Ela disse isso” e “Em compensação, eu respondi isto e aquilo.” Será que usamos a palavra eu de modo a sugerir que acreditamos ser nossa individualidade mortal e pessoal? Por acaso dizemos: “Eu não me sinto bem” ou “Eu não consigo curar”? Estaremos concordando com falsos conceitos, ao invés de invertê-los?

A solução é, sem dúvida, reivindicar o verdadeiro “eu” de nosso ser como sendo o reflexo da única Mente, Deus, o grande Eu Sou. O sentido mortal de “eu” ou minha pessoa, não está fundamentado em Deus, o Princípio divino, portanto, está sujeito a crenças de ansiedade, medo, aborrecimento, inquietação, e assim por diante. Os sentidos pessoais podem interpretar essas sensações negativas como fadiga.

Uma Cientista Cristã que eu conheço, notou que se sentia cansada a maior parte do tempo. Pediu a uma praticista da Ciência Cristã que a ajudasse por meio da oração. A praticista percebeu que ela sofria de cansaço emocional, e não devido a esforço mental ou físico, e pediu-lhe que anotasse quantas vezes por dia usava o pronome “eu” de forma negativa.

Essa solicitação despertou o pensamento de minha conhecida e ela começou a estabelecer, por meio da oração, sua verdadeira identidade como reflexo da Mente. Essa nova perspectiva de seu ser real trouxe-lhe uma sensação de segurança e satisfação no desempenho de atividades, associada a um sentimento de felicidade e estabilidade. Ela tem agora energia abundante e uma capacidade de trabalho muito maior.

Percebeu que havia demonstrado, em certo grau, a afirmação da Sra. Eddy: “A energia que salva os pecadores e cura o doente é divina; e o Amor é o seu Princípio. O cristianismo científico desenvolve a regra do amor espiritual; torna o homem ativo, desperta nele a bondade perpétua, porque o ego ou eu vai para o Pai, e dessa maneira o homem é semelhante a Deus.” Message to The Mother Church for 1902, p. 8.

A ressurreição de Jesus e sua ascensão têm significado especial para todos os seus seguidores, se quisermos obedecer a sua ordem “ressuscitai mortos”. Essas experiências de Jesus nos mostram como demonstrar o Espírito divino, a Vida, agora — como sermos espiritualmente mais atentos, saudáveis, harmoniosos.

Na medida em que estivermos dispostos a elevar nossos pensamentos acima da crença deletéria de que a vida e o ser estão na matéria, e na medida em que, pela oração, demonstrarmos o Espírito em nossas atividades diárias, emergiremos para uma manifestação de vida mais elevada. Despertaremos verdadeiramente para a glória e a permanência daquela Vida que é, ela própria, a única energia divina.

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